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LIVRO ELIEZER - ta valendo (6 de julho) - Insight

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Navio Liberty. Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> embarcação foi usado nos<br />

primeiros testes para o transporte <strong>de</strong> minério entre o Brasil e o Japão<br />

experimen<strong>ta</strong>is do produto – uma das empresas que mais nos ajudou nesse propósito foi a Nissho<br />

Iwai, atual Sojitz. Ressalto o trabalho <strong>de</strong> Paulo Hachiya, que trabalhava no escritório da companhia<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro.Ele nos ajudou muito, sobretudo na área comercial. Es<strong>ta</strong>s tradings passaram a fazer<br />

testes com navios Liberty, que já eram usados no comércio geral entre o Brasil e o Japão. Comparado<br />

aos cargueiros <strong>de</strong> hoje, o Liberty era um barquinho <strong>de</strong> papel. Sua capacida<strong>de</strong> se limi<strong>ta</strong>va a <strong>de</strong>z mil<br />

toneladas. Éramos um exército <strong>de</strong> quixotes. Levávamos um produto <strong>de</strong> baixíssimo valor agregado,<br />

como o minério <strong>de</strong> ferro, na maior distância do mundo e em escalas raquíticas.<br />

Além <strong>de</strong> todo o apoio na implan<strong>ta</strong>ção do Porto <strong>de</strong> Tubarão, o Japão nos <strong>de</strong>u suporte para a construção<br />

<strong>de</strong> navios <strong>de</strong> maior porte, com capacida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> 120 mil toneladas. Tudo isso foi feito em um<br />

forte e recíproco clima <strong>de</strong> confiança – confiança es<strong>ta</strong> que, anos mais <strong>ta</strong>r<strong>de</strong>, me seria <strong>de</strong>monstrada com a<br />

medalha do Coração do Japão, con<strong>de</strong>coração concedida pelo Imperador Hiroito.<br />

A apos<strong>ta</strong> dos japoneses no nosso <strong>ta</strong>co po<strong>de</strong> ser ilustrada pelo fato <strong>de</strong> que não havia garantias<br />

físicas nem financeiras – <strong>ta</strong>nto para a Vale quanto para as si<strong>de</strong>rúrgicas japonesas – em relação ao<br />

sucesso <strong>de</strong> toda es<strong>ta</strong> operação em ca<strong>de</strong>ia. A lógica era a seguinte: eles tomavam o risco <strong>de</strong> proje<strong>ta</strong>r o<br />

navio; a nós cabia o risco <strong>de</strong> enfren<strong>ta</strong>r o próprio mercado nacional, que fazia uma si<strong>de</strong>rúrgica oposição<br />

à nossa <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ampliar as vendas internacionais.<br />

Não há planilha, compu<strong>ta</strong>dor ou ábaco que nos permi<strong>ta</strong> calcular o imenso valor, <strong>ta</strong>nto para a<br />

CVRD quanto para o Brasil, <strong>de</strong> todo este relacionamento construído com o Japão. Até aquele momento,<br />

a Vale do Rio Doce es<strong>ta</strong>va habituada a ven<strong>de</strong>r cerca <strong>de</strong> 1,5 milhão <strong>de</strong> toneladas por ano no exterior.<br />

O acordo com os japoneses foi o primeiro contrato <strong>de</strong> expor<strong>ta</strong>ção <strong>de</strong> longo prazo no Brasil: cinco<br />

milhões <strong>de</strong> toneladas ao ano por um período <strong>de</strong> 20 anos. Este foi o gran<strong>de</strong> salto quanti<strong>ta</strong>tivo e quali<strong>ta</strong>tivo<br />

da companhia. O Oriente não foi a es<strong>ta</strong>ção <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira, mas sim escala para a Vale do Rio Doce e<br />

o Brasil entrarem no mapa da mineração mundial. Como dimensionar a importância <strong>de</strong>s<strong>ta</strong> operação?<br />

Só a história, segundo Schiller, esse gran<strong>de</strong> tribunal do mundo, é capaz <strong>de</strong> ter essa respos<strong>ta</strong>.<br />

SOL DO ORIENTE<br />

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