15.04.2013 Views

?fe^5"BSo^ - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

?fe^5"BSo^ - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

?fe^5"BSo^ - Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Concepções sobre a margina-<br />

lida<strong>de</strong> na perspectiva funcionalista.<br />

- Marginalida<strong>de</strong> como um<br />

problema físico-ecológico:<br />

Dentro <strong>de</strong>ssa concepção, o<br />

marginal é o indivíduo que é i<strong>de</strong>ntifi-<br />

cado através <strong>de</strong> sua situação <strong>de</strong> mora-<br />

dia (favelas, cortiços, mocambos), e<br />

que po<strong>de</strong>ria explicar diversas carac-<br />

terísticas sociais, econômicas, culturais<br />

e políticas, e que trazem em seu bojo a<br />

criminalida<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>semprego, a instabi-<br />

lida<strong>de</strong> e a alienação política.<br />

pobreza:<br />

Marginalida<strong>de</strong> e cultura <strong>de</strong><br />

A pobreza das populações<br />

marginais seria o fator dinâmico a difi-<br />

cultar a participação <strong>de</strong>ssas populações<br />

na esfera da cultura nacional, criando<br />

<strong>de</strong>sse modo uma subcultura, um mundo<br />

à parte. Seus principais aspectos po-<br />

<strong>de</strong>m ser apresentados da seguinte<br />

forma:<br />

1- Ausência <strong>de</strong> participação e<br />

integração efetiva dos pobres nas prin-<br />

cipais instituições da socieda<strong>de</strong>;<br />

2- No âmbito da família:<br />

ausência <strong>de</strong> infância, iniciação sexual<br />

precoce, uniões livres, casamentos con-<br />

sensuais, ocorrência relativamente fre-<br />

qüente <strong>de</strong> abandono do lar;<br />

3- Condições precárias <strong>de</strong> ha-<br />

bitação;<br />

4- Forte sentimento <strong>de</strong> mar-<br />

ginalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>samparo, <strong>de</strong>pendência e<br />

<strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong>.(l)<br />

- Marginalida<strong>de</strong> como falta <strong>de</strong><br />

participação:<br />

Dentro <strong>de</strong>ssa concepção a<br />

marginalida<strong>de</strong> se caracteriza pela falta<br />

<strong>de</strong> participação <strong>de</strong> parcela da popu-<br />

lação na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos, benefícios e<br />

na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões da socieda<strong>de</strong>. Essa<br />

falta <strong>de</strong> participação resulta apenas da<br />

falta <strong>de</strong> organização interna dos grupos<br />

marginalizados.<br />

- Marginalida<strong>de</strong> como resíduo<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento econômico:<br />

Justifica esta concepção que<br />

o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento'<br />

econômico ocorre paulatinamente, <strong>de</strong>'<br />

forma que não é capaz <strong>de</strong> beneficiar<br />

toda a população <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> ao<br />

mesmo tempo. Mas, na medida em que<br />

se atinge esse estágio i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> <strong>de</strong>sen-<br />

volvimento, o grupos marginais pas-<br />

sarão a participar dos benefícios mate-<br />

riais e culturais resultantes do processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do país.<br />

Marginalida<strong>de</strong> sob a perspec-<br />

tiva Histórico-Estrutural.<br />

A concepção sobre margina-<br />

lida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da análise histórico-es-<br />

trutural parte do princípio <strong>de</strong> que as<br />

"A marginalida<strong>de</strong> caracteriza-<br />

se como um fenômeno estrutu-<br />

rai."<br />

populações marginalizadas cm termos<br />

sociais integram o sistema c funcionam<br />

como ingredientes <strong>de</strong> seu dinamismo<br />

apesar das "contradições", "conflitos"<br />

e "dominação", ou seja, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa<br />

concepção a marginalida<strong>de</strong> seria uma<br />

maneira (modo) <strong>de</strong> se inserir na estru-<br />

tura global da socieda<strong>de</strong>, isto é, ela<br />

(população marginal) é parte integran-<br />

te <strong>de</strong>sta socieda<strong>de</strong>.<br />

Essa população marginal vai<br />

se caracterizar pela carência <strong>de</strong> recur-<br />

sos produtivos e por ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> baixa<br />

produtivida<strong>de</strong> econômica, sendo que<br />

essas ocupações <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong><br />

têm mercado <strong>de</strong> trabalho reduzido c<br />

instável no plano individual e estáveis<br />

a nível estrutural. Esses fatores levam a<br />

uma geração <strong>de</strong> renda limitada e instá-<br />

vel.<br />

Apesar <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

"marginal" essa população ocupa uma<br />

função vital para o Sistema Capitalistas<br />

pois é <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa população que se<br />

cria uma força <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> baixo<br />

custo para o sistema capitalista já que o<br />

seu tipo <strong>de</strong> habitação e o seu grau <strong>de</strong><br />

utilização <strong>de</strong> serviços públicos tais co-<br />

mo saú<strong>de</strong>, saneamento, energia elétri-<br />

ca e educação é mínimo.<br />

Partindo do exposto, con-<br />

clui-se que a marginalida<strong>de</strong> caracteri-<br />

za-se como um fenômeno estrutural,<br />

resultante <strong>de</strong> contradições básicas do<br />

sistema e não <strong>de</strong> <strong>de</strong>sajustes ou dis-<br />

funções que atrapalham o funciona-<br />

mento e o equilíbrio social.<br />

Dentro <strong>de</strong>sse fenômeno estru-<br />

tural observa-se que a força <strong>de</strong> trabalho<br />

que não consegue se inserir nas ativi-<br />

da<strong>de</strong>s tipicamente capitalistas passa<br />

então a exercer ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cunho ar-<br />

caico e normalmente ocupações<br />

"São as crianças que estão<br />

carregando o fardo mais pesa-<br />

do do progresso".<br />

autônomas <strong>de</strong> comércio <strong>de</strong> mercado-<br />

rias, os pequenos serviços <strong>de</strong> reparação<br />

e manutenção e os empregos domésti-<br />

cos remunerados, além das várias for-<br />

mas <strong>de</strong> subemprego, trabalhos ocasio-<br />

nais e intermitentes.<br />

É <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse quadro <strong>de</strong> ex-<br />

ploração e exclusão que vamos locali-<br />

zar os meninos e meninas trabalhado-<br />

res que tentam a sobrevivência nas ruas<br />

da cida<strong>de</strong> e que são auxiliados nesse<br />

processo pelo Movimento República<br />

do Pequeno Ven<strong>de</strong>dor.<br />

O Menor Trabalhador<br />

Opção ou Imposição Social?<br />

Atualmente são as crianças<br />

que sofrem as mais graves conseqüên-<br />

cias da crise econômica que assola o<br />

Terceiro Mundo. E no bojo <strong>de</strong>sta crise<br />

está a questão da dívida externa, cujo<br />

pagamento penaliza os mais pobres,<br />

aqueles que menos usufruíram dos bi-<br />

lhões <strong>de</strong> dólares irresponsavelmente<br />

emprestados <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sonesta.<br />

Estima-se em meio milhão o<br />

número <strong>de</strong> crianças mortas nos países<br />

sub-<strong>de</strong>senvolvidos como resultado <strong>de</strong>s-<br />

sa "or<strong>de</strong>m" econômica vigente. Em ou-<br />

31<br />

CUÍRA

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!