O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...

DOC. N° 72
1891 . Março . 23
Contrato para a contrução da segunda torre e frontispício
A.I.N.S.R.L., Alvará do Governo Civil de Viseu, in 2 o Dossier, 2 o Grupo - Alvarás Régios e
outros, 23 de Março de 1891, fls.22-23v.
«Franscisco de Mello Lemos e Alvellos, Visconde de Serrado, do Conselho de Sua Magestade,
Bacharel formado emdireito, Governador Civil do Districto de Viseu.
Attendendo ao que me representou um officio de 9 do corrente o juiz da real irmandade de Nossa
Senhora dos Remédios, da cidade de Lamego, acerca da deliberação tomada pela mesa gerente da
mesma real irmandade na sua sessão do dia vinte de janeiro ultimo, de contractar com o mestre
d'obras Manoel Domingues da Costa Barreirada feitura das obras da cimalha ou frontão da Capella
da real irmandade de Nossa Senhora dos Remédios de Lamego, cujo projecto fora approvado pelo
Deffinitorio em vinte e cinco d" Outubro de mil oito centos oitenta e nove, e andornada (?) a
respectiva mesa gerente a contractar com referido mestre de obras a construção dàquella sendo as
condições d'esse contracto, combinadas entre a mesa e o empreiteiro dito Manuel Domingues da
Costa Barreira que ja o era da construção das duas torres mencionadas capella, as seguintes:
Levantar o frontão da Capella, fazendo de novo com altura de mais dois metros do que existente e
segundo o risco ou planta (ou planta) pelo empreiteiro apresentada. Que essa cimalha assim
levantada fica com um passadiço de pedra communicando as duas torres, conforme o indica a
mesma planta. Que o empreiteiro se compromette a fazer o dito alçamento e passadiço conjuntamente
com a segunda torre desde o ensoleiramento da primeira janella da frente até á cornija da
capella, visto que já se acha feita essa torre ate ao dito ensoleiramento, pela quantia de quatro
contos dosentos e noventa mil reis, compromettendo-se também a fazer relógio e em condições
precisamente iguais ás da I a torre, pela quantia de trez contos quatrocentos e dez mil reis. Que para
pagamento do custo desta obra o empreiteiro se obriga a receber mensalmente a quantia de setenta
mil reis ate a completar, entrando nesta quantia mensal os cincoenta e oito mil e quinhentos reis
para amortização do debito ainda da primeira torre, de forma que emquanto não estiver saldado e
pago o debito da primeira torre só receberá o mesmo empreiteiro a quantia d'onze mil e quinhentos
reis para amortisação e pagamento da segunda torre e levantamento da cimalha e passadisso, e só
depois de saldado o debito da primeira torre é que a referida quantia de setenta mil reis é applicada
mensalmente para o pagamento da obra da segunda torre, cimalha ou frontão a passadiço e isto por
tantos anos quantos bastem para completo pagamento; attendendo á informação do respectivo
Administrador do Concelho e a que nenhum prejuízo ha para a real irmandade de Nossa Senhora
dos Remédios de Lamego do Contracto para o proseguimento e ultimação das obras das torres e
frontão da capella, segundo as condições estipuladas na referida acta, devendo lavrar-se a
competente escriptura de contrato, na qual será copiado este alvará.
Governo Civil de Viseu 23 de março de 1891
Visconde do Serrado».
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