17.04.2013 Views

O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...

O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...

O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

exageradas, algumas medições a capricho, assim como os perfis e muitas outras cousas, que se<br />

fizeram com o fim único, -repetimos,- <strong>de</strong> se obter a approvação. Po<strong>de</strong>mos provar isto, e a Exma.<br />

Meza sabe-o muito b<strong>em</strong>, pois foi qu<strong>em</strong> mandou elaborar esses documentos.<br />

Pelo que ficou exposto se po<strong>de</strong>ria julgar que nós, fugindo áquellas condições, tínhamos por meta<br />

fazer a obra com menos dispêndio, tal como se quer insinuar na apreciação do Snr. Aurélio,<br />

quando diz: «Que se <strong>de</strong>mos mais <strong>de</strong>senvolvimento a algumas ruas foi para fugirmos a movimento<br />

<strong>de</strong> terras.» - Não é assim. Se foss<strong>em</strong>os a realizar as obras do parque <strong>dos</strong> <strong>R<strong>em</strong>édios</strong> segundo as<br />

theorias do condutor <strong>de</strong> Obras Publicas, que elaborou o ca<strong>de</strong>rno d'encargos, dispen<strong>de</strong>riamos muito<br />

menos, do que fazendo-as como se faz<strong>em</strong> <strong>em</strong> to<strong>dos</strong> os parques do paiz e do estrangeiro, segundo as<br />

regras estabelecidas pelos mais laurea<strong>dos</strong> architectes paysagistas.<br />

É claro que as obras do parque po<strong>de</strong>riam ser entregues <strong>em</strong> Dez<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1900, como é estipulado<br />

na escriptura, pois se achavam concluídas <strong>em</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> mesmo anno; e se o não foram, foi<br />

porque tiv<strong>em</strong>os <strong>de</strong> construir a rua no terreno doada á <strong>Senhora</strong> <strong>dos</strong> <strong>R<strong>em</strong>édios</strong> por um benfeitor, <strong>em</strong><br />

substituição <strong>de</strong> outras obras, que <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> se fazer por expressa <strong>de</strong>terminação da Exma. Meza,<br />

como acima <strong>de</strong>ixamos exposto. E se assim não fosse, a Exma. Meza, tão zelosa na administração<br />

do Real Sanctuario, não <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> nos applicar a penalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scripta na condição terceira da<br />

escriptura.<br />

Foi entregue o resto do parque; porque a gruta, o lago e a parte do parque que fica do lado direito<br />

do escadorio, já o tinham sido ha muito t<strong>em</strong>po, sendo trata<strong>dos</strong> por trabalhadores <strong>de</strong> conta da Exma.<br />

Meza mas <strong>em</strong> tão limitado numero, tão pouco diligentes e tão pouco sabedores <strong>de</strong> trabalhos<br />

daquella natureza, que o parque <strong>em</strong> muito pouco t<strong>em</strong>po, parecia quasi que abandonado, pois to<strong>dos</strong><br />

os serviços que elles faziam se limitavam, apenas, á limpeza <strong>de</strong> algumas ruas.<br />

Foi somente passa<strong>dos</strong> seis mezes, que,recru<strong>de</strong>scendo a campainha promovida por algum<br />

interessado no <strong>de</strong>scrédito d'aquelles trabalhos, e talvez com a mira <strong>de</strong> auferir d'ahi alguns<br />

proventos, - se incutiu no animo da Exma. Meza a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma vistoria, vistoria que foi<br />

feita, não com peritos conhecedores da especialida<strong>de</strong> e nomea<strong>dos</strong> pelas duas partes interessadas,<br />

mas tão somente pelo Snr. Aurélio!...<br />

A copia do relato <strong>de</strong>ssa vistoria, no qual o nosso trabalho era <strong>de</strong>preciado, assim como a Exma.<br />

Meza que o fiscalisou, foi-nos enviada <strong>em</strong> fins <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1901. Não nos conformando com o que<br />

ali se afirma, <strong>de</strong>claramos imediatamente não acceitar taes apreciações e requer<strong>em</strong>os uma audiência<br />

á Exma. Meza para se resolver o assumpto.<br />

Effectivamentepartimos para Lamego e ahi reunimos com a Exma. Meza, <strong>em</strong> casa do Reverendo<br />

capellão, ficou resolvido e assente que nada tínhamos com as medições e orçamentos, que apenas<br />

foram feitos para se obter a approvação das instâncias superiores, mas sim com a planta e<br />

m<strong>em</strong>oria apresentada para o primeiro contracto, chegando até um dgno Mezario a <strong>de</strong>clarar, que<br />

nós não tínhamos <strong>de</strong> fazer o arroteamento do terreno, porque essa verba fora escripta simplesmente<br />

por haver dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> atingir-se a importância do orçamento primitivo; entretanto, que se havia<br />

verificado que algumas ruas divergiam da planta e algumas curvas <strong>de</strong>viam ser melhor regularizadas,<br />

que o lago não tinha a capacida<strong>de</strong> marcada e a ponte estava mais curta.<br />

Dando-nos por satisfeitos com a resolução da Exma. Meza, pedimos que no dia seguinte nos<br />

reuníss<strong>em</strong>os no parque, nós, a Meza e o Snr. Aurélio, para <strong>em</strong> face da planta se verificar a<br />

importância <strong>dos</strong> reparos a fazer á hora marcada alli nos reunimos com alguns Senhores Mezarios,<br />

como representantes da Exma. Meza, o Snr. Aurélio e um ajudante.<br />

Começamos a verificação <strong>dos</strong> trabalhos pelo lado esquerdo do escadorio, <strong>de</strong>baixo para cima. Na<br />

meia laranja tudo estava á vonta<strong>de</strong> da Exma. Meza.<br />

A avenida que corre paralela á estrada <strong>de</strong> Vizeu, está feita a capricho n'um só trainel, <strong>em</strong> vez <strong>de</strong><br />

dois ou trez, como vinha <strong>de</strong>signado nos perfis do Snr. Aurélio. Tiv<strong>em</strong>os <strong>de</strong> fazer um aterro e<br />

<strong>de</strong>saterro gran<strong>de</strong>s. O Snr. Aurélio acha b<strong>em</strong>; mas diz que se assim proce<strong>de</strong>mos foi porque<br />

quiz<strong>em</strong>os, pois que a Exma. Meza nada nos pedira. É claro; mas parece-nos que construindo-se<br />

97

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!