O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...
O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...
O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
DOC. N° 95<br />
1902 . Dez<strong>em</strong>bro . 15<br />
Litígio entre a Irmanda<strong>de</strong> e a Companhia Hortícola-Agricola Portuense<br />
ADV. Documentos ainda por inventariar e catalogar<br />
"Companhia Horticola-Agricola Portuense<br />
Socieda<strong>de</strong> anonyma <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> limitada<br />
Se<strong>de</strong> no Porto - Rua <strong>dos</strong> Fogueteiros, 5<br />
limo e Exmo.Juiz<br />
Em resposta ao officio <strong>de</strong> V.Exa. <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Outubro do corrente anno passamos a expor o que se<br />
nos offerece sobre a materia do mesmo officio.<br />
Antes porém <strong>de</strong> tratarmos do assumpto, t<strong>em</strong>os que nos referir ao contracto primitivo, único que<br />
serviu <strong>de</strong> base para a formação do parque da <strong>Senhora</strong> <strong>dos</strong> <strong>R<strong>em</strong>édios</strong> e á m<strong>em</strong>oria <strong>de</strong>scritiva que<br />
acompanhava a planta do mesmo parque.<br />
N'esta m<strong>em</strong>oria, entre outras cousas que expos<strong>em</strong>os, comprometiamo-nos a fazer este parque <strong>de</strong><br />
paysag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>lineado conforme a planta apresentada; a traçar as ruas respectivas, aproveitando as<br />
ondulações e inclinações do terreno; a formar grupos d'arvores e arbustos, dando mesmo a lista<br />
das plantas a <strong>em</strong>pregar; a fazer construir uma gruta á imitação do natural e um lago atravessado<br />
por uma ponte, seguindo <strong>em</strong> toda a obra e nas plantações as regras estabelecidas para esta<br />
especialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhos.<br />
O custo total d'esta obra e plantações respectivas seria <strong>de</strong> 7:000$000 reis, pagos até ao fim da<br />
obra, ou 10:000$000 reis, pagos <strong>em</strong> vinte prestações annuaes <strong>de</strong> 500$000 reis.<br />
Estas condições foram aceitas pela Exma.Meza, <strong>em</strong> Março <strong>de</strong> 1898, preferindo a mesma<br />
Exma.Meza fazer o respectivo pagamento <strong>em</strong> vinte prestações <strong>de</strong> 500$000 reis cada uma, ou<br />
sejam 10:000$000 reis no praso <strong>de</strong> vinte annos.<br />
Nestes termos foi lavrada a respectiva escriptura, e <strong>em</strong> 4 d'Abril <strong>de</strong> 1898 <strong>de</strong>u-se inicio aos<br />
trabalhos.<br />
Em Junho do mesmo anno foi-nos dito pela Exma Meza que os serviços teriam <strong>de</strong> ser talvez<br />
interrompi<strong>dos</strong>, durante algum t<strong>em</strong>po, até que o contracto obtivesse a <strong>de</strong>vida approvação da<br />
autorida<strong>de</strong> superior, mas que n'este caso a Exma.Meza nos in<strong>de</strong>mnisaria <strong>dos</strong> prejuizos causa<strong>dos</strong><br />
por essa interrupção.<br />
No fim <strong>de</strong>sse mesmo mez <strong>de</strong> Junho receb<strong>em</strong>os or<strong>de</strong>m para suspen<strong>de</strong>r os trabalhos, allegando-se que<br />
algumas pessoas que se oppunham á execução d'esta obra, tinham promovido umas intrigas e que<br />
a Exma Meza se via na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer approvar o projecto e orçamento pela autorida<strong>de</strong><br />
superior do Distrito, <strong>em</strong> vista do que foram os trabalhos suspensos <strong>em</strong> 2 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1898.<br />
Em seguida fomos procura<strong>dos</strong> no nosso escriptorio, no Porto, por um m<strong>em</strong>bro e <strong>de</strong>legado da<br />
Exma.Meza, que nos <strong>de</strong>clarou o seguinte: «A Meza é obrigada a apresentar a planta e orçamento á<br />
approvação do Chefe do Districto, e pôr a execussão da obra a concurso», ao que atalhamos logo:<br />
qu<strong>em</strong> n<strong>em</strong> nos sujeitávamos ao concurso, n<strong>em</strong> faziamos o projecto e orçamento, para ser<strong>em</strong><br />
approva<strong>dos</strong> pelas Obras Publicas, porque a obra <strong>em</strong> questão era uma especialida<strong>de</strong> alli pouco<br />
conhecida.<br />
A esta formal <strong>de</strong>claração disse-nos o mesmo cavalheiro que tudo isto era proforma, pois que toda a<br />
Meza ficava certa <strong>de</strong> que a obra havia <strong>de</strong> ser feita segundo as condições primitivas, e que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
approvada superiormente, nada teríamos que ver com os <strong>de</strong>talhes e orçamentos que era preciso<br />
apresentar actualmente.<br />
93