O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em - Repositório ...

DOC. N° 75
1895 . Maio . 5.
Arrematação da segunda torre
"Actas das Sessões ... 1880-1895", fl.72v.-74v.
«Sessão de 5 Maio de 1895
Aos cinco dias do mês de Maio de mil oitocentos noventa e cinco se reuniram pelas dez horas do
dia no Real Sanctuário de Nossa Senhora dos Remédios os mesários abaixo assignados sob a
presidência do secretário, servindo de Juiz o Snr. Joaquim José da Costa Júnior que abrindo a
sessão disse que o fim da reunão era dar cumprimetos à deliberação que a Mesa tomara em sessão
de quinze d" Abril próximo findo, fazendo annunciar a arrematação da parte que falta para ultimar
a 2 a torre já construída até às varandas do corpo das sineiras, obra esta que era reclamada pela
urgentíssima necessidade de resguardar a parte construída da acção destruidora do tempo imposta
pelos desejos ardentes de todos os devotos que concorriam com as suas valiosas esmolas para este
melhoramento desde há muito iniciado. Que a arrematação tinha sido annunciada por publicação
efectuada nos jornais "Progresso" números 515 e 516 e "Correio de Lamego" números 187 e 188
bem assim por edital affixado no Real Sanctuário nos termos seguintes: Real Irmandade de Nossa
Senhora Dos Remédios:
Faz-se público que, no dia cinco de Maio de mil oitocentos noventa e cinco, proceder-se-há
arrematação da parte que falta à conclusão da segunda torre. O concurso será público e
realizar-se-há no adro do Real Sanctuário no dia já indicado, pelas dez horas da manhã. Os
concorrentes farão as suas propostas em carta fechada dirigida ao annunciante declarando o
mínimo preço porque se compromettem a ultimar a torre, e que se sujeitão às condições que
estão patentes na thesouraria todos os dias úteis, desde as dez horas da manhã às cinco horas
da tarde, onde se darão todos os esclarecimentos. Lamego, secretaria da Real Irmandade de
Nossa Senhora dos Remédios, 18 (dezoito) de Abril de mil oitocentos noventa e cinco. O Juiz
interino, (a) Joaquim José da Costa Júnior.
Nesta conformidade convidava os interessados a apresentarem as suas propostas sendo então
entregues as seguintes que foram abertas e lidas pela ordem d'apresentaçao. A primeira proposta
era assignada pelo Snr. José Guedes Pinto Júnior, pela quantia de 10:000$000 reis; a segunda por
o Snr. José Luis Perpétua indicando a importância de 6:200$000 reis e a terceira pelo senhor
Franscisco de Carvalho por 5:700$000 reis todos os proponentes declaravam ter examinado as
condições apresentadas pela Mesa e se obrigavam a ellas. Sendo seguidamente aberta a licitação
sobre o menor lanço offerecido, segundo a condição 3 a e depois de estar aberta o preço por espaço
de uma hora adjudicada a obra ao Snr. José Luís Perpétua que em último e mínimo lanço se
obrigou a concluir a torre pela quantia de 5:300$000 reis (cinco contos e trezentos mil reis)
sujeitando-se egualmente as condições constantes do contrato que provisoriamente se estabeleceu
até à obtenção da sancção da authoridade competente, e são: I a a arrematação realizar-se-há no
adro do Real Sanctuário no dia 5 de Maio de 1895 corrente anno pelas 10 horas. De manhã perante
a Mesa reunida; 2 a o concurso será público e a licitação dar-se-há entre os concorrentes que
apresentem as suas propostas em carta fechada declarando que sujeitam às condições estatuídas; 3 a
Servirá de base à licitação o menor preço proposto; 4 a Na uhimação da torre o arrematante
conformar-se- há com o risco e belleza architetónica da torre concluída; 5 a Toda a pedra que se
empregar na construcção será de cantaria da mais fina e de maior duração; 6 a A parte restante da
torre que se arremata, estará concluída e bem acabada dentro de três annos a contar do dia em que
se converta em definitivo o contracto provisório; 7 a A obra ficará sujeito à fiscalisação das Mesas
administrativas que poderão encarregar pessoa idónea e com conhecimentos profissio-nais para
examinar não só a qualidade dos materiais empregados, mas também o trabalho artístico e a
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