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fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

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Aqui faremos referência a dois tópicos clássicos no estudo do conceito <strong>de</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong>,<br />

que são a <strong>verda<strong>de</strong></strong> como medida e a fundamentação lógica da <strong>verda<strong>de</strong></strong>. A primeira ques-<br />

tão é característica da concepção da <strong>verda<strong>de</strong></strong> na filosofia antiga, a segunda é típica da<br />

filosofia mo<strong>de</strong>rna.<br />

a) a <strong>verda<strong>de</strong></strong> como medida (metron)<br />

- Enquanto se manifesta ao sujeito e é acolhido no logos do sujeito, o ser torna-se<br />

a medida objetiva do logos e, como tal, é capaz <strong>de</strong> ser expresso pelo logos que passa,<br />

por sua vez, a <strong>de</strong>terminar o modo <strong>de</strong> manifestação do ser. O logos é pensamento e lin-<br />

guagem e, dos muitos modos <strong>de</strong> acolhimento do ser no logos, resulta a pluralida<strong>de</strong> das<br />

formas <strong>de</strong> expressão da <strong>verda<strong>de</strong></strong> no pensamento e na linguagem. A <strong>verda<strong>de</strong></strong> como medi-<br />

da é, pois, a <strong>verda<strong>de</strong></strong> <strong>para</strong>-nós, que somos sujeitos finitos e temos como horizonte trans-<br />

cen<strong>de</strong>ntal do nosso pensamento e da nossa linguagem o horizonte do ser na sua <strong>verda<strong>de</strong></strong>.<br />

Nessa sua primeira manifestação, ou seja como medida relativa a um sujeito finito, a<br />

<strong>verda<strong>de</strong></strong> apresenta <strong>uma</strong> dupla face:<br />

- o lado da normativida<strong>de</strong> do objeto ou do ser, enquanto medida objetiva do nosso<br />

conhecer. Esse aspecto está implicado na <strong>de</strong>finição clássica do conhecimento: "conhecer<br />

é tornar-se o outro enquanto outro" (cognoscere est fieri aliud inquantum aliud).<br />

- o lado da reciprocida<strong>de</strong> do sujeito que, na sua finitu<strong>de</strong>, acolhe o ser sob formas e<br />

modos diversos, dando origem a níveis do conhecimento (sensível e intelectual) e a <strong>uma</strong><br />

pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas entre as quais Aristóteles <strong>de</strong>tectou três fundamentais: teórico,<br />

prático e poético. A elas correspon<strong>de</strong>m formas diversas <strong>de</strong> pensar e dizer o ser, ou seja,<br />

formas diversas <strong>de</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong> e <strong>de</strong> linguagem. A auto-diferenciação do logos é um proces-<br />

so fundamental da nossa ativida<strong>de</strong> cognoscitiva. O aspecto da receptivida<strong>de</strong> é expresso<br />

no axioma clássico: "O conhecido está no cognoscente segundo o modo do cognoscen-<br />

te" (cognitum est in cognoscente secundum modum cognoscentis).<br />

Se o ser é <strong>uma</strong> medida relativa <strong>para</strong> nós como sujeitos finitos, colocou-se já nos<br />

inícios da história da filosofia o problema da medida absoluta pois, caso contrário, a<br />

<strong>verda<strong>de</strong></strong> ficaria irremediavelmente relativizada e suas formas passariam a constituir <strong>uma</strong><br />

pluralida<strong>de</strong> irredutível a qualquer unida<strong>de</strong>, a não ser nominal. O problema da medida<br />

absoluta aponta finalmente <strong>para</strong> a posição da <strong>verda<strong>de</strong></strong> como i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> absoluta do ser e

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