17.04.2013 Views

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1984, v. 1, pp. 25-50). Num sentido amplo as <strong>ciência</strong>s empírico-formais são <strong>ciência</strong>s da<br />

natureza, as <strong>ciência</strong>s hermenêuticas são <strong>ciência</strong>s do homem, enquanto, pela cultura, so-<br />

brepõe-se à natureza. Não é <strong>uma</strong> distinção rígida porque, entre a natureza e o homem,<br />

mesmo como ser cultural, <strong>de</strong>scobre-se <strong>uma</strong> continuida<strong>de</strong> profunda. Mas é <strong>uma</strong> distinção<br />

que se justifica tanto epistemologicamente quanto didaticamente.<br />

Na nossa exposição vamos tratar apenas das <strong>ciência</strong>s empírico-formais. Essa esco-<br />

lha tem sua razão <strong>de</strong> ser antes <strong>de</strong> tudo no fato <strong>de</strong> que as <strong>ciência</strong>s empírico-formais foram<br />

as primeiras historicamente a se constituir como <strong>ciência</strong>s no sentido mo<strong>de</strong>rno. Em se-<br />

gundo lugar porque elas permanecem, <strong>de</strong> certa maneira, como o arquétipo do saber ci-<br />

entífico e exercem <strong>uma</strong> po<strong>de</strong>rosa atração sobre as <strong>ciência</strong>s hermenêuticas. Em terceiro<br />

lugar porque <strong>para</strong> tratar do tema "<strong>ciência</strong> h<strong>uma</strong>nas e <strong>fé</strong>" seria necessário, provavelmen-<br />

te, outra palestra. O aspecto que nos interessa nas <strong>ciência</strong>s empírico-formais não é, evi-<br />

<strong>de</strong>ntemente, o seu conteúdo mas a sua estrutura ou, em última análise, a forma <strong>de</strong> ver-<br />

da<strong>de</strong> que elas visam enunciar e a linguagem que empregam <strong>para</strong> essa enunciação.<br />

Como a própria <strong>de</strong>signação sugere, a estrutura básica das <strong>ciência</strong>s empírico-<br />

formais consta <strong>de</strong> dois componentes:<br />

- o campo empírico on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>tectam, por procedimentos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> observa-<br />

ção e experimentação, os fatos científicos a serem integrados no corpo teórico da ciên-<br />

cia.<br />

- a linguagem formal na qual se exprimirão os fatos e que será <strong>uma</strong> linguagem ló-<br />

gico-matemática.<br />

Observamos que todo conhecimento h<strong>uma</strong>no é, <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong> maneira, a expressão <strong>de</strong> um<br />

dado empírico n<strong>uma</strong> forma <strong>de</strong> pensamento e linguagem. O que justifica o qualificativo<br />

"empírico-formal" <strong>para</strong> a mo<strong>de</strong>rna <strong>ciência</strong> da natureza são o tipo <strong>de</strong> observação a que a<br />

natureza é submetida e as peculiarida<strong>de</strong>s da forma lógico-matemática da sua linguagem.<br />

Examinemos, pois, os componentes estruturais da <strong>ciência</strong> empírico-formal:<br />

- o campo empírico da <strong>ciência</strong> - Compreen<strong>de</strong> o domínio da natureza no sentido<br />

mo<strong>de</strong>rno do termo. Convém, com efeito, distinguir entre a noção <strong>de</strong> "natureza" empre-<br />

gado na linguagem ordinária, o conceito <strong>de</strong> "natureza" (physis) da filosofia antiga, que<br />

;é propriamente um conceito filosófico, e o conceito <strong>de</strong> "natureza" próprio da <strong>ciência</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!