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fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

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<strong>de</strong>senvolvido pelos esforços conjuntos <strong>de</strong> toda <strong>uma</strong> geração <strong>de</strong> físicos teóricos a partir<br />

da <strong>de</strong>scoberta do quantum universal da ação por Planck em 1901, é que se conseguiu<br />

<strong>uma</strong> <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> <strong>uma</strong> imensa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados experimentais referentes<br />

às proprieda<strong>de</strong>s físicas e químicas da matéria. Além disso, adaptando o formalismo às<br />

exigências relativísticas, foi possível expandir os limites da Mecânica Quântica à <strong>de</strong>s-<br />

crição das proprieda<strong>de</strong>s das partículas elementares e dos núcleos atômicos. O formalis-<br />

mo quântico não admite as interpretações pictóricas a que estamos acost<strong>uma</strong>dos no nos-<br />

so cotidiano; ele tem por objetivo direto o <strong>de</strong> estabelecer entre as observações obtidas<br />

em condições bem <strong>de</strong>finidas. Como, num dado arranjo experimental, diferentes proces-<br />

sos quânticos individuais po<strong>de</strong>m ocorrer competitivamente, essas relações são <strong>de</strong> caráter<br />

intrinsecamente probabilístico, e não <strong>de</strong>terminístico como em toda a Física Clássica. O<br />

Princípio da Incerteza <strong>de</strong> Heisenberg expressa esse caráter probabilístico através da a-<br />

firmação <strong>de</strong> que, contrariamente ao estabelecido pala Física Clássica, é impossível me-<br />

dir a posição e a velocida<strong>de</strong> (ou a energia e o tempo) <strong>de</strong> <strong>uma</strong> partícula com precisão<br />

arbitrariamente gran<strong>de</strong>. Neste contexto, fala-se às vezes em "perturbação dos fenômenos<br />

pela observação". O reconhecimento <strong>de</strong> que a interação entre os instrumentos <strong>de</strong> medida<br />

e os sistemas físicos investigados constitui <strong>uma</strong> parte integrante dos fenômenos quânti-<br />

cos não só revelou <strong>uma</strong> limitação da concepção mecânica da Natureza, como também<br />

nos forçou a prestar a <strong>de</strong>vida atenção às condições <strong>de</strong> observação. Na <strong>verda<strong>de</strong></strong>, a Mecâ-<br />

nica Quântica como que elevou a observação a um novo status, no sentido <strong>de</strong> que temos<br />

<strong>de</strong> admitir que não existe realida<strong>de</strong> sem observador.<br />

Com isso, atingimos, a meu ver, o último gran<strong>de</strong> corte na História das Ciências Fí-<br />

sicas, que, como os anteriores, <strong>de</strong>ixou marcas profundas na própria história do pensa-<br />

mento h<strong>uma</strong>no. (E não se esqueçam que sequer mencionei aqueles ocorridos em outros<br />

ramos da Ciência como a Biologia e a Química).<br />

Mas, cabe, ainda as perguntas:<br />

- Qual será o próximo gran<strong>de</strong> corte?<br />

- De on<strong>de</strong> virá este corte?<br />

- O que este corte po<strong>de</strong>rá nos trazer na nossa busca da <strong>verda<strong>de</strong></strong>?<br />

- Haverá, <strong>de</strong> fato, um novo gran<strong>de</strong> corte?

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