17.04.2013 Views

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ou do discurso, na dicção com que o sujeito se inter-comunica com outros sujeitos, tor-<br />

nando-se a <strong>verda<strong>de</strong></strong> <strong>uma</strong> manifestação inter-subjetiva do ser no âmbito do consenso.<br />

Essa dicção da <strong>verda<strong>de</strong></strong>, por sua vez, manifesta-se em várias formas (<strong>verda<strong>de</strong></strong> teórica,<br />

<strong>verda<strong>de</strong></strong> prática, <strong>verda<strong>de</strong></strong> religiosa, <strong>verda<strong>de</strong></strong> científica, etc...)<br />

- plano antológico - A <strong>verda<strong>de</strong></strong> é, ao mesmo tempo, atributo do ser e atributo do<br />

discurso. Ela é dita pelo sujeito, locutor do discurso, normalmente como expressão do<br />

ser. Mas como fazer coincidir a <strong>verda<strong>de</strong></strong> do ser e a <strong>verda<strong>de</strong></strong> da linguagem? Ou ainda: há<br />

<strong>uma</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong> da linguagem in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da <strong>verda<strong>de</strong></strong> do ser? Aqui o plano ontoló-<br />

gico se prolonga na sua dimensão gnoseológica ouepistemológica. Eis um dos proble-<br />

mas mais discutidos no campo da questão que nos ocupa e sobre cuja solução, que aqui<br />

pressupomos, ou seja, a da correspondência entre a linguagem da <strong>verda<strong>de</strong></strong> e o ser, re-<br />

pousam, em s<strong>uma</strong>, as reflexões que iremos propor a propósito da relação entre <strong>verda<strong>de</strong></strong><br />

da <strong>ciência</strong> e <strong>verda<strong>de</strong></strong> da <strong>fé</strong>.<br />

A interrogação fundamental que se nos apresenta é a seguinte: como conciliar a<br />

unida<strong>de</strong> da <strong>verda<strong>de</strong></strong> (sem a qual a realida<strong>de</strong> se nos apresentaria em estado caótico) e a<br />

pluralida<strong>de</strong> das <strong>linguagens</strong> ou das dicções do ser, imposta pela estrutura plural da nossa<br />

experiência da realida<strong>de</strong>?<br />

b) Unida<strong>de</strong> da <strong>verda<strong>de</strong></strong> e pluralida<strong>de</strong> das <strong>linguagens</strong><br />

Para cada um <strong>de</strong>sses termos do problema po<strong>de</strong>mos também distinguir três planos:<br />

- unida<strong>de</strong> da <strong>verda<strong>de</strong></strong><br />

- plano lógico - É o plano do uso correto dos critérios ou regras que tornam o dis-<br />

curso <strong>verda<strong>de</strong></strong>iro do ponto <strong>de</strong> vista sobretudo da sua coerência (estrutura lógica) e da sua<br />

a<strong>de</strong>quação ao objeto do discurso (estrutura gnoseológica ou epistemológica). É também<br />

o plano no qual se situa a questão clássica da <strong>de</strong>finição da <strong>verda<strong>de</strong></strong> (genitivo objetivo)<br />

com o qual se ocupam as recentes teorias da <strong>verda<strong>de</strong></strong> (ver - plano antropológico - Nele<br />

se situa o problema da intenção da <strong>verda<strong>de</strong></strong> no sujeito e que assegura a sua unida<strong>de</strong> co-<br />

mo sujeito <strong>verda<strong>de</strong></strong>iro. É objeto preferencial das fenomenologias da <strong>verda<strong>de</strong></strong> na filosofia<br />

recente. Sem essa intenção <strong>de</strong>saparecida, evi<strong>de</strong>ntemente, o problema da <strong>verda<strong>de</strong></strong> pois<br />

<strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> ser um problema <strong>para</strong>-nós. Tal foi, por exemplo, a pretensão da doutrina<br />

sofista do "tudo é <strong>verda<strong>de</strong></strong>iro" (pant'alethê), examinada por Platão no diálogo Teeteto.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!