17.04.2013 Views

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

existência h<strong>uma</strong>na como abertura tanto antológica quanto ética a um Absoluto que a<br />

interpela no exercício da sua linguagem e da sua liberda<strong>de</strong> e po<strong>de</strong> a ela revelar-se como<br />

Palavra <strong>de</strong> salvação. Mas a esse preâmbulo <strong>de</strong> <strong>uma</strong> antropologia teológica não é possí-<br />

vel aqui senão um breve aceno.<br />

Se nos reportarmos agora à análise da nossa primeira parte veremos que, na sua<br />

estrutura ontológica, a <strong>verda<strong>de</strong></strong> da <strong>fé</strong> apresenta a característica única <strong>de</strong> <strong>uma</strong> manifesta-<br />

ção do ser como Absoluto pessoal, o que a torna em nós <strong>uma</strong> atitu<strong>de</strong> também eminen-<br />

temente pessoal <strong>de</strong> livre resposta a um anúncio e um apelo que nos atingem na raiz do<br />

nosso próprio ser. E na sua estrutura lógica a <strong>verda<strong>de</strong></strong> da <strong>fé</strong> não é <strong>uma</strong> medida abstrata<br />

da nossa inteligência nem se funda em critérios <strong>de</strong> evidência ou <strong>de</strong>monstração. A lógica<br />

da <strong>fé</strong> é a lógica da nossa existência na sua or<strong>de</strong>nação constitutiva ao Absoluto pessoal<br />

que se manifesta como Amor, mas ao qual não nos abrimos senão no acolhimento <strong>de</strong><br />

um Dom absolutamente gratuito.<br />

CONCLUSÃO<br />

Nossas reflexões até aqui se <strong>de</strong>senvolvem em torno <strong>de</strong>sse fenômeno fundamental<br />

da nossa existência que é a correlação estrutural entre a <strong>verda<strong>de</strong></strong> e a linguagem e a sua<br />

diferenciação original em formas <strong>de</strong> linguagem e correspon<strong>de</strong>ntes formas <strong>de</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong>, e<br />

em torno da relação entre <strong>ciência</strong> e <strong>fé</strong> do ponto <strong>de</strong> vista da sua linguagem e da sua ver-<br />

da<strong>de</strong>. O problema da unida<strong>de</strong> subjacente à <strong>verda<strong>de</strong></strong> e linguagem da <strong>ciência</strong> e à <strong>verda<strong>de</strong></strong> e<br />

linguagem da <strong>fé</strong>, traçou o roteiro da nossa exposição. <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>screvermos a estrutu-<br />

ra das <strong>duas</strong> <strong>linguagens</strong> e das <strong>duas</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong>s, estaríamos pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> propor <strong>uma</strong><br />

solução satisfatória a um problema que figura entre os mais característicos da situação<br />

do cristão no mundo mo<strong>de</strong>rno? Eis a pergunta a que tentaremos brevemente respon<strong>de</strong>r<br />

na nossa conclusão.<br />

Vimos na primeira parte que toda expressão da <strong>verda<strong>de</strong></strong> ou toda linguagem verda-<br />

<strong>de</strong>ira se constitui em torno <strong>de</strong> um núcleo estrutural fundamental no qual se distinguem<br />

dois componentes, o ontológico e o lógico. A partir <strong>de</strong>sse núcleo assistimos ao fenôme-<br />

no a um tempo histórico e epistemológico <strong>de</strong> <strong>uma</strong> diferenciação <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> lingua-<br />

gem e <strong>verda<strong>de</strong></strong> que é proporcional ao próprio fenômeno da auto-diferenciação da razão<br />

(Sobre esse tema ver o artigo Ética e Razão mo<strong>de</strong>rna, Síntese, 68 (1995): 53-85; ver pp.<br />

58-63). Formam-se então o que po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>nominar mundos <strong>de</strong> linguagem e <strong>verda<strong>de</strong></strong>,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!