fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...
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4. Verda<strong>de</strong> como participação - O evento h<strong>uma</strong>no da <strong>verda<strong>de</strong></strong> como<br />
abertura e participação em face da Verda<strong>de</strong> infinita e envolvente <strong>de</strong> Deus,m le-<br />
vando o indivíduo h<strong>uma</strong>no a <strong>de</strong>scobrir no ato da inteligência <strong>uma</strong> confissão (e<br />
<strong>uma</strong> oração).<br />
Essa Introdução nos mostra, embora <strong>de</strong> modo muito resumido, o amplo campo a-<br />
berto diante <strong>de</strong> nós, quando nos dispomos a refletir sobre esse aparentemente simples<br />
evento na nossa vida que é o <strong>de</strong>scobridor a <strong>verda<strong>de</strong></strong> (inteligência) e dizer a <strong>verda<strong>de</strong></strong> (li-<br />
berda<strong>de</strong>), mostrando-o como sendo constitutivamente um evento existencial, intelectual<br />
e moral.<br />
PRIMEIRA PARTE - Camponeses estruturais do conceito <strong>de</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong><br />
Nessa 1ª parte vamos fazer <strong>uma</strong> breve exposição da estrutura do fenômeno verda-<br />
<strong>de</strong>, fixando-nos nas suas componentes fundamentais que são a <strong>verda<strong>de</strong></strong> do objeto ou do<br />
ser, e a <strong>verda<strong>de</strong></strong> do sujeito. Essa distinção é <strong>uma</strong> distinção inicial <strong>para</strong>-nós, pois veremos<br />
que em-si, <strong>verda<strong>de</strong></strong> do objeto e <strong>verda<strong>de</strong></strong> do sujeito <strong>de</strong>vem coincidir n<strong>uma</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
absoluta no sujeito infinito que é Deus. Observe-se que, <strong>para</strong> falar <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong> do<br />
ser h<strong>uma</strong>no <strong>de</strong> pressupor que o ser seja essencialmente manifestação, e que o lugar ori-<br />
ginal <strong>de</strong>ssa manifestação seja a nossa palavra ou discurso, em s<strong>uma</strong>, a nossa linguagem<br />
(logos). Por isso falamos da <strong>verda<strong>de</strong></strong> do seu como <strong>verda<strong>de</strong></strong> anto-lógica. E a <strong>verda<strong>de</strong></strong> do<br />
sujeito será <strong>uma</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong> lógica, ou seja, será o logos do sujeito como <strong>verda<strong>de</strong></strong>iro, ou<br />
como lugar da manifestação da <strong>verda<strong>de</strong></strong> do ser. Fique aqui apenas assinalada a impor-<br />
tância filosófica do conceito <strong>de</strong> manifestação, já ressaltado por Platão ao escolher o ter-<br />
mo idéia <strong>para</strong> <strong>de</strong>signar o ser na sua <strong>verda<strong>de</strong></strong> primordial.<br />
1. Estrutura ontológica do conceito <strong>de</strong> <strong>verda<strong>de</strong></strong><br />
Trata-se, pois, <strong>de</strong>sse aspecto do evento <strong>verda<strong>de</strong></strong> que é a manifestação do ser, e que<br />
<strong>de</strong>vemos ver sugerido pelo tempo grego <strong>de</strong> "<strong>verda<strong>de</strong></strong>" (alétheia: <strong>de</strong>svalamento, manifes-<br />
tação). Um simples exame semântico do termo "manifestação" nos mostra que se trata<br />
<strong>de</strong> um termo relativo: manifestação a... ou manifestação <strong>para</strong>... e que, originalmente, a<br />
manifestação é <strong>uma</strong> manifestação <strong>para</strong>-nós. Mas <strong>uma</strong> reflexão metafísica mais profun-<br />
da, que aqui não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>senvolver, nos mostra que a manifestação relativa pressu-<br />
põe que o ser seja, radicalmente, auto-manifestação, ou se manifeste absolutamente a si