fé e ciência: duas linguagens para uma verdade - Centro Loyola de ...
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tinho). O problema mo<strong>de</strong>rno da fundamentação lógica da <strong>verda<strong>de</strong></strong>, conhecido como teo-<br />
ria da <strong>verda<strong>de</strong></strong>, surge num espaço teórico pós-metafísico, e proce<strong>de</strong> da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
justificar logicamente a atribuição da <strong>verda<strong>de</strong></strong> a um pensamento finito e originalmente<br />
encerrado na sua imanência. A posição <strong>de</strong>sse problema contém um <strong>para</strong>doxo que é o <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>finir o "mesmo" pelo "mesmo" (i<strong>de</strong>m per i<strong>de</strong>m) ou o <strong>de</strong>finiendum pelo próprio <strong>de</strong>fini-<br />
endum (a <strong>verda<strong>de</strong></strong> pela <strong>verda<strong>de</strong></strong>), <strong>para</strong>doxo resolvido classicamente pela distinção entre<br />
linguagem-objeto (a <strong>verda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>finienda) e a meta-linguagem (a <strong>verda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>finiens). No<br />
seu livro Wahrheitstheorien in <strong>de</strong>r neuerem Philosophie, Darmstadt, Wissenschaftliche<br />
Buchgesellschaft, 1978) L. B. Puntel distingue as diversas teorias da <strong>verda<strong>de</strong></strong> correntes<br />
na literatura filosófica contemporânea (com exceção das teorias fenomenológicas, às<br />
quais já nos referimos). São elas:<br />
- teoria da correspondência, nas quais se incluem a <strong>de</strong>finição clássica, atribuída na<br />
I. M. a Isaac Israeli (Veritas est a<strong>de</strong>quatio intellectus et rei ou ad rem); a teoria materia-<br />
lista do reflexo, e a teoria lógico-empírica da imagem.<br />
- teoria semântica da <strong>verda<strong>de</strong></strong> ilustrada sobretudo pelo lógico polonês A. Tarski.<br />
- teoria lingüístico-analítica, <strong>de</strong>senvolvida pela filosofia analítica anglo-saxônica<br />
(Ramsey, A. J. Ayer, Strawson e outros).<br />
- teoria inter-subjetiva da <strong>verda<strong>de</strong></strong>, originada no pragmatismo <strong>de</strong> Chj. S. Peirce e<br />
<strong>de</strong>senvolvida por J. Habermas, com <strong>uma</strong> versão dialógica pela chamada "escola <strong>de</strong> Er-<br />
langen" (P. Lorenzen).<br />
- teoria da <strong>verda<strong>de</strong></strong> como coerência - proposta, entre outros, pelo filósofo e lógico<br />
americano N. Rescher. O próprio L. Puntel aperfeiçoou essa teoria no seu recente livro<br />
Grundlagen einer Theorie <strong>de</strong>r Wahrheit, Berlim, W. <strong>de</strong> Gruyter, 1990.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista antropológico po<strong>de</strong>ríamos falar igualmente <strong>de</strong> <strong>uma</strong> experiência<br />
poética da <strong>verda<strong>de</strong></strong>, sobre a qual ver Antropologia Filosófica, II (2ª ed.), São Paulo, Lo-<br />
yola, 1995, pp. 102-105.