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bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

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obstáculo existente para a popularização <strong>do</strong> livro: contava-se também com a ausência <strong>de</strong><br />

lazeres nas classes sociais mais numerosas, com a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> luz durante a noite e com a<br />

falta <strong>de</strong> bibliotecas que disponibilizass<strong>em</strong> o <strong>em</strong>préstimo <strong>de</strong> livros. Os leitores <strong>em</strong> potencial no<br />

século XVIII eram os nobres, os burgueses e, principalmente, as mulheres. Aos homens eram<br />

reservadas outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> entretenimento como a caça, a vida noturna, o álcool e a<br />

bo<strong>em</strong>ia. Estes são fatores que <strong>de</strong>terminaram o sucesso ou o fracasso, <strong>em</strong> cada época, <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um gênero literário.<br />

A composição das histórias, das personagens e suas experiências estão <strong>em</strong> consonância com a<br />

vida real <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>. O autor, como parte da socieda<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ignorar o público<br />

que o lê. Segun<strong>do</strong> Sartre 3 , ele é cúmplice <strong>do</strong> seu público. O romancista busca nos mo<strong>de</strong>los<br />

reais <strong>de</strong> vivência a inspiração, as idéias, as características que moldarão a sua obra. O leitor,<br />

na mesma proporção, <strong>em</strong> posição inversa, busca o <strong>de</strong>vaneio, a fuga, às vezes o abrigo <strong>de</strong> sua<br />

situação real na ficção inventada pelo autor, sorven<strong>do</strong> assim, uma recriação da própria<br />

imag<strong>em</strong> da vida real. Tornam-se, então, cúmplices nesse processo “autor-criação-obra-leitor”.<br />

O século XIX foi test<strong>em</strong>unha <strong>de</strong> uma expansão no campo da educação e da instrução, o que<br />

proporcionou um aumento consi<strong>de</strong>rável <strong>do</strong> público leitor. O custo <strong>do</strong>s livros foi reduzi<strong>do</strong><br />

graças às máquinas rotativas <strong>de</strong> impressão e os jornais passaram a veicular o romancefolhetim,<br />

proporciona<strong>do</strong> pelo aumento das vendagens <strong>de</strong> jornais. Esta forma <strong>de</strong> literatura<br />

compôs, por muito t<strong>em</strong>po, o único contato literário entre as pessoas <strong>de</strong> renda mais baixa, da<strong>do</strong><br />

o seu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> divulgação.<br />

O século XX veio trazer ao romance um fenômeno cultural n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre positivo: a<br />

massificação. As vendas cresceram e a diversida<strong>de</strong> da criação impressa <strong>de</strong>stinada ao romance<br />

proliferou <strong>de</strong> tal maneira (com os livros <strong>de</strong> bolso, impressos <strong>em</strong> paperback, por ex<strong>em</strong>plo) que<br />

exerceu uma nova força comercial aos livros, popularizan<strong>do</strong> a leitura. Essa massificação<br />

generalizou o estilo romance, fazen<strong>do</strong> com que circulasse por to<strong>do</strong>s os lugares comuns, como<br />

quiosques, bancas <strong>de</strong> jornal, estações <strong>de</strong> tr<strong>em</strong>, aeroportos, postos <strong>de</strong> venda, etc. Criou-se um<br />

espaço amplo à aparição t<strong>em</strong>ática extr<strong>em</strong>amente variada, muitas vezes, não obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a<br />

rigores literários, mas difundin<strong>do</strong>-se com rapi<strong>de</strong>z. Encontram-se os romances policiais,<br />

romances <strong>de</strong> espionag<strong>em</strong> e contos eróticos, entre outros.<br />

3 SARTRE, Jean-Paul. Qu’est-ce que la literature? Paris: Gallimard, 1964.<br />

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