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bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

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Consi<strong>de</strong>ra ainda que o fator mais importante instala-se no princípio <strong>de</strong> que a relação <strong>do</strong><br />

narra<strong>do</strong>r com a diegese e, conseqüent<strong>em</strong>ente, com o narratário, se estabelece <strong>em</strong> vários níveis,<br />

senti<strong>do</strong>s e conteú<strong>do</strong>s diferencia<strong>do</strong>s, ainda que inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes conforme o aspecto da<br />

estrutura romanesca escolhi<strong>do</strong> pelo autor/narra<strong>do</strong>r. A terminologia selecionada para este<br />

trabalho está baseada na apresentação proposta por Aguiar e Silva, levan<strong>do</strong> <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a<br />

classificação nominativa <strong>de</strong> Gérard Genette.<br />

Outro el<strong>em</strong>ento importante no estu<strong>do</strong> das categorias da narrativa é o espaço. Reis (1995)<br />

começa <strong>de</strong>screven<strong>do</strong>-o como o conjunto <strong>de</strong> componentes físicos que darão lugar ou que<br />

servirão <strong>de</strong> cenário para o <strong>de</strong>senvolvimento da história, tais como <strong>de</strong>corações, campos,<br />

cida<strong>de</strong>s, casas, interiores <strong>de</strong> construções, objetos, etc. Em segun<strong>do</strong> plano, o conceito <strong>de</strong><br />

espaço po<strong>de</strong> ser compreendi<strong>do</strong> <strong>em</strong> senti<strong>do</strong> metafórico, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> abranger tanto os ambientes<br />

sociais quanto os ambientes psicológicos.<br />

A <strong>de</strong>scrição espacial po<strong>de</strong> assumir uma gama <strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o gosto <strong>de</strong> cada<br />

romancista: este po<strong>de</strong> optar por gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong> espaço, como também a pequenos<br />

recantos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. O que importa é que <strong>de</strong> qualquer representação espacial pod<strong>em</strong> se<br />

manifestar muitas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interpretação. Reis (1995) argumenta que este aspecto é<br />

bastante vivo <strong>em</strong> romancistas que ficaram conheci<strong>do</strong>s por suas <strong>de</strong>scrições espaciais; cita Eça<br />

<strong>de</strong> Queiroz como o romancista <strong>de</strong> Lisboa e Camilo Castelo Branco como o romancista <strong>do</strong><br />

Porto, pelas comuns representações <strong>de</strong> cenários urbanos portugueses que escolheram. O<br />

espaço não é disposto <strong>de</strong> forma fixa ou imutável. Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se ao longo da narrativa<br />

acompanhan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>curso da história ou o <strong>de</strong>sabrochamento <strong>de</strong> personagens. O estudioso<br />

afirma que à medida que o espaço vai se particularizan<strong>do</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, recebe uma maior<br />

carga <strong>de</strong>scritiva que irá incr<strong>em</strong>entar seus significa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>correntes.<br />

Bourneuf & Ouellet (1976) explicam que o romancista s<strong>em</strong>pre fornece um mínimo <strong>de</strong><br />

indicações espaciais, sejam como pontos <strong>de</strong> referência, para instigar a imaginação <strong>do</strong> leitor,<br />

sejam como explorações metódicas <strong>do</strong>s lugares, a fim <strong>de</strong> lhes prover <strong>de</strong> um significa<strong>do</strong> extra.<br />

Afirmam ainda que o espaço está longe <strong>de</strong> ser apenas um el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong>corativo ou <strong>de</strong> cenário,<br />

pois se exprime <strong>em</strong> diferentes formas e se veste <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s múltiplos, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> até chegar a<br />

ser a razão <strong>de</strong> uma obra. Muitas vezes, o romancista <strong>de</strong>seja <strong>de</strong>sviar a visão <strong>do</strong> espaço para que<br />

o leitor não lhe dê atenção ou, simplesmente, por não ser relevante para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

narração. É um caso extr<strong>em</strong>o <strong>em</strong> que o romancista leva o leitor ao mistério, ao suspense,<br />

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