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bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

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atalhas e a solicitação <strong>do</strong> divórcio. Isso <strong>de</strong>nota uma característica igualitária entre os sexos,<br />

que <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhavam cargos e funções <strong>em</strong> comum.<br />

May (2002) esclarece que o culto a uma divinda<strong>de</strong> cria<strong>do</strong>ra, acima <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os outros <strong>de</strong>uses,<br />

não constitui uma exclusivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Celtas; outras culturas antigas também a utilizaram,<br />

como a Gran<strong>de</strong> Mãe, Ísis ou Astartéia (Istar). As qualida<strong>de</strong>s inalcançáveis da mulher, como a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar outro ser e a intuição f<strong>em</strong>inina, exerceram gran<strong>de</strong> fascínio nos povos<br />

antepassa<strong>do</strong>s. Sabe-se que o nível <strong>de</strong> informação sobre a concepção humana era bastante<br />

baixo e muitos pensavam que o el<strong>em</strong>ento masculino tinha pouca ou nenhuma participação<br />

neste processo. Daí a importância revela<strong>do</strong>ra da mulher que <strong>de</strong>tinha a função sagrada da<br />

reprodução.<br />

Encontran<strong>do</strong>-se com uma cultura tão diversa e estranha a sua, os povos <strong>do</strong> Mediterrâneo<br />

reagiram <strong>de</strong> maneira violenta à propagação da religiosida<strong>de</strong> celta. A Igreja Católica primitiva<br />

tentou apagar tu<strong>do</strong> o que lhe foi possível <strong>do</strong>s rituais célticos, catalogan<strong>do</strong>-os <strong>de</strong> “paganismo”.<br />

Os cristãos não admitiam o culto a mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>us; não o admitin<strong>do</strong> fora <strong>de</strong> t<strong>em</strong>plos construí<strong>do</strong>s<br />

especificamente para aquele fim. Tal idéia opõe-se à <strong>do</strong>s Celtas, que não aprovavam o culto a<br />

uma divinda<strong>de</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>plos construí<strong>do</strong>s por mãos humanas, não se consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> dignos <strong>de</strong> tal<br />

função. Os cristãos, por sua vez, também não aceitavam a participação f<strong>em</strong>inina na condução<br />

<strong>de</strong> cerimoniais religiosos, b<strong>em</strong> como <strong>em</strong> muitas das ativida<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong> importância.<br />

2.1.2 Os povos bárbaros<br />

A maioria <strong>do</strong>s historia<strong>do</strong>res atribui o nascimento <strong>do</strong> oci<strong>de</strong>nte medieval à <strong>de</strong>sintegração <strong>do</strong><br />

Império Romano. A ruína <strong>de</strong>ste que é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o maior império <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> duração e <strong>de</strong><br />

importância civilizacional trouxe vantagens e <strong>de</strong>svantagens. Segun<strong>do</strong> Le Goff (2005), Roma,<br />

apesar <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o seu progresso, manteve-se <strong>em</strong> permanente clausura, manten<strong>do</strong> seu povo<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> muralhas e impedin<strong>do</strong> a população <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se sob influências <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

exterior. Estruturalmente, não houve nenhum crescimento técnico inova<strong>do</strong>r, pois os romanos<br />

pautavam sua economia na guerra <strong>de</strong> pilhag<strong>em</strong> e conseguiam a mão-<strong>de</strong>-obra escrava através<br />

<strong>do</strong>s conflitos vitoriosos.<br />

Os romanos já traziam <strong>em</strong> seu íntimo uma característica propensa à estabilida<strong>de</strong> das<br />

instituições e ao conserva<strong>do</strong>rismo <strong>de</strong> suas tradições. É possível que entre os fatores que<br />

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