17.04.2013 Views

bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

menor verossimilhança alcançada pela obra <strong>de</strong>termina esta impressão no leitor. Tal sensação<br />

ocorre na leitura <strong>de</strong> obras cujas histórias não sejam fantásticas; a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> leitor com a<br />

personag<strong>em</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da concretização que sente <strong>em</strong> relação ao ambiente relata<strong>do</strong> no livro:<br />

quanto mais próximo <strong>do</strong> real, mais forte essa sensação <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>.<br />

As obras cujos conteú<strong>do</strong>s são mais irreais, por trazer<strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> sobrenatural,<br />

ativam a imaginação <strong>do</strong> leitor <strong>em</strong> outra direção, que não a <strong>do</strong> seu mun<strong>do</strong> real. Resi<strong>de</strong> neste<br />

processo a busca da fruição através <strong>de</strong> outra dimensão, que por sua vez, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita ou<br />

induzida por uma personag<strong>em</strong>. As personagens relacionam-se com os leitores. Existe uma<br />

troca <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s, durante o processo <strong>de</strong> leitura, que visa a produzir mais senti<strong>do</strong>s. Essa<br />

abordag<strong>em</strong> que enfoca a relação existente entre o leitor e a personag<strong>em</strong> prioriza o diálogo<br />

entre essas duas esferas. Antônio Cândi<strong>do</strong> e Anatol Rosenfeld são estudiosos que formulam<br />

uma <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> personag<strong>em</strong> como o meio <strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> certa relação entre o ser<br />

vivo e o ser fictício, fundamenta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> romance.<br />

1.3.1 Personag<strong>em</strong>: aspectos que estreitam a relação realida<strong>de</strong>-ficção<br />

Candi<strong>do</strong> (1985) reflete, primeiramente, que não há como isolar a importância da personag<strong>em</strong><br />

num romance. O enre<strong>do</strong> sobrevive graças às personagens e estas viv<strong>em</strong> no enre<strong>do</strong>. Há aqui<br />

uma relação <strong>de</strong> simbiose. A inter<strong>de</strong>pendência é favorável a ambos os el<strong>em</strong>entos que<br />

exprim<strong>em</strong> a essência <strong>do</strong> romance, “a visão da vida que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong>le” (p. 54), as idéias e os<br />

significa<strong>do</strong>s que lhe imprim<strong>em</strong> vigor. Portanto, o estudioso dispõe como os três principais<br />

el<strong>em</strong>entos da <strong>de</strong>senvolução novelística o enre<strong>do</strong>, as personagens e as idéias. Três el<strong>em</strong>entos<br />

indissociáveis <strong>em</strong> romances b<strong>em</strong> organiza<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> que o primeiro e o segun<strong>do</strong> representam o<br />

campo da matéria e o terceiro representa o significa<strong>do</strong>, os senti<strong>do</strong>s.<br />

Para Cândi<strong>do</strong> (1985), a personag<strong>em</strong> é, s<strong>em</strong> dúvida, um ser fictício, haven<strong>do</strong> nesta afirmação<br />

um para<strong>do</strong>xo. Como algo que não existe po<strong>de</strong> ser? Entretanto, a criação literária baseia-se<br />

neste para<strong>do</strong>xo e o probl<strong>em</strong>a da verossimilhança no romance <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

ser fictício simbolizar a realida<strong>de</strong>. Desta forma, o pesquisa<strong>do</strong>r assegura que há muitas<br />

afinida<strong>de</strong>s e divergências entre os <strong>do</strong>is seres e que estas são <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a relevância na<br />

produção <strong>do</strong> sentimento <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, ou seja, a verossimilhança.<br />

37

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!