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bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

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extradiegético e intradiegético. Quan<strong>do</strong> extradiegético, o narratário po<strong>de</strong> permanecer<br />

invisível, <strong>em</strong>bora sua presença seja facilmente percebida. Po<strong>de</strong> também ser menciona<strong>do</strong> pelo<br />

narra<strong>do</strong>r, que o interpela, o invoca, o chama. Quan<strong>do</strong> intradiegético, o narratário po<strong>de</strong> se<br />

apresentar como uma personag<strong>em</strong> concreta, <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhan<strong>do</strong> a função específica <strong>de</strong> narratário<br />

ou po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> estar mais ou menos incluso como interveniente na intriga <strong>do</strong> romance.<br />

1.3 PERSONAGEM<br />

A discussão sobre este el<strong>em</strong>ento das categorias narrativas é a mais importante para este<br />

trabalho, uma vez que o objetivo é analisar as personagens <strong>feiticeiras</strong> ou <strong>bruxas</strong>. Além <strong>de</strong> ser<br />

um el<strong>em</strong>ento fundamental para a existência <strong>do</strong> romance, a personag<strong>em</strong> figura no imaginário<br />

<strong>do</strong>s leitores. Será retratada, primeiro, por seus aspectos <strong>de</strong> cunho narrativo e, posteriormente,<br />

pelos aspectos <strong>de</strong> formação que envolv<strong>em</strong> a construção da personag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ficção. É neste<br />

ponto, principalmente, que resi<strong>de</strong> o foco <strong>de</strong>sta pesquisa, analisan<strong>do</strong> a maior ou menor<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entre personag<strong>em</strong> e pessoa, numa relação existente <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> processo<br />

cognitivo da leitura.<br />

Nessa busca, é importante ressaltar que a teoria da personag<strong>em</strong> <strong>de</strong>verá levar <strong>em</strong> conta a<br />

verossimilhança suscitada pelas <strong>novelas</strong> <strong>de</strong> <strong>cavalaria</strong>, consi<strong>de</strong>radas verda<strong>de</strong>iros retratos <strong>de</strong><br />

uma época. Desta forma, torna-se possível o fornecimento <strong>de</strong> pistas a respeito <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

vida, <strong>do</strong>s costumes e tradições, b<strong>em</strong> como da organização social <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> através<br />

das referidas obras literárias. Em conseqüência da observação da personag<strong>em</strong> f<strong>em</strong>inina, tida<br />

como feiticeira ou bruxa, po<strong>de</strong>r-se-á encontrar os laços entre personag<strong>em</strong> e pessoa, traçan<strong>do</strong><br />

um perfil mais ou menos correspon<strong>de</strong>nte ao conheci<strong>do</strong> perfil da mulher medieval.<br />

Inician<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong>, Aguiar e Silva (1973) esclarece que os críticos teóricos têm atribuí<strong>do</strong><br />

importância diferenciada à personag<strong>em</strong>. Barthes (1966, apud AGUIAR E SILVA, 1973)<br />

dispõe a personag<strong>em</strong> como el<strong>em</strong>ento essencial à obra romanesca, s<strong>em</strong> a qual não é possível<br />

existir uma instância narrativa, pois as ações que a compõ<strong>em</strong> são atribuídas ou referidas a<br />

uma personag<strong>em</strong> ou agente. Entretanto, há que se dizer que esta <strong>de</strong>pendência não é unívoca.<br />

Cândi<strong>do</strong> (1985) explica que a personag<strong>em</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da existência <strong>do</strong>s outros el<strong>em</strong>entos da<br />

narrativa. Aponta-a como o el<strong>em</strong>ento mais atuante e mais comunicativo da arte novelística<br />

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