17.04.2013 Views

bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

As personagens secundárias são aquelas que representam o papel <strong>de</strong> suporte para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da narrativa. Estão estritamente ligadas aos protagonistas, <strong>de</strong> forma a<br />

tecer<strong>em</strong> uma verda<strong>de</strong>ira re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações. De acor<strong>do</strong> com Bourneuf & Ouellet (1976) a<br />

personag<strong>em</strong> central <strong>de</strong> um romance não <strong>de</strong>ve existir isoladamente, mas figurar num quadro<br />

on<strong>de</strong> há várias personagens que ag<strong>em</strong> umas sobre as outras e revelam-se umas às outras. Daí a<br />

importância das personagens secundárias que se projetam a partir <strong>do</strong> drama vivi<strong>do</strong> pelo<br />

protagonista da história.<br />

Quanto à apresentação, as personagens centrais <strong>de</strong> uma narrativa pod<strong>em</strong> obe<strong>de</strong>cer a mo<strong>do</strong>s<br />

diferentes. Na maioria das vezes a personag<strong>em</strong> principal é um hom<strong>em</strong> ou uma mulher <strong>de</strong><br />

qu<strong>em</strong> o romancista narra aventuras, fatos, <strong>de</strong>silusões, <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> uma vida e conflitos<br />

amorosos. Ou o protagonista po<strong>de</strong> ser uma família inteira ou até mesmo uma legião <strong>de</strong><br />

homens; po<strong>de</strong> ainda sequer ser um indivíduo e sim uma cida<strong>de</strong> ou um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> local.<br />

Aguiar e Silva (1973) explica que a personag<strong>em</strong> central po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar-se com algum<br />

el<strong>em</strong>ento físico ou com uma realida<strong>de</strong> sociológica, como, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> O Cortiço, <strong>de</strong><br />

Aloísio Azeve<strong>do</strong>, cujo espaço é um bairro miserável e turbulento que abriga proletaria<strong>do</strong>s na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Geralmente, os romances <strong>do</strong> século XVIII e <strong>de</strong> quase to<strong>do</strong> o século XIX apresentam suas<br />

personagens por meio <strong>de</strong> um retrato que po<strong>de</strong> ser uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> seus aspectos físicos ou<br />

psicológicos que comumente aparece no início da obra. Um el<strong>em</strong>ento importante neste tipo <strong>de</strong><br />

caracterização é a menção ao nome das personagens, <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> no princípio da <strong>de</strong>scrição, mas<br />

n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre isso acontece. Segun<strong>do</strong> Aguiar e Silva (1973) o nome funciona como um indício<br />

da relação intrínseca entre o significante (nome) e o significa<strong>do</strong> (conteú<strong>do</strong> moral, i<strong>de</strong>ológico,<br />

etc) da personag<strong>em</strong>. Entretanto, esta forma <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong>scritiva e <strong>de</strong>talhada da<br />

personag<strong>em</strong> “entrou <strong>em</strong> crise ainda na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX, com os romances <strong>de</strong><br />

Dostoievski” (p. 276), per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> espaço para as teorias, as disputas i<strong>de</strong>ológicas, os rancores e<br />

esforços para solucionar conflitos das personagens <strong>de</strong> ficção.<br />

No final <strong>do</strong> século XIX e início <strong>do</strong> século XX, os romancistas se preocuparam mais <strong>em</strong><br />

apresentar personagens complexas, contraditórias, difíceis <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> compreendidas<br />

linearmente. Esclarece Aguiar e Silva que o romance <strong>de</strong>ste perío<strong>do</strong> buscou não apenas<br />

apresentar personagens nestas condições ou <strong>de</strong>vassar o interior <strong>do</strong> subconsciente humano,<br />

33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!