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bruxas e feiticeiras em novelas de cavalaria do ciclo arturiano

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O romance <strong>de</strong> personag<strong>em</strong> caracteriza-se pela existência <strong>de</strong> uma única personag<strong>em</strong> principal,<br />

a qual o autor constrói e ao re<strong>do</strong>r da qual toda a trama se <strong>de</strong>senvolve. É um romance <strong>de</strong> tom<br />

confessional, que privilegia a função <strong>em</strong>otiva da linguag<strong>em</strong> e que ten<strong>de</strong> a um subjetivismo<br />

lírico acentua<strong>do</strong>. Os títulos <strong>do</strong>s romances que se enquadram nesta categoria são bastante<br />

significativos, pois revelam a centralida<strong>de</strong> da personag<strong>em</strong> <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se no nome da obra,<br />

como Werther, <strong>de</strong> Göethe.<br />

O romance <strong>de</strong> espaço, por sua vez, é caracteriza<strong>do</strong> pela atenção dada ao retrato <strong>do</strong> meio<br />

histórico e <strong>do</strong>s ambientes sociais nos quais <strong>de</strong>corr<strong>em</strong> os fatos. Ex<strong>em</strong>plificam os <strong>de</strong> Balzac,<br />

Zola e Eça <strong>de</strong> Queirós, cuja preocupação maior é <strong>de</strong>screver minuciosamente a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seu t<strong>em</strong>po. O meio social ou histórico não constitu<strong>em</strong> o único espaço abrangente <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />

romance; outros espaços geográficos, regionais ou telúricos também estiveram narra<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

romances.<br />

Aguiar e Silva (1973) alerta que esta classificação é aceitável, porém não <strong>de</strong>ve ser vista como<br />

única possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enquadramento <strong>de</strong> todas as obras romanescas escritas até os dias <strong>de</strong><br />

hoje. Não se constitui uma classificação rígida que possa abranger to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>talhes<br />

característicos <strong>de</strong> um romance, b<strong>em</strong> como é impossível encontrar uma obra pura e concreta<br />

que se enquadre perfeitamente <strong>em</strong> uma das modalida<strong>de</strong>s sugeridas por Kayser. Ao contrário,<br />

encontram-se, com freqüência, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas narrativas, obras que<br />

dificilmente se encaixam nesta ou naquela modalida<strong>de</strong> como O Vermelho e o Negro, <strong>de</strong><br />

Stendhal com apenas uma personag<strong>em</strong> central.<br />

1.2.1 Aspectos narrativos<br />

O romance, segun<strong>do</strong> Aguiar e Silva (1973), por ser uma narrativa busca representar um<br />

mun<strong>do</strong> real, material e espiritual. Suas histórias são situadas <strong>em</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s lugares e<br />

t<strong>em</strong>pos e, <strong>de</strong> maneira diversa à poesia, reflet<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ais e acontecimentos referentes a um ou<br />

mais personagens, ou ainda ao narra<strong>do</strong>r. A partir da <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, <strong>do</strong> espaço e <strong>do</strong>s<br />

personagens ocorr<strong>em</strong> fatos <strong>em</strong> ord<strong>em</strong> sucessiva ou não e pod<strong>em</strong> ser apresenta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> várias<br />

formas, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a diferentes técnicas <strong>de</strong> narrar. Os formalistas russos, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

distinguiram nos fatos apresenta<strong>do</strong>s pelo romance <strong>do</strong>is aspectos que, <strong>em</strong>bora compl<strong>em</strong>entares,<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser entendi<strong>do</strong>s como conceitos distintos: a fábula e a trama (ou intriga).<br />

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