Os Sentidos da Democracia e da Participação - Polis
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dinheiro lá em parceria com o governo do Estado. Sabe quanto eu consegui no<br />
ano passado? 80 milhões. A metade. Como é que eu traduzo isso para o povo<br />
do Acre? Eles não vão entender nunca. Então era melhor o outro? Não era. É o<br />
primeiro ano. É muito complicado o primeiro ano. Esse ano, o resultado já está<br />
chegando perto do outro, que era o último ano do Fernando Henrique. Então,<br />
provavelmente, nesse ano, já alcançamos o sonho.<br />
Beto Cury Três perguntas que me foram dirigi<strong>da</strong>s têm a ver com a segun<strong>da</strong> parte<br />
do nosso diálogo, com relação à política econômica. De cara, quero pedir desculpas,<br />
porque algumas aqui eu não vou ter condição de responder por não<br />
ter elementos. Mas eu vou registrar to<strong>da</strong>s, e algumas teremos condição de<br />
aprofun<strong>da</strong>r um pouco.<br />
Primeiro, a <strong>da</strong> Célia, um protesto com relação ao que ela afirma ser uma retórica<br />
de que o governo trabalha para fazer o possível. Eu estou registrando, respeito,<br />
mas discordo <strong>da</strong> opinião dela.<br />
A Karina pergunta sobre a reforma universitária, se o governo não repete o mau<br />
exemplo <strong>da</strong> reforma de 1968. Eu não tenho muitos elementos, eu não conheço<br />
profun<strong>da</strong>mente a proposta que o ministro Tarso, do MEC, está levando a debate,<br />
mas não é, com certeza, do jeito que a Karina está falando aqui, que é de cima<br />
para baixo. Está se tentando fazer, inclusive, um processo de diálogo envolvendo<br />
segmentos <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de acadêmica. O primeiro foi em Manaus. Infelizmente, ele<br />
teve diversas dificul<strong>da</strong>des para se realizar, em função de um setor ligado a organizações<br />
de esquer<strong>da</strong> que não quiseram deixar, dizendo claramente que foram lá para<br />
não ouvir e não falar. Isso não é democrático. Expressar as diferenças de opiniões é<br />
legítimo e perfeitamente justo na democracia. Entretanto, impedir que o processo<br />
de diálogo do governo com a socie<strong>da</strong>de aconteça, porque você não concor<strong>da</strong> com o<br />
princípio de se fazer a reforma – e não com o conteúdo dela –, acho extremamente<br />
equivocado. Eu preciso fazer uma autocrítica, e eu estou falando <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, não<br />
<strong>da</strong>s forças conservadoras: uma boa parcela <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> tem, muitas vezes, uma<br />
visão conservadora, que não admite discutir reformas ou o conteúdo delas. Eu acho<br />
que a reforma universitária no Brasil é extremamente necessária.<br />
A Carla, <strong>da</strong> Casa de Acolhi<strong>da</strong>, pergunta se quando o governo atual fala de<br />
mu<strong>da</strong>nças de atitude autoritária, a questão não tem que ser trabalha<strong>da</strong> primeiramente<br />
dentro do próprio partido. Eu não tenho dúvi<strong>da</strong> que sim. Essa cultura<br />
autoritária está muito presa na socie<strong>da</strong>de, inclusive nos partidos de esquer<strong>da</strong><br />
e no nosso partido, o PT.<br />
O Gustavo pergunta como será a participação popular nos contratos <strong>da</strong> Parceria<br />
Pública e Priva<strong>da</strong> (PPP). Eu não sei como será esse processo. Quem o está coordenando<br />
mais diretamente é o Ministério do Planejamento, o ministro Guido<br />
Mantega, juntamente com outros ministérios. Eu não sei se terá um processo<br />
de diálogo específico para a PPP. O que eu acho é que a PPP é fun<strong>da</strong>mental<br />
para fazer os investimentos necessários na infra-estrutura brasileira, estra<strong>da</strong>s,<br />
etc. Somente com recursos públicos não teremos condições de fazer na intensi<strong>da</strong>de<br />
e no volume que precisamos. Isso é fun<strong>da</strong>mental para a retoma<strong>da</strong> de<br />
um processo de crescimento econômico no Brasil.