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Os Sentidos da Democracia e da Participação - Polis

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mente que houve uma evolução. Eu até li uma entrevista do Jorge, <strong>da</strong> ABONG, na<br />

Teoria e Debate. Achei uma bela entrevista, concordo com a maioria <strong>da</strong>s coisas<br />

que ele fala, mas discordo de algumas. Diz ele que a vulnerabili<strong>da</strong>de do Estado<br />

brasileiro não diminuiu. Isso não é ver<strong>da</strong>de. Não é que ele esteja mentindo, é<br />

uma opinião <strong>da</strong> qual discordo. Por exemplo, nós ficamos um ano e meio sem<br />

ter reajuste de combustível, e isso é fruto <strong>da</strong> nossa política na Petrobrás, isso é<br />

diminuir o grau de vulnerabili<strong>da</strong>de que a economia brasileira tem. Por mais que<br />

as taxas ain<strong>da</strong> estejam altas, nós conseguimos reduzi-las em 10%, e pretendemos<br />

continuar em um processo gradual de redução. A margem de Risco Brasil, por<br />

mais que não queiramos, interfere diretamente na economia brasileira e na<br />

condição de vi<strong>da</strong> do povo. Nós conseguimos reduzi-la, chegou a 400, está em<br />

torno de 600 agora, mas estava em 2.400 pontos. Por isso, o primeiro ponto, a<br />

recuperação <strong>da</strong> governabili<strong>da</strong>de macroeconômica é fun<strong>da</strong>mental, porque, se nós<br />

a perdêssemos, com certeza perderíamos a governabili<strong>da</strong>de política do país.<br />

Segundo ponto: mu<strong>da</strong>nças inicia<strong>da</strong>s. Eu não concordo, Guacira, que nós estamos<br />

reproduzindo políticas neoliberais. Nós estamos recuperando a capaci<strong>da</strong>de<br />

do Estado brasileiro, abrindo concurso em várias áreas do Estado, mu<strong>da</strong>ndo o<br />

papel <strong>da</strong>s agências reguladoras e modificando os investimentos prioritários. Eu<br />

citei aqui a agricultura familiar. Nunca se investiu tanto em agricultura familiar<br />

como nos últimos dois anos no Brasil. A própria política de focalização, a<br />

política de transferência de ren<strong>da</strong>, no momento em que o país tem 44 milhões<br />

de excluídos, é necessária. Houve avanço em relação ao que havia no último<br />

ano do governo passado: ele tinha cinco programas e investiu 2 bilhões; nós<br />

fizemos a unificação desses programas, com um ca<strong>da</strong>stro único – portanto,<br />

muito mais confiável, ain<strong>da</strong> não 100% confiável, mas muito mais confiável<br />

do que era antes – e já no primeiro ano investimos 4 bilhões e 300 milhões, e<br />

nesse segundo ano, 5 bilhões e 300 milhões. Já temos, hoje, 4 milhões e meio<br />

de famílias recebendo a Bolsa-Família. Eu não concordo que isso seja política<br />

neoliberal. Todo esse sacrifício que nós fizemos é para chegar a um grau de<br />

recuperação <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong>de econômica brasileira, porque ela é vital para retomarmos<br />

o crescimento, para que tenhamos distribuição de ren<strong>da</strong>. Para o governo<br />

com o perfil do Presidente Lula, e ele tem clareza disso, não basta chegar ao<br />

final do man<strong>da</strong>to, em 2006 – desse primeiro, e eu espero que de outros mais –,<br />

com estabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> ou com baixa inflação. É preciso ter a retoma<strong>da</strong> de<br />

crescimento com distribuição de ren<strong>da</strong> e geração de emprego. Esse é o grande<br />

desafio. A economia e os indicadores começam a apontar para isso. Nós temos<br />

perspectiva de crescimento econômico esse ano de 3,5%, e há economistas,<br />

que não são do governo, que falam em 4%. Este mês foi o recorde de geração<br />

de postos de trabalho aqui em São Paulo: mais de 500 mil postos de trabalho<br />

são gerados. O que nós queremos é um processo que seja mais duradouro, e<br />

não uma bolha, apenas. Isso é um grande desafio. Se nós perdermos o controle<br />

<strong>da</strong> economia, nós perderemos a governabili<strong>da</strong>de política do país, porque voltarão<br />

aqueles velhos argumentos de que o presidente Lula não é capaz, que<br />

ele, por não ter curso superior, por ser do Nordeste, não é capaz de governar<br />

o Brasil; que por não ter experiência de executivo, como não tinha, é incapaz<br />

de governar, é inexperiente.<br />

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