3º Ciclo
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Contos & Recontos 7 | Guia do Professor<br />
Faixa n. o 10<br />
Geografia e natureza<br />
O Japão é constituído por cerca de 3500 ilhas, que constituem<br />
os cumes de uma cadeia montanhosa localizada abaixo<br />
da superfície do mar e originariamente ligada ao continente.<br />
Estas ilhas formam uma espécie de arco extenso a leste do<br />
continente asiático, encontrando-se separadas deste pelo mar<br />
do Japão. As quatro ilhas principais, Hocaido, Honshu, Shikoku<br />
e Kyushu, abrangem 97% do território total.<br />
Honshu – sob o signo do monte Fuji<br />
A ilha de Honshu é de longe a mais importante, ocupando,<br />
com os seus mais de 230 000 quilómetros quadrados, o oitavo<br />
lugar entre as maiores ilhas do mundo.<br />
A ilha é atravessada por algumas cadeias montanhosas<br />
muito pronunciadas. Situa-se aqui também o conhecido símbolo<br />
do Japão, o monte Fuji, um vulcão extinto que constitui o<br />
ponto mais elevado (3776 metros). O centro desta ilha, de 1000<br />
km de comprimento e 240 km de largura, é a zona tectonicamente<br />
mais ativa, devido ao facto de ser o ponto de encontro<br />
de duas cadeias montanhosas.<br />
Tufões e “chuva das ameixas”<br />
A entrada de massas de ar frio da Sibéria e a corrente fria<br />
de Oyashio contribuem para a queda abundante de neve na ilha<br />
de Hocaido. Aqui, os invernos são bem mais rigorosos do que<br />
noutras regiões da mesma latitude. Enquanto em março o<br />
clima em Hocaido é ainda agreste, nas ilhas do Sul, que se encontram<br />
sob a influência da corrente quente de Kuroshio, as<br />
cerejeiras encontram-se já em flor. A época principal das chuvas<br />
de Verão começa aqui, neste clima subtropical, com a chamada<br />
“chuva das ameixas”. Mais para norte, estas chuvas<br />
favoráveis tardam um pouco mais.<br />
Os meses de julho a setembro são especialmente propícios<br />
a tufões, que ocorrem principalmente no Sul e provocam<br />
consideráveis danos devido às altas velocidades do vento.<br />
Uma vida para a empresa?<br />
Os japoneses trabalham em média muito mais horas e dispõem<br />
de muito menos tempo livre do que os trabalhadores<br />
europeus. Consideram natural ficar no emprego até tarde.<br />
Às vezes nem aos sábados conseguem desligar-se da empresa:<br />
neste dia é frequente serem organizadas excursões<br />
para os funcionários. Muitos não aproveitam a totalidade do<br />
tempo de férias a que têm direito. Esta atitude não se baseia<br />
necessariamente numa obsessão pelo trabalho, mas é frequentemente<br />
resultado de uma pressão laboral impiedosa. Algumas<br />
pessoas tentam compensar esta pressão através da participação<br />
em cursos de budismo zen – o que obviamente apenas<br />
podem fazer quando dispõem de um fim de semana livre!<br />
Uma nação cortês e de muita delicadeza<br />
As regras de delicadeza japonesas distinguem-se, em muitos<br />
aspetos, das europeias. Dizer “não”, por exemplo, não é considerado<br />
de bom tom no Japão. Por outro lado, um “sim” pronunciado<br />
de maneira menos firme pode não ser identificado como<br />
uma expressão de consentimento. Ao entrar numa casa, as pessoas<br />
tiram os sapatos e colocam-nos no chão, com a ponta dos<br />
mesmos virada para a porta de entrada. Ao cumprimentarem-<br />
-se, os japoneses têm por hábito fazer uma vénia e os títulos<br />
académicos são de grande importância.<br />
In Geografia do Mundo – Ásia. Rio de Mouro, Círculo de Leitores,<br />
2006, pp. 44-47.<br />
Faixa n. o 11<br />
E do passado fez-se futuro<br />
A tradição já não é o que era, o que não significa que tenha<br />
de ser uma coisa completamente diferente. O galo de Barcelos<br />
e o Santo António ganharam novas cores, há azeite à venda<br />
em packs de turismo, as bolachas das nossas avós são gourmet<br />
e o fado afinal é música pop. O saudosismo está aí, só se virou<br />
um pouco de pernas para o ar.<br />
Não interessa se está com a típica batina castanha ou não.<br />
O Santo António é sempre o Santo António e a fama de casamenteiro<br />
ultrapassa-o, mesmo que ele apareça pintado em<br />
cores pop, como o cor-de-rosa forte ou o amarelo. "Quando os<br />
tinha na loja via muitas raparigas a falarem com ele", recorda<br />
Nuno Brandão, de 37 anos, o designer responsável pela ideia.<br />
Conta-se que basta escrever um papel com o nome do namorado,<br />
deixá-lo aos pés do santo e depois virá-lo com a cara<br />
para a parede. O pedido de casamento vai surgir a qualquer<br />
momento e depois, para lhe mostrarmos gratidão, o santo<br />
volta a encarar o mundo de frente. Agora só a crença é que é<br />
antiga. O Santo António, esse, já é um homem moderno.<br />
"Partiu tudo de uma experiência. É como o ovo de Colombo.<br />
Vi os santos em barro à venda numa loja e pensei: porque não<br />
pintá-los à minha maneira? Comecei com quatro ou cinco, passado<br />
um mês já me estavam a encomendar 30 ou 40 e agora<br />
ultrapassa isso largamente", diz Nuno. Tinha uma loja com<br />
vista para a estátua de Santo António em Lisboa e esta foi a