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3º Ciclo

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68<br />

Contos & Recontos 7 | Guia do Professor<br />

Competências<br />

Competências nucleares<br />

Os níveis atingidos por cada sujeito na compreensão do<br />

oral, na leitura, na expressão oral, na expressão escrita e no<br />

conhecimento explícito determinam o seu nível de mestria linguística,<br />

pelo que elas constituem as competências nucleares<br />

a ter em conta no ensino da língua materna.<br />

A compreensão do oral é a competência responsável pela<br />

atribuição de significado a cadeias fónicas produzidas de<br />

acordo com a gramática de uma língua. Envolve a receção e a<br />

decifração da mensagem e implica o acesso à informação linguística<br />

registada permanentemente na memória. Sem tal registo<br />

não há compreensão, na medida em que não pode haver<br />

reconhecimento do significado das unidades ouvidas, sejam<br />

elas palavras, expressões ou frases.<br />

(…)<br />

Por leitura entende-se o processo interativo entre o leitor<br />

e o texto, através do qual o primeiro reconstrói o significado<br />

do segundo. A extração do significado e a consequente apropriação<br />

da informação veiculada pela escrita são os objetivos<br />

fundamentais da leitura, dependendo o nível de compreensão<br />

atingido do conhecimento prévio que o leitor tem sobre o assunto<br />

e do tipo de texto em presença.<br />

Ao contrário da compreensão do oral, a leitura não é nem<br />

uma atividade natural, nem de aquisição espontânea e universal.<br />

(…)<br />

A capacidade para produzir cadeias fónicas dotadas de significado<br />

e conformes à gramática de uma língua denomina-se<br />

expressão oral. Esta capacidade envolve o planeamento do<br />

que se pretende dizer, a formatação linguística do enunciado<br />

e a execução articulatória do mesmo.<br />

Compete à escola proporcionar aprendizagens conducentes<br />

a uma expressão fluente e adequada nos géneros formais<br />

e públicos do oral, que se caracterize por um vocabulário preciso<br />

e diversificado e por uma progressiva complexidade sintática.<br />

(…)<br />

Aprender a exprimir-se oralmente é, por isso, também,<br />

aprender a refletir sobre os vários géneros do oral, a conhecer<br />

as regras sociais que os regulam, a prever as reações dos<br />

interlocutores e a reformular o seu discurso em função das<br />

mesmas, a construir estratégias para informar, persuadir, explicar,<br />

argumentar com sucesso.<br />

(…)<br />

A expressão escrita consiste no processo complexo de produção<br />

de comunicação escrita. Tal como a leitura, não é uma<br />

atividade de aquisição espontânea e natural, exigindo, por isso,<br />

ensino explícito e sistematizado e uma prática frequente e supervisionada.<br />

Como modalidades secundárias da língua que partilham<br />

a necessidade do recurso à tradução do oral em gráfico,<br />

a leitura e a escrita usufruem reciprocamente do nível de mestria<br />

atingido em cada uma delas.<br />

A expressão escrita é um meio poderoso de comunicação e<br />

aprendizagem que requer o domínio apurado de técnicas e estratégias<br />

precisas, diversas e sofisticadas. As funções da escrita<br />

são múltiplas e variadas: escreve-se para identificar algo<br />

ou alguém, para mobilizar a ação, para recordar, para satisfazer<br />

pedidos ou exigências, para refletir, para aprender e para criar<br />

(Grabe & Kaplan, 1996).<br />

(…)<br />

Por conhecimento explícito entende-se a progressiva<br />

consciencialização e sistematização do conhecimento implícito<br />

no uso da língua.<br />

(…)<br />

[Assim,] na perspetiva da educação básica, é função da escola<br />

promover o desenvolvimento da consciência linguística<br />

dos alunos com o grau de sistematização necessário para que<br />

possam mobilizá-la com objetivos estritamente cognitivos e<br />

com objetivos instrumentais.<br />

Inês Sim-Sim et alii, A Língua Materna na Educação Básica. Competências<br />

Nucleares e Níveis de Desempenho.<br />

Ministério da Educação. Departamento da Educação Básica, Lisboa, 1997.<br />

Conhecimento Explícito da Língua<br />

Coerência e Coesão<br />

1. Coerência<br />

Os falantes, ao produzirem enunciados – orais ou escritos –,<br />

veiculam o seu conhecimento de factos, objetos, acontecimentos,<br />

estados de coisas, i.e., do mundo tal como o apreendem<br />

cognitivamente. Esta apreensão inteletiva encontra-se<br />

na base tanto da produção de frases, enunciados ou, sobretudo,<br />

de textos como da receção desses mesmos produtos linguísticos.<br />

Com efeito, um interlocutor (ouvinte/leitor) coloca<br />

o seu conhecimento do mundo ao serviço da interpretação<br />

dos enunciados, de forma a reconstruir os seus sentidos.<br />

Daqui se conclui que a comunicação, para se processar, exige<br />

um saber compartilhado por parte dos falantes envolvidos nas<br />

trocas verbais, enquanto fator fundamental para a construção<br />

de coerência.

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