Não tenhais medo! - Centenário das Aparições de Fátima. 1917-2017
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Manuel Joaquim Gomes Barbosa<br />
Lendo em dialogal a Carta Apostólica Porta Fi<strong>de</strong>i, percebemos<br />
que os apelos <strong>de</strong> Bento XVI se situam nesta tonalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
encontro confiante e <strong>de</strong>cisivo com o Senhor: acolher a Porta da Fé<br />
com empenho; re<strong>de</strong>scobrir o caminho da fé na alegria e no entusiasmo;<br />
viver a fé em autêntica e renovada conversão ao Senhor;<br />
viver a fé como dom que nos faz crescer e fecundar no Amor; <strong>de</strong>cidir<br />
estar com o Senhor, para viver com Ele na Igreja; professar,<br />
celebrar, viver e rezar a fé; manter o olhar fixo sobre Jesus Cristo;<br />
tomar a fé como companheira <strong>de</strong> vida.<br />
Po<strong>de</strong>mos ainda recordar aqui o início da primeira encíclica<br />
<strong>de</strong> Bento XVI, em palavras que se foram repetindo em tantas situações<br />
posteriores: «No início do ser cristão, não há uma <strong>de</strong>cisão<br />
ética ou uma gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia, mas o encontro com um acontecimento,<br />
com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, <strong>de</strong>sta forma, o<br />
rumo <strong>de</strong>cisivo» (Deus caritas est, 1).<br />
2. <strong>de</strong>saFiados a conFiar<br />
Como é que andamos <strong>de</strong> confiança? Por mero exercício <strong>de</strong><br />
curiosida<strong>de</strong> acerca do modo como o mundo virtual a apresenta,<br />
abri o “Google” e pesquisei a palavra «confiança». Verifiquei os primeiros<br />
50 sites referidos. Referem-se a empresas, política, <strong>de</strong>sporto,<br />
supermercados, turismo, economia, emprego e recursos humanos,<br />
editoras, imobiliário e mobiliário, música, ourivesaria, bancos, <strong>de</strong>sporto<br />
e associações <strong>de</strong>sportivas, sabonetes e perfumarias, alimentação,<br />
etc. Nem uma referência à dimensão cristã da confiança.<br />
Dei também uma vista <strong>de</strong> olhos à bem conhecida e utilizada<br />
“Wikipédia”, que <strong>de</strong>fine a confiança como «o ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> analisar<br />
se um facto é ou não verda<strong>de</strong>iro, entregando essa análise à fonte<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> provém a informação e simplesmente consi<strong>de</strong>rando-a.<br />
Refere-se a dar crédito, consi<strong>de</strong>rar que uma expectativa sobre algo<br />
ou alguém será concretizada no futuro. Aceitar a própria <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />
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