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Não tenhais medo! - Centenário das Aparições de Fátima. 1917-2017

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Mário Sousa<br />

Fazer memória da ação salvífica <strong>de</strong> Deus é condição para perceber<br />

a história como história <strong>de</strong> salvação e <strong>de</strong>scortinar como, apesar<br />

do pecado, Deus continua sempre fiel. Por isso, os prodígios do<br />

passado renovar-se-ão no presente; nada há a temer, pois também<br />

«o Senhor recorda a Sua aliança» (Sl 105,8) e, mesmo no pesa<strong>de</strong>lo<br />

da humilhação do exílio na Babilónia, não se esquece <strong>de</strong> Israel<br />

(Sl 136,23). De facto, como diz através <strong>de</strong> Isaías: «acaso po<strong>de</strong> uma<br />

mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto <strong>das</strong> suas<br />

entranhas? Ainda que ela se esquecesse <strong>de</strong>le, Eu nunca te esqueceria»<br />

(Is 49,15). É o saborear existencial <strong>de</strong>sta afirmação que leva o<br />

salmista a exclamar: «O teu amor é tão gran<strong>de</strong> que chega aos céus<br />

e até às nuvens se esten<strong>de</strong> a tua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>» (Sl 57,11; cf. 108,5).<br />

Por isso, apesar da consciência do seu pecado, o salmista confia na<br />

salvação <strong>de</strong> Deus: «<strong>Não</strong> recor<strong>de</strong>s os meus pecados <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> e os<br />

meus <strong>de</strong>litos. Lembra-te <strong>de</strong> mim, Senhor, pelo teu amor e pela tua<br />

bonda<strong>de</strong> [….] Todos os caminhos do Senhor são amor e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>,<br />

para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos» (Sl 25,7.10;<br />

cf. Sl 85,11; 86,15;). Ou, como afirma o Sl 89,15: «A retidão e a<br />

justiça são a base do teu trono; o amor e a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> caminham à<br />

tua frente»; a <strong>de</strong>claração do salmista faz-nos perceber como amor e<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> são sinónimos, tal como retidão e justiça; e, assim, como<br />

esta é a concretização daquela, assim a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> é concretização do<br />

amor. A garantia da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus é o amor que nos tem. E a<br />

epifania <strong>de</strong>sse amor é a dádiva do seu próprio Filho: «Tanto amou<br />

Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito, a fim<br />

<strong>de</strong> que todo o que crê nele não se perca, mas tenha a vida eterna»<br />

(Jo 3,16). Por isso, não celebramos a eucaristia sem ter diante a<br />

cruz re<strong>de</strong>ntora; não para contemplarmos o sofrimento, mas o amor<br />

incomensurável e fiel <strong>de</strong> Deus, que chega a tal ponto. A cruz do<br />

Senhor é um <strong>de</strong>safio ao nosso amor a quem tanto e <strong>de</strong> tal forma nos<br />

amou!... É sinal da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus que pergunta pela nossa…<br />

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