Não tenhais medo! - Centenário das Aparições de Fátima. 1917-2017
Não tenhais medo! - Centenário das Aparições de Fátima. 1917-2017
Não tenhais medo! - Centenário das Aparições de Fátima. 1917-2017
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Francisco Pereira<br />
O alimento para uma verda<strong>de</strong>ira esperança é a oração, como<br />
nos diz o Papa Bento XVI na Encíclia Spe Salvi: “Quando já ninguém<br />
me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar<br />
com ninguém, nem invocar mais ninguém, a Deus sempre posso<br />
falar” (32). Rezar significa viver em relação com Alguém, significa<br />
acima <strong>de</strong> tudo quebrar a muralha que nos isola e nos pren<strong>de</strong>, significa<br />
ganhar asas para nos elevarmos <strong>de</strong> uma existência rasteira<br />
e po<strong>de</strong>rmos contemplar a beleza da imensidão do mundo contida<br />
numa gota <strong>de</strong> orvalho. Quando rezamos também não estamos<br />
sozinhos porque a oração não é só nossa, é <strong>de</strong> todos aqueles que<br />
connosco rezam. As fórmulas orantes, que tantas vezes repetimos,<br />
quase sem dar conta, como na oração do rosário, são uma longa<br />
prece, uma longa ca<strong>de</strong>ia que não nos une apenas a Deus, mas a<br />
todos aqueles que espalhados pelos quatro cantos do mundo e ao<br />
longo dos séculos usam as palavras da própria revelação (Pai Nosso,<br />
Ave Maria).<br />
maria, estrela da esperança<br />
Olhemos para o exemplo do papa João Paulo II, que arrastava<br />
multidões <strong>de</strong> jovens consigo, porque nele o compromisso assumia<br />
uma forma irresistivel, não porque se vergasse a nós, mas porque<br />
nos <strong>de</strong>safiava, porque nos dizia: nunca te contentes com nada<br />
inferior à gran<strong>de</strong>za da alma que Deus te conce<strong>de</strong>u para viver, por<br />
causa <strong>de</strong> Cristo. E don<strong>de</strong> lhe vinha esta força e este compromisso?<br />
De Maria, como ele próprio disse no santuário <strong>de</strong> Chestokova,<br />
da Virgem Negra, em 1979, logo na sua primeira visita à Polónia,<br />
ainda sob o jugo do regime comunista: “Sou um homem<br />
com muita confiança, Aprendi a sê-lo aqui, rezando diante <strong>de</strong>sta<br />
imagem <strong>de</strong> Nossa Senhora que nos introduz no mistério do seu<br />
papel especial na História da Salvação – que é a história do mundo,<br />
entendida na sua autentica profundida<strong>de</strong>. Aprendi a confiar, não<br />
78