Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação
Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação
Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
— O BRASILEIRISMO. . .<br />
<strong>Emília</strong> espiou para dentro do primeiro cubículo, onde um<br />
monstro cabeludo estava a roer as unhas. Era o BARBARISMO.<br />
ela.<br />
— Que mal faz ao mundo este "cara-de-coruja"? — perguntou<br />
— Gosta de fazer as pessoas errarem estupi<strong>da</strong>mente na<br />
pronúncia e <strong>no</strong> modo de escrever as palavras. Sempre que você ouvir<br />
alguém dizer poribir em vez de proibir, sastifeito em vez de satisfeito,<br />
púdico em vez de pudico, percurar ou percisa em vez de procurar ou<br />
precisa, saiba que é por causa deste creti<strong>no</strong>. <strong>Emília</strong> passou ao cubículo<br />
imediato, onde havia outro "cara-de-coruja" ain<strong>da</strong> mais feio.<br />
— E este? — perguntou.<br />
— Este é o tal SOLECISMO, outro idiota que faz muito mal à<br />
língua. Quando uma pessoa diz: Haviam muitas moças na festa, em vez<br />
de Havia muitas moças, está cometendo um Solecismo. Fui na ci<strong>da</strong>de<br />
em vez de Fui à ci<strong>da</strong>de, Vi ele na rua, em vez de Vi-o na rua, Não vá sem<br />
eu, em vez de Não vá sem mim, são outras tantas "belezas" que saem <strong>da</strong><br />
cachola deste imbecil.<br />
<strong>Emília</strong> botou-lhe a língua e passou ao terceiro cubículo. Viu lá<br />
dentro um vulto de mulher com duas caras.<br />
— E esta "bicara<strong>da</strong>"? — perguntou.<br />
— Esta é a ANFIBOLOGIA, que faz muita gente dizer frases de<br />
sentido duplo, ou duvidoso, como: Ele matou-a em sua casa. Em casa de<br />
quem, dele ou dela? Quem ouve fica na dúvi<strong>da</strong>, porque a matança tanto<br />
pode ter sido na casa do matador como <strong>da</strong> mata<strong>da</strong>.<br />
<strong>Emília</strong> passou a espiar o quarto cubículo, onde estava presa<br />
uma negra muito feia, preta que nem carvão.<br />
— E esta pretura? — perguntou.<br />
— Esta é a OBSCURIDADE, que faz muita gente dizer frases sem<br />
nenhuma clareza, dessas que deixam quem as ouve na mesma.<br />
cara cínica.<br />
<strong>Emília</strong> passou ao quimo cubículo, onde viu um sujeito sujo e de<br />
— E este porcalhão?