Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação

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XXV Passeio ortográfico No bairro da ORTOGRAFIA os meninos encontraram uma dama de origem grega, que tomava conta de tudo. — Bom dia, minha senhora! — disse Quindim fazendo uma saudação de cabeça muito desajeitada. — Trago aqui sobre o meu lombo dois meninos e uma boneca, que desejam conhecer a vida deste bairro. — Às ordens! — exclamou a grega. — Desçam e venham ver como lido com as letras, na formação escrita das palavras. Os meninos desceram pela escadinha de corda e rodearam-na. Emília, lambetissimamente, tomou-lhe a bênção. — Deus te abençoe, bonequinha — disse a Ortografia sorrindo. Por onde começar? Narizinho teve a idéia de inquirir por que motivo ela se chamava Ortografia. — Meu nome é grego e formado de duas palavras gregas — Orthos e Graphia. Orthos quer dizer "correta" e Graphia quer dizer "escrita". Sou, portanto, a Escrita Correta, ou a que ensina a escrever corretamente.
— Pois a senhora precisa trabalhar muito — disse Emília —, porque a maior parte das gentes ainda não sabe escrever na regra. Eu mesma, que sou marquesa, erro às vezes. . . — Marquesa? — repetiu a Ortografia, admirada. — Marquesa de quê? — Marquesa de Rabicó, para a servir, minha senhora! — respondeu Emília, de mãos na cintura e queixo erguido. Narizinho confirmou o título da boneca e narrou várias passagens da sua vidinha, inclusive o casamento e o divórcio com o Marquês de Rabicó. A Ortografia espantou-se grandemente de tais prodígios. Em seguida falou da sua vida ali. — Antigamente o sistema de escrever as palavras era o SISTEMA ETIMOLÓGICO, o qual mandava escrevê-las de acordo com a origem. Isso trazia muitas complicações e dificuldades. Por esse sistema, a palavra Cisma, por exemplo, escrevia-se Scisma, com uma letra inútil, mas justificada pela origem. A palavra Tísica escrevia-se Phthisica, com três letras inúteis, sempre por causa da origem. Ditongo escrevia-se Diphthongo. De modo que havia uma enorme trabalheira entre os homens para decorar a forma das palavras — e trabalheira inútil, porque ninguém ganhava coisa nenhuma com isso. . . — Só os tipógrafos — lembrou Narizinho. — Esses engordavam. — Sim, só os tipógrafos — confirmou a Ortografia. — Todos os mais perdiam tempo e fósforo cerebral. Em conseqüência disso ergueu- se um movimento para mudar — para acabar com a ORTOGRAFIA ETIMOLÓGICA e pôr em lugar dela outra mais fonética, isto é, que só conservasse nas palavras as letras que se pronunciam. Esse movimento venceu, afinal, e acabou sendo sancionado por um decreto do governo, depois de muito estudado pela Academia Brasileira de Letras. — Quer dizer que agora ninguém mais erra? — disse Pedrinho. — Está muito enganado, meu filho. Há regras que têm de ser seguidas, e os que se afastarem dessas regras erram. Mas tudo se torna
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CÍRCULO DO LIVRO S.A. São Paulo,
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I Uma idéia da Senhora Emília Don
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Parece que andam voando por aqui mi
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explique-nos que cidades são aquel
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-— Es-drú-xu-las! — repetiu Em
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cidade e passam a morar aqui, até
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— São palavras da Gíria, criada
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otar num soneto este pobre Galicism
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III Gente importante e gente pobre
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homens exigem dele bastante serviç
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desses dois Nomes quando passam per
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IV Em pleno mar dos Substantivos Ha
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Ladra. — E qual o feminino de Rab
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esquisita, que vem latindo. Senhora
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dizendo que os livros são o pão d
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— Não burrifique tanto, Emília!
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está incubando uma idéia. — O S
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Pronome Eu. — Aqui na nossa cidad
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os homens e todas as mulheres que e
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mora lá? VII Artigos e Numerais
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VIII No acampamento dos Verbos —
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novo de pau para substituir o que a
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Depois desfilou o MODO SUBJUNTIVO,
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queimou, seja mato, lenha ou carvã
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-— Pois vá, e interesse-se pelo
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X A tribo dos Advérbios — O cami
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Nada. Na sétima viu os Advérbios
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XI As Preposições — Gosto dos A
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XII ficava ao lado. Entre as Conjun
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XIII A Casa da Gritaria — Que bar
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— Dona Benta é viúva. Vá, que
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céu; e vendo que era o rinoceronte
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