Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação
Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação
Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
homens exigem dele bastante serviço.<br />
— Nesse caso o Nome José deve ser fininho como um palito —<br />
disse <strong>Emília</strong>. — E o Nome Maria também.<br />
— Falai <strong>no</strong> mau, aprontai o pau! — gritou Narizinho. — Lá vem<br />
o <strong>no</strong>me José, suando em bicas, magro que nem um espeto, surrado que<br />
nem taramela de porta de cozinha. . .<br />
testa.<br />
— Venha cá, Senhor Nome José! — chamou <strong>Emília</strong>.<br />
O Nome José aproximou-se, arquejante, a limpar o suor <strong>da</strong><br />
— Cansadinho, hein?<br />
— Nem fale, menina! — disse ele. — A todo momento nascem<br />
crianças que os pais querem que eu batize, de modo que vivo numa<br />
perpétua correria de igreja em igreja, a gru<strong>da</strong>r-me em criancinhas que<br />
ficam josezando até à morte. Eu e Maria somos dois Nomes que não<br />
sabem o que quer dizer sossego. . .<br />
Nem bem havia dito isso e — trrrlin!. . . soou a campainha de um<br />
radio telefone; a telefonista atendeu e depois berrou para a rua:<br />
— O Nome José está sendo chamado para batizar um meni<strong>no</strong><br />
em Curitiba, capital do Paraná. Depressa!<br />
E o pobre Nome José lá se foi ventando para Curitiba, a fim de<br />
josezar mais aquele Zezinho.<br />
— Não vale a pena ser muito queri<strong>da</strong> nesta ci<strong>da</strong>de — observou<br />
<strong>Emília</strong>. — Eu, se fosse palavra, queria ser a mais antipática de to<strong>da</strong>s,<br />
para que ninguém me incomo<strong>da</strong>sse, como incomo<strong>da</strong>m a este pobre<br />
José.<br />
— Disso estou eu livre! — murmurou uma palavra gor<strong>da</strong>, que<br />
estava senta<strong>da</strong> à soleira duma porta. Era o Nome Urraca.<br />
— Sim — continuou ela. — Como os homens me acham feia,<br />
não me incomo<strong>da</strong>m com chamados quando têm filhas a batizar.<br />
Antigamente não era assim. Muitas meninas batizei em Portugal, e até<br />
princesas. Mas hoje, na<strong>da</strong>. Deixaram-me em paz duma vez. Desconfio<br />
que não existe <strong>no</strong> Brasil inteiro uma só menina com meu <strong>no</strong>me.<br />
— Por isso está gor<strong>da</strong> assim, sua vagabun<strong>da</strong>! — observou