19.04.2013 Views

Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação

Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação

Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Ou Mulher aça — advertiu Narizinho. — Já ouvi vovó dizer<br />

que a viúva do Maluf <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> é uma Mulheraça.<br />

— Está certo — confirmou Quindim —, e portanto fica visto que<br />

com Ão, On, Zarão, Rão, Aço ou Aça, Az, Ázio e Orra, as palavras<br />

aumentam. E para diminuírem, além do chorinho que <strong>Emília</strong> descobriu,<br />

como é que fazem?<br />

Ito. . .<br />

Olo, Ulo e Elo.<br />

Ninguém sabia diminuir sem chorinho. O ri<strong>no</strong>ceronte explicou:<br />

— Além do Inho e Zinho que <strong>Emília</strong> já disse, elas diminuem com<br />

— Mosca, Mosquito — lembrou logo Pedrinho.<br />

— E também com Ete, Eto, Oto, Ico...<br />

— Antônio, Antonico — lembrou a menina.<br />

— E com Ejo — continuou Quindim —, e com Ilho, Elho, El, lm,<br />

— Quantos jeitos! — exclamou <strong>Emília</strong>. — Isso é que aborrece na<br />

língua. Em vez de haver um jeito só para ca<strong>da</strong> coisa, há muitos. Tal<br />

abundância de jeitos só serve para <strong>da</strong>r trabalho à gente.<br />

— Dá um pouco de trabalho, sim — disse o ri<strong>no</strong>ceronte —, mas<br />

em compensação traz muitas vantagens. Se Pedrinho virar algum dia<br />

escritor de histórias, há de ver que esta varie<strong>da</strong>de aju<strong>da</strong> grandemente o<br />

estilo, permitindo a composição de frases mais bonitas e musicais.<br />

Narizinho olhou para Quindim com ar de surpresa. Como é que<br />

um bicho cascudo <strong>da</strong>queles, vindo lá dos fundões <strong>da</strong> África, entendia<br />

até de "estilo" e frases "musicais"?<br />

— Não posso compreender como ele virou tamanho gramático<br />

assim dum momento para outro. . .<br />

— Para mim — sugeriu <strong>Emília</strong> — Quindim comeu aquela<br />

gramaticorra que Dona Benta comprou. Lembre-se que a bichona<br />

desapareceu justamente <strong>no</strong> dia em que Quindim dormiu <strong>no</strong> pomar. O<br />

Visconde tinha estado às voltas com ela, estu<strong>da</strong>ndo ditongos debaixo <strong>da</strong><br />

jabuticabeira. Com certeza esqueceu-a lá e o ri<strong>no</strong>ceronte papou-a.<br />

— Que bobagem, <strong>Emília</strong>! <strong>Gramática</strong> nunca foi alimento.<br />

— Bobagem, na<strong>da</strong>! — sustentou a boneca. — Dona Benta vive

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!