19.04.2013 Views

Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação

Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação

Emília no País da Gramática - MiniWeb Educação

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Narizes; Abdômen, Abdômenes. E os que terminam em M trocam esse M<br />

por Ns, como Homem, que faz Homens. E os que terminam em S não<br />

mu<strong>da</strong>m, como Pires, Lápis. Um pires, dois pires. Entretanto, os<br />

terminados em Ês fazem o plural acrescentando Es, exemplo Mês,<br />

Meses; Cortês, Corteses.<br />

— Chega de Número, Quindim — disse <strong>Emília</strong>. — Já me está<br />

enjoando as tripas. Mude de tecla.<br />

Nesse momento surgiu o Visconde, que ficara <strong>no</strong>s subúrbios de<br />

prosa com a velha Bofé e outras corujas. Vinha correndo e a tapar os<br />

ouvidos com as mãos.<br />

— Que aconteceu, Visconde? Que carreira é essa?<br />

O pobre sábio parou, arque jante, de língua de fora como um<br />

cachorro cansado.<br />

— Oh, estou envergonhadíssimo! — exclamou com esforço,<br />

enxugando a testa com as palhinhas de milho do pescoço. — Imaginem<br />

que ao vir para cá errei e fui <strong>da</strong>r com os costados num bairro horrível,<br />

que nem sei como a polícia deixa! O bairro <strong>da</strong>s PALAVRAS OBSCENAS. . .<br />

Que coisa feia, Santo Deus! Vi por lá, soltas nas ruas, esmolamba<strong>da</strong>s e<br />

sórdi<strong>da</strong>s, as palavras mais sujas <strong>da</strong> língua. Sarnentas, vesti<strong>da</strong>s de<br />

farrapos e sem a me<strong>no</strong>r compostura <strong>no</strong>s modos. Assim que me viram<br />

deram-me uma grande vaia <strong>no</strong>s termos mais infames. Os <strong>no</strong>mes que<br />

ouvi eram de fazer cor ar a um frade-de-pedra. E vim correndo avisar<br />

vocês para que não passem por lá.<br />

Mas a pestinha <strong>da</strong> <strong>Emília</strong>, que era boneca e não achava na<strong>da</strong> <strong>no</strong><br />

mundo indecente, assanhou-se logo.<br />

— Vocês, sabugos, são tão cheios de histórias como as gentes<br />

de carne — disse ela. — As coita<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s palavras que culpa têm de<br />

existirem <strong>no</strong> mundo coisas que os homens consideram feias? Vou lá,<br />

sim. Quero consolar as pobres infelizes e <strong>da</strong>r-lhes uns bons conselhos.<br />

Narizinho, porém, não deixou.<br />

— Não vai, não, <strong>Emília</strong>. I<strong>no</strong>centes ou culpa<strong>da</strong>s, o melhor é não<br />

<strong>no</strong>s metermos com elas. Vovó, se soubesse, ficaria aborreci<strong>da</strong>. Por aqui<br />

ain<strong>da</strong> há muita coisa decente para vermos. Olhe aquela palavra

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!