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Anais do I Congresso de Bioetica e Bem-Estar Animal - Unoesc

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> I <strong>Congresso</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Bioética e <strong>Bem</strong>-<strong>Estar</strong> <strong>Animal</strong> e<br />

I Seminário Nacional <strong>de</strong> Biossegurança e Biotecnologia <strong>Animal</strong><br />

células <strong>de</strong> blastocistos para pesquisas in vitro, porém ainda não é permitida a aplicação<br />

terapêutica <strong>de</strong>ssas células em humanos. Por este motivo, pouco se conhece sobre as<br />

interações moleculares e sinalização celular <strong>de</strong>ssas células com outros teci<strong>do</strong>s orgânicos<br />

e os avanços científicos obti<strong>do</strong>s advêm <strong>de</strong> pesquisas com CTE <strong>de</strong> animais, como mo<strong>de</strong>lo<br />

biológico ao comportamento das CTE humanas.<br />

Diferentemente das CTA, as CTE <strong>de</strong>vem ser diferenciadas in vitro antes <strong>de</strong> sua<br />

implantação, pois os diferentes estímulos teciduais po<strong>de</strong>m induzir a uma diferenciação<br />

<strong>de</strong>sorganizada in vivo, originan<strong>do</strong> teci<strong>do</strong>s neoplásicos (teratomas).<br />

Estas especificida<strong>de</strong>s estimularam as pesquisas com CTA, que po<strong>de</strong>m ser<br />

coletadas <strong>de</strong> forma inócua, <strong>de</strong> quase to<strong>do</strong>s os teci<strong>do</strong>s adultos, não infringin<strong>do</strong> questões<br />

éticas, morais ou religiosas. Não obstante, <strong>de</strong>monstrou-se que as algumas populações <strong>de</strong><br />

CTA exibem proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong> semelhante às CTE, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> originar tipos<br />

celulares <strong>de</strong> linhagem embriológica diferente da sua própria gênese (DE KRETSER,<br />

2007). As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>ssas células são tão amplas que relatos recentes<br />

<strong>de</strong>monstram a obtenção <strong>de</strong> CTE a partir da transdiferenciação indireta <strong>de</strong> CTA ecto<strong>de</strong>rmais<br />

(MEISSNER et al., 2007; TAKAHASHI et al., 2007).<br />

Diferenciação da CTA<br />

A diferenciação das CTA é subordinada aos estímulos bioquímicos produzi<strong>do</strong>s pelo<br />

teci<strong>do</strong> (nicho) ou meio <strong>de</strong> cultura no qual a célula está inserida. Tais estímulos, em sua<br />

maioria, <strong>de</strong>correm da ação <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os semelhantes a hormônios, que como tais, regulam a<br />

ativida<strong>de</strong> celular. Estes peptí<strong>de</strong>os são <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> crescimento (FC) e po<strong>de</strong>m<br />

ser produzi<strong>do</strong>s autocrinamente pela célula alvo ou libera<strong>do</strong>s através da membrana plasmática<br />

das células adjacentes, modulan<strong>do</strong> a ativida<strong>de</strong> celular (TAKAHASHI et al., 2007).<br />

Diferentemente <strong>do</strong>s hormônios, os FC possuem uma meia-vida curta e são<br />

secreta<strong>do</strong>s em pequenas concentrações por ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s. Atualmente, estão<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s mais <strong>de</strong> 130 FC, muitos <strong>de</strong>les associa<strong>do</strong>s ao sistema imunológico, receben<strong>do</strong><br />

a nomenclatura <strong>de</strong> citocinas.<br />

Embora o mecanismo exato da ação <strong>do</strong>s FC, sobre a ativida<strong>de</strong> das CTA, não<br />

esteja completamente elucida<strong>do</strong>, reconhece-se que estas células se diferenciarão no tipo<br />

celular <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> no qual se encontram, mediante esse estímulo. Inicialmente, acreditavase<br />

que as CTA originavam linhagens celulares diferentes apenas por transdiferenciação<br />

e diferenciação. Segun<strong>do</strong> estas teorias, as CTA, sob estímulos específicos, sofrem<br />

transformação estrutural e funcional, originan<strong>do</strong> tipos celulares distintos (HERZOG et al.,<br />

2003). Porém, outro estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstrou que as CTA caracterizadas anteriormente como<br />

transdiferenciadas apresentavam padrão <strong>de</strong> fluorescência semelhante à célula somática <strong>do</strong><br />

teci<strong>do</strong> sugerin<strong>do</strong>, na verda<strong>de</strong>, uma fusão celular (MCKINNEY-FREEMAN et al., 2002;<br />

JACKSON et al., 2004).<br />

Assim, atualmente admite-se que a plasticida<strong>de</strong> das CTA po<strong>de</strong> ser explicada por<br />

transdiferenciação (ou <strong>de</strong>-diferenciação), diferenciação e também por fusão celular,<br />

segun<strong>do</strong> a qual a CTA assume o padrão <strong>de</strong> expressão gênica da célula adulta a qual se<br />

fundiu (HERZOG et al., 2003; MEIRELLES et al., 2006).<br />

Na reparação óssea, as CTA recebem estímulos pró-mesenquimais, libera<strong>do</strong>s<br />

diretamente pelos FC produzi<strong>do</strong>s pelos tipos celulares envolvi<strong>do</strong>s. Os principais FC<br />

Sistema CFMV/CRMVs - Comissão <strong>de</strong> Ética, Bioética e <strong>Bem</strong>-<strong>Estar</strong> <strong>Animal</strong> e Comissão <strong>de</strong> Biotecnologia e Biossegurança<br />

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