Anais do I Congresso de Bioetica e Bem-Estar Animal - Unoesc
Anais do I Congresso de Bioetica e Bem-Estar Animal - Unoesc
Anais do I Congresso de Bioetica e Bem-Estar Animal - Unoesc
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
64<br />
<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> I <strong>Congresso</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Bioética e <strong>Bem</strong>-<strong>Estar</strong> <strong>Animal</strong> e<br />
I Seminário Nacional <strong>de</strong> Biossegurança e Biotecnologia <strong>Animal</strong><br />
massivas <strong>de</strong> gases tóxicos, produtos químicos gera<strong>do</strong>s nas fábricas, metais pesa<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s<br />
resultantes da ativida<strong>de</strong> industrial. Estes produtos tem si<strong>do</strong> aponta<strong>do</strong>s como causa <strong>do</strong><br />
aquecimento global, da perturbação na camada <strong>de</strong> ozônio, à extinção <strong>de</strong> espécies tanto<br />
local quanto globalmente, à redução da capacida<strong>de</strong> reprodutiva <strong>de</strong> animais e plantas<br />
(inclusive o homem); ressalto que é provável que alguns efeitos <strong>de</strong>letérios venham a ser<br />
caracteriza<strong>do</strong>s só em anos vin<strong>do</strong>uros, pelo caráter crônico ou marginal <strong>do</strong>s efeitos que<br />
alguns <strong>de</strong>stes produtos causam na fisiologia <strong>do</strong>s seres vivos. Não po<strong>de</strong> ser esqueci<strong>do</strong> que<br />
a quantida<strong>de</strong> imensa <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos orgânicos gerada pela população humana <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 6<br />
bilhões <strong>de</strong> pessoas, associa<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>jetos orgânicos oriun<strong>do</strong>s das criações animais são,<br />
via <strong>de</strong> regra, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s in natura a cursos d’água em geral, acarretan<strong>do</strong> a eutrofização da<br />
água e a morte <strong>de</strong> seres vivos outros que não os anaeróbicos; as marés vermelhas (bloom<br />
<strong>de</strong> algas) são o efeito mais visível <strong>de</strong>ste problema (ALTIZER et al., 2003).<br />
Tráfego internacional <strong>de</strong> pessoas, animais e seus subprodutos<br />
Nos últimos 3000 anos da história da humanida<strong>de</strong> nunca o homem moveu-se<br />
tão rápi<strong>do</strong> como agora. Esta velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> pessoas, animais e seus<br />
subprodutos, associada ao gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> comércio implica em que to<strong>do</strong> e qualquer<br />
micro- ou macroorganismo que esteja colonizan<strong>do</strong> estas pessoas e animais (ou mesmo<br />
produtos não orgânicos, mas que po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> vetores mecânicos <strong>de</strong> parasitas) também<br />
viaja junto. Isto permite que, no espaço <strong>de</strong> poucas horas, um agente infeccioso po<strong>de</strong> estar<br />
<strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> planeta, com potencial <strong>de</strong> infectar uma gama completamente diversa<br />
<strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>iros, os quais, muitas vezes, são completamente ingênuos (naive) para esta<br />
nova modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infecção. Espécies invasoras são atualmente um grave problema<br />
ambiental, on<strong>de</strong> mesmo espécies não-parasitárias tem causa<strong>do</strong> graves prejuízos à saú<strong>de</strong>,<br />
ao comércio, e aos ecossistemas <strong>do</strong>s locais invadi<strong>do</strong>s (CROSSAN et al., 2007; BLOUIN<br />
et al., 995; DASZAK E CUNNINGHAM, 999; KILPATRICK et al., 2006).<br />
Isto posto, concluo ressaltan<strong>do</strong> que conservação ambiental e controle <strong>de</strong><br />
zoonoses (<strong>de</strong> e para animais silvestres) estão intimamente relaciona<strong>do</strong>s e pensar em<br />
soluções e formas <strong>de</strong> mitigar um é ajudar no controle <strong>do</strong> outro (DASZAK et al., 2007).<br />
Um ecossistema diverso, pouco poluí<strong>do</strong> química e organicamente, coloniza<strong>do</strong> por uma<br />
população (animais e pessoas) que se alimenta <strong>de</strong> forma saudável; STEPHENSON et al.,<br />
2000; COOP E KYRIAZAKIS, 999), é um ecossistema menos propenso a ser invadi<strong>do</strong><br />
prejudicialmente por micro- ou macro- fauna e flora.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
ALTIZER, S; HARVELL, D; FRIEDLE, E. Rapid evolutionary dynamics and disease<br />
threats to biodiversity. Trends Ecol Evol, 8( ):589-596, 2003.<br />
ANDERSON PK, CUNNINGHAM AA, PATEL NG, MORALES FJ, EPSTEIN PR,<br />
DASZAK P. Emerging infectious diseases of plants: pathogen pollution, climate change<br />
and agrotechnology drivers. Trends Ecol Evol, 9( 0):535-44, 2004.<br />
BLOUIN, MS; YOWELL, CA; COURTNEY, CH; DAME, JB. Host movement and the<br />
genetic structure of populations of parasitic nemato<strong>de</strong>s. Genetics, 4 : 007- 0 4, 995.<br />
COOP, RL; KYRIAZAKIS, I. Nutrition-parasite interaction. Veterinary Parasitology,<br />
84: 87-204, 999.<br />
Sistema CFMV/CRMVs - Comissão <strong>de</strong> Ética, Bioética e <strong>Bem</strong>-<strong>Estar</strong> <strong>Animal</strong> e Comissão <strong>de</strong> Biotecnologia e Biossegurança