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Anais do I Congresso de Bioetica e Bem-Estar Animal - Unoesc

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> I <strong>Congresso</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Bioética e <strong>Bem</strong>-<strong>Estar</strong> <strong>Animal</strong> e<br />

I Seminário Nacional <strong>de</strong> Biossegurança e Biotecnologia <strong>Animal</strong><br />

Autonomia tem si<strong>do</strong> relatada nos animais que apresentam <strong>do</strong>r neuropática crônica.<br />

A <strong>do</strong>r é uma experiência individual, e o quanto <strong>de</strong>ssa experiência se traduz em<br />

um comportamento observável e mensurável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores. O consenso<br />

geral entre os pesquisa<strong>do</strong>res que usam méto<strong>do</strong>s para aferir a <strong>do</strong>r é que a observação<br />

comportamental é uma ferramenta útil para distinguir entre a ausência <strong>de</strong> <strong>do</strong>r e <strong>do</strong>r<br />

mo<strong>de</strong>rada ou grave. A indução da ativida<strong>de</strong> anormal é observada e estes po<strong>de</strong>m mostrarse<br />

reclusos, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> seu ambiente. Mostram-se inativos, prestam pouca atenção aos<br />

estímulos ambientais, e po<strong>de</strong>m estar apáticos, letárgicos ou <strong>de</strong>primi<strong>do</strong>s. No outro extremo,<br />

alguns animais parecem estar intranquilos, agita<strong>do</strong>s ou mesmo <strong>de</strong>lirantes, embora estes<br />

animais pareçam estar <strong>de</strong>sinteressa<strong>do</strong>s com relação ao seu ambiente imediato. O ciclo<br />

normal <strong>de</strong> sono-vigília sofre rompimento. Na realida<strong>de</strong> quantificar a <strong>do</strong>r é muito difícil, a<br />

mensuração clínica da <strong>do</strong>r <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das observações <strong>do</strong>s pacientes e das informações <strong>do</strong>s<br />

proprietários. Pesquisas têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que os pacientes que experimentam <strong>do</strong>r grave<br />

estão imunossuprimi<strong>do</strong>s, o que estabelece condições para a sepse. Po<strong>de</strong>m estar sujeitos a<br />

um maior catabolismo, metabolismo intensifica<strong>do</strong>, atraso na ingestão <strong>de</strong> alimentos, retar<strong>do</strong><br />

na cicatrização <strong>de</strong> ferimentos, atelectasia, <strong>de</strong>ambulação tardia e retar<strong>do</strong> na recuperação.<br />

Tratar a <strong>do</strong>r é um <strong>de</strong>ver moral e ético, essa traz graves efeitos negativos nos<br />

sistemas cardiopulmonar, gastrointestinal, neuroendócrino e imunológico; além<br />

disso, os proprietários adquirem mais segurança e confiança. O tratamento da <strong>do</strong>r<br />

proporciona qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para o animal e o proprietário, além <strong>de</strong> prevenir alterações<br />

comportamentais importantes. Atualmente existem vários protocolos terapêuticos que<br />

objetivam propiciar o alívio da <strong>do</strong>r e restaurar as funções órgão afeta<strong>do</strong>. São utilizadas<br />

modalida<strong>de</strong>s terapêuticas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a clínica à cirúrgica. Os medicamentos analgésicos<br />

utiliza<strong>do</strong>s são os analgésicos narcóticos, antagonistas narcóticos, anestésicos locais,<br />

anticonvulsivantes, anti<strong>de</strong>pressivos triciclicos e medicamentos antiinflamatórios nãoesterói<strong>de</strong>s<br />

e esteroidais. A administração <strong>de</strong> medicações analgésicas baseia-se numa<br />

“escada analgésica”. O primeiro a usa<strong>do</strong> um analgésico não opiói<strong>de</strong> e um antiinflamatório<br />

não-hormonal. Depois um opiói<strong>de</strong> fraco é soma<strong>do</strong> e em seguida um opiói<strong>de</strong> forte. A<br />

acupuntura é uma modalida<strong>de</strong> terapêutica que po<strong>de</strong> ter aplicação na <strong>do</strong>r.<br />

Porém, a terapêutica das <strong>do</strong>res neuropáticas é um <strong>de</strong>safio e para essas tem si<strong>do</strong><br />

utilizada terapia múltipla. Os principais instrumentos terapêuticos são constituí<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

cirurgia <strong>de</strong>scompressiva, anticonvulsivantes (carbamazepina, áci<strong>do</strong> valpróico, fenitoína,<br />

a vigabatrina, gabapentina e lamotrigina,), bloqueio simpático, anti<strong>de</strong>pressivos tricíclicos<br />

(amitriptilina, imipramina ou notriptilina) e fenotiazínicos. É provável que o conceito <strong>de</strong><br />

“analgesia multimodal balanceada” proporcione o alívio mais abrangente. A analgesia<br />

profilática é um importante aspecto a se consi<strong>de</strong>rar nas cirurgias eletivas. Essa minimiza<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong> periférica e <strong>do</strong> Sistema Nervoso Central em<br />

resposta à <strong>do</strong>r e previne a hiperalgesia e a alodinia.<br />

Devemos consi<strong>de</strong>rar ainda que como profissionais, Médicos Veterinários, somos<br />

promotores da ética, os proprietários estão comprometi<strong>do</strong>s e tem gran<strong>de</strong> interesse na<br />

<strong>do</strong>r animal e em seu controle. Nesse contexto é importante o conhecimento sobre as<br />

drogas utilizadas no controle da <strong>do</strong>r animal. Portanto, o alívio da <strong>do</strong>r e <strong>do</strong> sofrimento nos<br />

animais é um ato <strong>de</strong> nobreza. Os animais, assim como os homens, sentem me<strong>do</strong>, solidão,<br />

monotonia e <strong>do</strong>r. Atualmente, existe uma conscientização evi<strong>de</strong>nte da presença potencial<br />

da <strong>do</strong>r e <strong>de</strong> suas conseqüências negativas para o bem-estar e o esta<strong>do</strong> geral da saú<strong>de</strong>.<br />

Sistema CFMV/CRMVs - Comissão <strong>de</strong> Ética, Bioética e <strong>Bem</strong>-<strong>Estar</strong> <strong>Animal</strong> e Comissão <strong>de</strong> Biotecnologia e Biossegurança<br />

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