Untitled - Centro de Artes Universidade Federal de Pelotas
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Dramaturgia <strong>de</strong> Série <strong>de</strong> Animação<br />
do mundo entre os anos 1972 e 1991. Em “La Linea”, Cava conseguiu resultados surpreen<strong>de</strong>ntes<br />
a partir da utilização <strong>de</strong> elementos mínimos. O cenário era representado por uma espécie<br />
<strong>de</strong> fundo neutro chapado em uma única cor que, eventualmente, mudava em função da<br />
dramaticida<strong>de</strong> da cena. Em um primeiro plano os episódios começavam sempre com uma linha<br />
branca a partir da qual se <strong>de</strong>senhava o contorno da personagem, que permanecia presa a esta<br />
linha. Ao caminhar horizontalmente pela linha, a personagem se <strong>de</strong>parava com uma série <strong>de</strong><br />
obstáculos e elementos com os quais procurava interagir. Para tanto, a personagem olhava<br />
para cima e costumava recorrer ao próprio animador, cuja mão aparecia na tela para interferir<br />
diretamente no <strong>de</strong>senho.<br />
Com estrutura <strong>de</strong> produção enxuta, a série contava, além <strong>de</strong> Cava, com a participação do músico<br />
Franco Godi na sonorização e trilha sonora (com estilo predominante jazzístico) e do dublador<br />
Carlo Bonomi que interpretava grunhidos ininteligíveis emitidos pela personagem em resposta às<br />
diversas situações apresentadas. A i<strong>de</strong>ia da série foi inicialmente utilizada pelo próprio Cava para a<br />
publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma marca <strong>de</strong> utensílios domésticos na Itália. Por meio <strong>de</strong> uma estética mínima, o<br />
autor conseguiu criar uma obra na qual a simplicida<strong>de</strong> é a sua própria razão <strong>de</strong> ser, sendo capaz ainda<br />
<strong>de</strong> gerar inúmeras situações <strong>de</strong>correntes da relação entre “criatura e criador”.<br />
Na Hungria, em 1978, a série infantil “Kockásfülű Nyúl” (“The Rabbit with Checkered Ears”),<br />
fez enorme sucesso junto às crianças na Magyar Televizió, canal estatal <strong>de</strong> televisão do país. Criada<br />
pela escritora e artista gráfica Veronika Marék, animada por Zsolt Richly e realizada no Pannónia<br />
Film Stúdió, a série girava em torno das enrascadas <strong>de</strong> quatro crianças (Kriszta, Menyus, Kistöfi e<br />
Mozdony), das quais o coelho com as orelhas listradas procurava livrá-las. A série foi bastante popular<br />
durante sua primeira exibição e ganhou diversas reprises, inclusive nos anos 2000, tornando o coelho<br />
protagonista a principal mascote da animação no país.<br />
“Leteći Medvjedići” (“The Little Flying Bears”) é outra série realizada na Zagreb School of<br />
Animation, em uma coprodução Croácia – Canadá, criada por Pero Kvesić e dirigida por Jean<br />
Sarault no ano <strong>de</strong> 1990. O <strong>de</strong>senho animado apresenta uma rara espécie <strong>de</strong> pequenos ursos<br />
alados que vivem em uma comunida<strong>de</strong> cooperativa utópica, em uma floresta mágica. Juntos,<br />
eles <strong>de</strong>vem impedir que as doninhas Shulk e Sammy, a cobra Slinky, a aranha Grizelda e o rato<br />
Spike consigam poluir a floresta e acabar com sua harmonia. Nessa missão, os ursos contam<br />
com os conselhos <strong>de</strong> Plato, o mais sábio dos ursos, porém muito velho para voar e da intrépida<br />
coruja Ozzy.<br />
“Kockásfülű Nyúl”, “Leteći Medvjedići”<br />
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