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Untitled - Centro de Artes Universidade Federal de Pelotas

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Dramaturgia <strong>de</strong> Série <strong>de</strong> Animação<br />

ao espectador. Como sabemos, a programação televisiva é constituída pela presença <strong>de</strong> diversos<br />

programas que, por sua vez, estão estruturados em diversos blocos. Mesmo filmes produzidos<br />

originalmente para cinema e pensados para serem assistidos sem pausas ou interrupções, quando<br />

exibidos em uma emissora <strong>de</strong> televisão são, normalmente, apresentados <strong>de</strong> maneira fragmentada.<br />

Diferentemente das produções cinematográficas, os programas <strong>de</strong> televisão, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> seu gênero, são concebidos para aten<strong>de</strong>r a essa fragmentação.<br />

O programa também po<strong>de</strong> ser pensado como parte <strong>de</strong> um todo, que po<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong>r<br />

por semanas, meses ou mesmo anos. Neste caso, temos a presença <strong>de</strong> uma narrativa seriada<br />

que se apresenta <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontínua e fragmentada. Desta forma, o enredo é apresentado<br />

em diferentes capítulos ou episódios, que po<strong>de</strong>m, por sua vez, estar organizados em blocos<br />

divididos pelos breaks comerciais.<br />

Apesar das pausas oferecerem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inserção <strong>de</strong> anunciantes comerciais, principal<br />

fonte <strong>de</strong> renda das emissoras privadas, permitem também uma espécie <strong>de</strong> pausa para o espectador<br />

“respirar” ou mesmo realizar outras ativida<strong>de</strong>s breves. Mesmo emissoras públicas que não possuem<br />

comerciais publicitários também costumam inserir intervalos nos programas.<br />

Para Machado, existem três tipos principais <strong>de</strong> narrativas seriadas na televisão, a partir da<br />

maneira como a fragmentação é oferecida ao espectador e estruturada na própria série. No<br />

primeiro tipo (“capítulos”), há uma ou diversas narrativas (entrelaçadas ou paralelas) principais<br />

que se apresentam <strong>de</strong> forma contínua e linear. Isto é, <strong>de</strong>ve-se assistir aos episódios em uma or<strong>de</strong>m<br />

cronológica pre<strong>de</strong>terminada <strong>de</strong> exibição, na qual o entendimento <strong>de</strong> um episódio é fundamental<br />

para o entendimento do próximo, e assim por diante, em um enca<strong>de</strong>amento teleológico.<br />

No segundo tipo (“episódios seriados”), cada episódio se constitui como uma história<br />

completa e autônoma, com a repetição <strong>de</strong> elementos narrativos centrais na série. A partir <strong>de</strong><br />

um padrão básico, recorrente, elementos variáveis são apresentados possibilitando variações<br />

em torno <strong>de</strong> seu eixo. Não é necessário, portanto, que o espectador assista a episódios prévios<br />

em <strong>de</strong>terminada or<strong>de</strong>m para que se entenda o episódio atual, da mesma forma que este não é<br />

necessário para os próximos. Como não há or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> exibição, os diferentes episódios da série<br />

po<strong>de</strong>m ser exibidos em qualquer or<strong>de</strong>m, garantindo assim maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reprises.<br />

O terceiro tipo (“episódios unitários”), por sua vez, apresenta as séries em que cada episódio<br />

possui in<strong>de</strong>pendência narrativa e, ao mesmo tempo, apresenta elementos narrativos diferentes<br />

entre si, po<strong>de</strong>ndo mudar <strong>de</strong> personagens e mesmo <strong>de</strong> universos criativos inteiros. Neste caso, o que<br />

possibilita que os diferentes episódios se constituam como série é uma <strong>de</strong>terminada temática comum<br />

recorrente, como narrativas <strong>de</strong> suspense, terror ou fantásticas, por exemplo.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do critério e do próprio gênero a que uma série <strong>de</strong> animação pertença<br />

ou no qual possa estar classificada, é importante registrar que atualmente as séries <strong>de</strong> animação<br />

para televisão possuem algumas estruturas fixas possíveis <strong>de</strong> fragmentação. Em primeiro lugar, a<br />

duração <strong>de</strong> cada episódio po<strong>de</strong> ter <strong>de</strong> um a dois; sete; 11 ou 22 minutos. No primeiro caso, a duração<br />

mais curta é utilizada nos chamados interprogramas, histórias rápidas e dinâmicas apresentadas,<br />

normalmente, no intervalo entre um programa e outro <strong>de</strong> uma emissora <strong>de</strong> televisão. A duração <strong>de</strong><br />

sete minutos é um formato mais tradicional, bastante utilizado principalmente em algumas séries<br />

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