Untitled - Centro de Artes Universidade Federal de Pelotas
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Dramaturgia <strong>de</strong> Série <strong>de</strong> Animação<br />
3.7 roteiro<br />
3.7 Roteiro<br />
Estudos e pesquisas sobre as formas e estruturas narrativas não são novos. Uma das obras<br />
críticas mais antigas nesta área é “Poética”, <strong>de</strong> Aristóteles, escrita em III a.C. e ainda hoje<br />
bastante consultada para questões como as da representação humana, da tragédia, da comédia<br />
e da própria dramaturgia.<br />
Des<strong>de</strong> então, muito foi escrito sobre os elementos e estruturas narrativas em seus mais<br />
diversos gêneros, propósitos e mídias. Entretanto, foi apenas em 1969, no livro “Análise<br />
Estrutural da Narrativa”, que o linguista e filósofo búlgaro Tzvetan Todorov cunhou o termo<br />
“narratologia”, buscando emancipar a narrativa do campo da crítica literária e <strong>de</strong>finindo-a<br />
como um campo próprio <strong>de</strong> estudo.<br />
A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>sta “emancipação”, correntes do pensamento e obras anteriores que abordavam<br />
questões ligadas ao universo narrativo não foram <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>radas. A narratologia dialoga com<br />
obras anteriores às <strong>de</strong> Todorov, como a própria “Poética” <strong>de</strong> Aristóteles, ou ainda com aquelas<br />
elaboradas pelos formalistas russos do início do século XX, sobretudo, com “A Morfologia dos<br />
Contos <strong>de</strong> Fadas” (1928). Nesse trabalho, o autor Vladimir Propp i<strong>de</strong>ntifica e divi<strong>de</strong> diferentes<br />
classes <strong>de</strong> personagens, estágios <strong>de</strong> evolução narrativa e funções dramáticas.<br />
Com o passar do tempo, a narratologia foi se aproximando <strong>de</strong> diversas escolas e correntes<br />
<strong>de</strong> pensamento, como por exemplo, o estruturalismo, a semiótica, o existencialismo, a<br />
fenomenologia e os estudos culturais. Nomes importantes do pensamento contemporâneo<br />
oci<strong>de</strong>ntal, como Roland Brathes, Gerard Genette, Clau<strong>de</strong> Bremond, Christian Metz, Umberto<br />
Eco e Algirdas Julien Greimas escreveram alguns dos textos basais da narratologia.<br />
Apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos consi<strong>de</strong>rar o roteiro como uma modalida<strong>de</strong> narrativa, não se po<strong>de</strong><br />
associar suas origens às primeiras histórias contadas e transmitidas pelos homens por meio da<br />
oralida<strong>de</strong>. Diferentemente <strong>de</strong> uma história oral ou <strong>de</strong> um livro, po<strong>de</strong>mos dizer que o roteiro<br />
não constitui em si mesmo um fim, mas um meio. Enquanto uma história oral ou impressa se<br />
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