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Untitled - Centro de Artes Universidade Federal de Pelotas

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Dramaturgia <strong>de</strong> Série <strong>de</strong> Animação<br />

por facilitar o processo <strong>de</strong> realização do roteiro. Ao se conhecer um universo narrativo, suas<br />

personagens e premissas, tem-se um ponto <strong>de</strong> partida sólido para se pensar nas situações que<br />

se apresentarão em cada episódio.<br />

Ao expandir o resumo <strong>de</strong> cada cena, o roteiro começa a ganhar corpo até ter finalizada<br />

sua primeira versão. O estilo <strong>de</strong> texto claro, direto e <strong>de</strong>scritivo - que apresenta cenários e<br />

ações centradas nas referências audiovisuais - é mantido, garantindo o pleno entendimento da<br />

história apresentada, sem o uso <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> caráter mais subjetivo.<br />

Um dos formatos mais utilizados para formatação <strong>de</strong> roteiro é conhecido como master scenes e<br />

apresenta as cenas em or<strong>de</strong>m cronológica, respeitando a sequência <strong>de</strong>senvolvida pelo autor. Cada<br />

cena se inicia com o cabeçalho, que é estruturado da mesma maneira apresentada anteriormente na<br />

escaleta. Cada mudança <strong>de</strong> cena é representada, portanto, pela mudança <strong>de</strong> cabeçalho.<br />

O conteúdo <strong>de</strong> cada cena, introduzida pelo cabeçalho, é constituída basicamente por três<br />

tipos <strong>de</strong> texto: <strong>de</strong>scrição, narração e diálogos. A <strong>de</strong>scrição é utilizada, como o próprio nome<br />

sugere, para apresentar os ambientes e objetos presentes em cada cena, sejam eles mais<br />

“realistas” ou cartunizados. A primeira aparição <strong>de</strong>stes ambientes e objetos costuma ser mais<br />

<strong>de</strong>talhada, permitindo melhor percepção da atmosfera <strong>de</strong>sejada e <strong>de</strong> seus elementos físicos<br />

constituintes. Determinados ambientes e objetos já apresentados em uma cena prévia não<br />

precisam ser novamente apresentados com seus mesmos <strong>de</strong>talhes em uma nova cena, exceto<br />

quando algo tenha se alterado neles.<br />

A narração por sua vez apresenta as ações que acontecem na cena, aquilo que se manifesta<br />

por meio <strong>de</strong> som e/ou imagem, sejam elas mais ou menos verossímeis. As ações são responsáveis<br />

pela progressão da história; o motor que coloca e mantém a trama em movimento. A fim <strong>de</strong><br />

evitar sua gratuida<strong>de</strong>, cada ação costuma ser pensada, ainda que <strong>de</strong> maneira breve e sucinta,<br />

em relação aos seus aspectos pregressos e progressos. No primeiro caso, é importante saber por<br />

que aquela ação está ocorrendo, isto é, o que motivou sua manifestação. Em alguns roteiros,<br />

ações parecem ser inseridas na trama muito mais para direcionar a história ou justificar<br />

escolhas do autor do que como <strong>de</strong>corrência direta da própria trama – o que po<strong>de</strong> causar uma<br />

quebra da cumplicida<strong>de</strong> estabelecida com o espectador.<br />

Em relação aos aspectos progressos <strong>de</strong> uma ação, é importante consi<strong>de</strong>rar, após sua realização,<br />

seus impactos e reações na própria história. Nesse sentido, as ações po<strong>de</strong>m ser classificadas em dois<br />

tipos: diretas ou indiretas. Ações diretas são aquelas que interferem mais claramente na história, isto<br />

é, cujas reações fazem a história tomar certo rumo que não tomariam <strong>de</strong> outra forma, normalmente<br />

representadas por algo que quebra uma rotina. As ações indiretas por sua vez não interferem<br />

diretamente no rumo da história, mas são importantes ferramentas para se explorar as entrelinhas<br />

ou subtextos <strong>de</strong> uma situação, sobretudo pelo acting da personagem.<br />

Por fim, os diálogos representam as falas que serão ditas pelas personagens. Em animação,<br />

diferentemente do live action, as falas costumam ser compostas por um número reduzido, cerca <strong>de</strong><br />

três, breves sentenças. A ausência <strong>de</strong> falas maiores das personagens po<strong>de</strong> ser explicada pelo fato da<br />

linguagem facial <strong>de</strong> uma personagem animada não ser tão expressiva quanto a <strong>de</strong> um ator humano.<br />

Pequenas nuances no rosto, seja ele humano ou não, exigem uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentos<br />

sutis, em uma área restrita, durante um curto intervalo <strong>de</strong> tempo – o que dificulta enormemente a<br />

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