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Untitled - Centro de Artes Universidade Federal de Pelotas

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Dramaturgia <strong>de</strong> Série <strong>de</strong> Animação<br />

pelos Estúdios Disney. Em pouco tempo, os estúdios <strong>de</strong> animação passaram a utilizar o<br />

storyboard em todas as suas produções e, a partir do final da década <strong>de</strong> 20, já havia menções<br />

<strong>de</strong> artistas <strong>de</strong> storyboard nos créditos das animações.<br />

Com o passar do tempo, novas colaborações foram feitas ao uso do storyboard, como a<br />

metodologia adotada pela Warner Bros., na qual uma primeira versão mais rascunhada era<br />

previamente aprovada pelo diretor antes <strong>de</strong> ser finalizada em uma versão <strong>de</strong> trabalho. Os<br />

diálogos eram adicionados posteriormente, <strong>de</strong> maneira que a ação sempre pu<strong>de</strong>sse conduzir<br />

as falas, e não o contrário.<br />

Durante a chamada Era <strong>de</strong> Ouro dos <strong>de</strong>senhos animados norte-americanos, muitos estúdios<br />

passaram a trabalhar a narrativa diretamente em seus storyboards, sem passar previamente<br />

pelo roteiro. Além <strong>de</strong> economizar tempo e dinheiro, tratava-se <strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> pensar<br />

diretamente em termos <strong>de</strong> sons e imagens – o que po<strong>de</strong> ser bastante útil em situações <strong>de</strong> maior<br />

apelo visual, como acontece em muitas gags, por exemplo. Atualmente, como vimos no final<br />

do capítulo anterior, há séries que trabalham das duas maneiras: com e sem a elaboração <strong>de</strong><br />

um roteiro prévio.<br />

O storyboard po<strong>de</strong> ser entendido, portanto, como a representação visual da narrativa,<br />

exibindo uma sucessão <strong>de</strong> imagens, <strong>de</strong> modo a proporcionar uma pré-visualização da animação.<br />

Sua criação é resultado <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cupagem do roteiro e permite visualizar melhor<br />

a história por meio <strong>de</strong> uma perspectiva ilustrada sequêncial e não apenas por meio <strong>de</strong> palavras<br />

escritas, como acontece no roteiro. Neste caso, vale o ditado popular: “uma imagem vale mais<br />

do que mil palavras”.<br />

Da mesma forma que um argumento não é igual a um conto, o storyboard não <strong>de</strong>ve ser<br />

entendido como sinônimo <strong>de</strong> HQ, nem vice-versa. Apesar <strong>de</strong> possuir algumas semelhanças com<br />

a história em quadrinhos e <strong>de</strong> provavelmente ter sido influenciado por esta, o storyboard <strong>de</strong>ve<br />

ser entendido como um processo próprio e distinto, que foi sendo aperfeiçoado com o passar<br />

do tempo. Atualmente, a criação e o uso <strong>de</strong> storyboards na produção <strong>de</strong> uma animação são<br />

consi<strong>de</strong>rados indispensáveis.<br />

A utilização do storyboard durante a pré-produção <strong>de</strong> uma animação possui algumas funções<br />

e objetivos primordiais. Em primeiro lugar, permite uma <strong>de</strong>finição estética da linguagem da<br />

animação, com a composição dos planos por meio da escolha <strong>de</strong> enquadramentos, movimentos<br />

<strong>de</strong> câmera, efeitos, trilha sonora, movimentação <strong>de</strong> personagens etc. Destarte, a forma <strong>de</strong>ve<br />

trabalhar a favor do conteúdo, valorizando sempre suas necessida<strong>de</strong>s dramáticas. Em uma<br />

sequência <strong>de</strong> um episódio cujo sentido seja enfatizar a superiorida<strong>de</strong> ou grandiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminada personagem, por exemplo, o uso <strong>de</strong> uma câmera baixa (que mostra a personagem<br />

em uma angulação <strong>de</strong> baixo para cima) po<strong>de</strong> passar muito melhor essa i<strong>de</strong>ia do que o uso <strong>de</strong><br />

uma câmera plana – cujo sentido normalmente remete à noção <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>.<br />

Permite, portanto, testar algumas funcionalida<strong>de</strong>s da narrativa, como a continuida<strong>de</strong>, o<br />

acting das personagens e o timing das ações, por exemplo. A <strong>de</strong>cupagem da história em uma<br />

sequência <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong>ve atentar não apenas para a clareza da mensagem, mas também<br />

à intencionalida<strong>de</strong> e aos sentidos por trás <strong>de</strong> cada plano, <strong>de</strong> maneira a não estimular uma<br />

eventual gratuida<strong>de</strong> das ações e a enfatizar aquilo que efetivamente for <strong>de</strong>sejado pelo autor.<br />

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