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Untitled - Centro de Artes Universidade Federal de Pelotas

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Dramaturgia <strong>de</strong> Série <strong>de</strong> Animação<br />

todos os lugares ao qual chega. A imagem <strong>de</strong> indígenas em ocas ou <strong>de</strong> uma família sentada<br />

em um sofá assistindo à televisão é bastante presente no imaginário contemporâneo e<br />

ilustra bem este caráter pervasivo do meio, inclusive em ambientes privados. A ubiquida<strong>de</strong>,<br />

por sua vez, é atribuída por sua onipresença, sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar em diversos lugares<br />

concomitantemente. Destes dois aspectos associados surgem as maiores preocupações quanto<br />

ao po<strong>de</strong>r da televisão, seu discurso, sua i<strong>de</strong>ologia e a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventualmente<br />

manipular gran<strong>de</strong>s contingentes <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> uma única vez.<br />

A televisão também costuma ser acusada <strong>de</strong> restringir, em extensão e profundida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>terminados temas e conteúdos, colaborando para uma visão simplificada e limitada da<br />

realida<strong>de</strong>. Além da superficialida<strong>de</strong>, os temas costumeiramente abordados são apontados<br />

como triviais, quando não banais e, em alguns casos, vulgares. Destarte, a superficialida<strong>de</strong> e<br />

a banalida<strong>de</strong> da televisão colaboram na “<strong>de</strong>seducação” do cidadão, transformando o sujeito<br />

em um ser limítrofe, alienado. Quando esta lógica é pensada em termos coletivos, tem-se<br />

a formação <strong>de</strong> um público homogeneizado e virtualmente mais fácil <strong>de</strong> ser manipulado por<br />

aqueles que efetivamente produzem o discurso do meio e que, portanto, <strong>de</strong>têm o po<strong>de</strong>r.<br />

Duas metáforas são comumente evocadas para tentar ilustrar o papel e a relação da televisão<br />

com a socieda<strong>de</strong>: a da janela e a do espelho. Entendida como janela, a televisão permite, quando<br />

aberta, revelar em seu interior um mundo novo, diferente daquele existente do lado <strong>de</strong> fora (ou <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro) da janela. Enquanto espelho a televisão reflete sons e imagens <strong>de</strong> um mesmo mundo no qual<br />

ela também se encontra inserida. As metáforas são empregadas principalmente quando se procura<br />

enten<strong>de</strong>r prioritária ou exclusivamente normas e comportamentos sociais por meio <strong>de</strong> uma possível<br />

relação direta <strong>de</strong> influência e <strong>de</strong> causa-efeito entre televisão e socieda<strong>de</strong>, sem consi<strong>de</strong>rar outros<br />

elementos diversos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política, econômica e cultural. Apresenta-se assim, a partir <strong>de</strong> uma<br />

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