CAPÍTULO VI ESTUDO DE CASO – REA/BRASIL
CAPÍTULO VI ESTUDO DE CASO – REA/BRASIL
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A astronomia amadora brasileira se desenvolveu de trabalhos feitos solitariamente,<br />
abnegados observadores, autodidatas, que não tinham acesso a uma ampla literatura<br />
como temos hoje. Não possuiam equipamentos, estes tinham que ser construídos<br />
pelas próprias mãos a fim de poderem observar... A astronomia amadora no Brasil<br />
ainda está engatinhando. Digo isso porque o Brasil carece de infra-estrutura de ensino<br />
para que mais pessoas possam ter contato com este universo fascinante. O ensino da<br />
astronomia é incipiente, muito pouco ou quase nada é ensinado nas escolas, tiro isso<br />
da observação de minhas filhas que receberam apenas um rudimentar conhecimento<br />
sobre o sistema solar na disciplina de geografia no ensino fundamental. Isso é pouco.<br />
Será preciso fazer muito mais para mudarmos esse quadro. Do que vi nas minhas<br />
andanças por aí, os clubes de astronomia possuem uma grande boa vontade, mas o<br />
seu embasamento é muito pequeno visto a desinformação existente e<br />
conseqüentemente os trabalhos que eles poderiam desenvolver não se realizarão.<br />
Amadores e profissionais têm consciência de que toda a ajuda é necessária.<br />
Poucos ainda são os observadores frente a um objeto tão imenso quanto é o<br />
universo.<br />
Em território nacional, vamos encontrar a <strong>REA</strong> 17 <strong>–</strong> Rede de Astronomia<br />
Observacional. Em 1988, quatro astrônomos amadores que faziam parte da UAA <strong>–</strong><br />
União de Amadores em Astronomia, na cidade de São Paulo, sentiram a<br />
necessidade de oficializar uma associação nacional que se dedicasse à pesquisa<br />
observacional e coleta sistemática de dados tendo em vista a formação de bancos<br />
de dados que pudessem ser úteis em pesquisas profissionais. Sentindo certa<br />
resistência interna a essa idéia na própria UAA, decidiram afastar-se e fundaram a<br />
<strong>REA</strong>.<br />
NAPOLEÃO 18 cita em entrevista (novembro de 2004):<br />
na verdade, a inexistência no Brasil de uma associação que não fosse regional, em<br />
primeiro lugar, e que fosse dedicada exclusivamente à área de observação<br />
astronômica, em segundo, que é a área em que os amadores podem efetivamente<br />
contribuir para trabalhos científicos<br />
Estes foram os motivos que levaram à fundação de uma entidade como a<br />
<strong>REA</strong>. Desde sua fundação até hoje a entidade conta, em seu banco de dados, com<br />
232 projetos observacionais, mais de 60.000 observações e muitas descobertas.<br />
TRE<strong>VI</strong>SAN (2005), no mesmo artigo citado anteriormente, Revista<br />
Ciênciaonline, observa:<br />
Neste tempo todo vivendo as experiências na área, pude travar contato com diversas<br />
pessoas que fizeram a diferença pelo seu trabalho sistemático na observação<br />
astronômica. Cito o trabalho desenvolvido por Jean Nicolini, um excelente observador<br />
que por muitos anos desenvolveu e divulgou a ciência astronômica junto a toda a<br />
17 http://www.reabrasil.org/<br />
18 NAPOLEÃO, Tasso A. Em entrevista à autora em novembro de 2004.<br />
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