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CAPÍTULO VI ESTUDO DE CASO – REA/BRASIL

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a numerosos instrumentos e abundante “tempo de observação”, algo de precioso e<br />

que tem de ser gerido criteriosamente a nível dos instrumentos profissionais. Por<br />

todas estas razões, a contribuição amadora na monitorização de fenômenos, por<br />

vezes de estabelecimento muito rápido, pode ser relevante.<br />

A pesquisa científica realizada por amadores não é exclusividade da área da<br />

astronomia. Em artigo publicado na Revista Veja 6 (outubro de 1997, p.94-95), Ana<br />

Pessoa apresenta algumas pessoas que são apaixonadas por algum hobby e que,<br />

levando-o efetivamente a sério, estudando e aperfeiçoando-se, embora não sejam<br />

profissionais, tornam-se especialistas em determinadas áreas a ponto de auxiliarem<br />

profissionais e propiciarem descobertas científicas. A autora fala dos cientistas<br />

amadores que “existem desde os primórdios da humanidade e estiveram sob risco<br />

de extinção com o processo de ultra-especialização do conhecimento” (p. 94).<br />

Neste rol de pesquisadores encontram-se pessoas como Manuel de Sousa e<br />

Silva, 71 anos, conquiliologista 7 que no decorrer de quarenta anos de “trabalho de<br />

campo”, cita o artigo (p. 94), reuniu mais de 2.000 conchas, hoje espalhadas por<br />

dezenas de universidades e museus brasileiros. Ou o grupo de espeleólogos 8<br />

amadores “Bambui”, criado em 1983 e responsável “pelo cadastramento da maioria<br />

das cavernas de Minas Gerais e de várias do interior da Bahia”. Este grupo<br />

descobriu dez espécies de animais e a maior caverna do Hemisfério Sul, a Toca da<br />

Boa Vista. Um de seus integrantes é um geriatra mineiro, Flávio Chaimowicz, que<br />

descobriu uma espécie de centopéia que leva seu nome Pseudonannolene<br />

chaimowiczi. Ou ainda como Antônio Celso de Arruda Campos, 62 anos, aposentado<br />

em Monte Alto e paleontólogo amador. “A contribuição desse grupo de amadores foi<br />

fundamental para que pudéssemos aprofundar nossas pesquisas naquela região”<br />

diz o professor de paleontologia Reinaldo Bertini da UNESP (p. 94).<br />

PESSOA continua a falar sobre a atuação de amadores, agora no campo da<br />

astronomia e cita (p. 95):<br />

O ramo cientifico que tem o maior número de adeptos no Brasil, com cerca de 100<br />

grupos organizados, é o da astronomia. Um deles, Rede de Astronomia<br />

Observacional, <strong>REA</strong>/Brasil, fundado em 1988, conta com setenta integrantes<br />

espalhados por todo o país. Inspirada em redes semelhantes de outros países, a <strong>REA</strong><br />

realiza continuamente observações que são, mais tarde, utilizadas como base para<br />

trabalhos de natureza cientifica.<br />

6 PESSOA, Ana. “Jogo Educativo: amadores se divertem, mas também propiciam descobertas cientificas”.<br />

Revista Veja, p. 94/95, 08 de Outubro de 1997.<br />

7 Nome que se dá ao estudioso de conchas;<br />

8 Espeleologia <strong>–</strong> ciência que estuda as cavernas;<br />

7

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