CAPÍTULO VI ESTUDO DE CASO – REA/BRASIL
CAPÍTULO VI ESTUDO DE CASO – REA/BRASIL
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As vantagens são, principalmente, a facilidade de atualização tecnológica, quer dizer,<br />
o que foi publicado ontem pela NASA eu já estou sabendo hoje de manhã, quer dizer,<br />
qualquer avanço que tenha sido feito em astronomia, astrofísica, você fica atualizado<br />
em questão de horas, basta você querer se atualizar na verdade. Tudo isso está<br />
disponível pela Internet. Na época em que eu estudava no IAG, para fazer uma<br />
pesquisa sobre uma determinada estrela, um determinado objeto, tinha que ficar no<br />
mínimo uns dois ou três dias na biblioteca do IAG buscando todas as referências, eu<br />
faço isso hoje em alguns minutos em bancos de dados que são disponibilizados pela<br />
Internet, então, isso é uma vantagem evidente, quer dizer, desde que você se<br />
proponha a estar atualizado...na verdade você não tem desculpa para não estar<br />
atualizado em astronomia hoje. É só você querer que você tem fontes à vontade.<br />
Em segundo lugar, outra vantagem evidente da Internet é que você tem o acesso<br />
imediato a todos os membros da associação. Se um determinado evento astronômico<br />
não é visível aqui em S.Paulo porque o tempo fechou, simplesmente, você pode<br />
acessar uma pessoa em Maceió, em Florianópolis, assim por diante para que ele faça<br />
a observação por você.<br />
Em terceiro lugar, esta interconexão é muito rápida, nós até poderíamos fazer isto no<br />
sistema antigo por telegrama, por telex ou qualquer coisa semelhante ou via carta,<br />
mas existem fenômenos que você não pode esperar horas para que seja, você tem<br />
que acessar imediatamente. Então essa virtualização ajudou neste sentido também.<br />
A desvantagem é o fato de que é virtual, ou seja, você perde um pouco...mas isso<br />
talvez seja até inerente, não é uma desvantagem da virtualização, mas é inerente à<br />
própria estrutura da <strong>REA</strong>, como a <strong>REA</strong> é formada por pessoas que estão em<br />
diferentes pontos do Brasil, às vezes, falta um pouco do contato pessoal, porque é<br />
bom também, de vez em quando, você discutir pessoalmente, você tem, digamos, em<br />
termos virtuais, por e-mail, Chat, é um pouco limitado, então falta esse contato pessoal<br />
que é uma coisa que a gente não sabe exatamente como resolver, a gente promove<br />
de vez em quando encontros, reuniões, mas talvez seja inerente à maneira como a<br />
gente atua. Não é uma desvantagem da virtualização em si mas é inerente à própria<br />
estrutura da <strong>REA</strong>.<br />
Destacamos então, alguns pontos que poderão ser analisados: (1) facilidade<br />
de atualização tecnológica, (2) acesso imediato aos membros, (3) rapidez na<br />
interconexão e, como desvantagem citada (4) falta de contato pessoal.<br />
A tendência, segundo Carlos Colesanti 31 , é o crescimento da organização em<br />
vários sentidos, a partir do uso cada vez mais intenso da tecnologia, o crescimento<br />
do número de membros, o aumento da contribuição da rede junto aos organismos<br />
internacionais, através de mais observações e da implementação da rede<br />
informatizada e robotizada de observatórios, que vai democratizar na rede o acesso<br />
aos equipamentos mais avançados de observação, equalizando as oportunidades<br />
de realização de trabalhos.<br />
Um dos problemas que se apresenta, relacionado à expansão da rede e do<br />
número de membros, é a necessidade de conhecimento técnico-observacional, ou<br />
seja, não basta ter vontade, tem que haver conhecimento sobre o que e como se vai<br />
observar, além de equipamento, é claro. A questão dos equipamentos poderá ser<br />
31 COLESANTI, Carlos A. Entrevista concedida à autora em dezembro de 2004 (vide anexos)<br />
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