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CAPÍTULO VI ESTUDO DE CASO – REA/BRASIL

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Descobertas importantes na área de astronomia dificilmente são frutos da<br />

observação de uma única pessoa, observa Tasso Napoleão no mesmo artigo (p. 94),<br />

como o cometa Hale-Bopp, por exemplo, cuja descoberta combina o trabalho de um<br />

astrônomo profissional, Alan Hale, com o de um amador, Thomas Bopp. A partir daí<br />

e, impulsionados pelo rápido desenvolvimento tecnológico dos últimos 20 a 25 anos<br />

que se reflete principalmente na queda nos custos de aquisição de equipamentos,<br />

cientistas amadores podem pretender desenvolver trabalhos muito próximos aos de<br />

profissionais e amplificar a sua contribuição.<br />

PESSOA (p. 95) cita ainda mergulhadores do grupo Brasil Azul, que mapeiam<br />

os navios naufragados na costa brasileira, ou as sociedades de orquidófilos como a<br />

Orquida-Rio, que vêm prestando importante contribuição na busca de novas<br />

espécies ou no desenvolvimento de plantas mais resistentes. Curiosidade,<br />

dedicação e muito estudo são imprescindíveis para quem se arrisca a tornar-se um<br />

pesquisador amador, em qualquer área que seja.<br />

A entidade <strong>REA</strong>/Brasil, abordada neste estudo de caso, é formada por um<br />

conjunto de astrônomos amadores que desenvolvem pesquisa científica em<br />

astronomia. As comunidades de pesquisadores são tão representativas hoje, como<br />

procuramos demonstrar nestes breves relatos, em áreas tão distintas, que<br />

constituem uma rede de produção de conhecimento paralela às redes oficiais ou<br />

profissionais de produção de conhecimento. Freeman Dyson, físico, em matéria<br />

publicada no Caderno Mais do Jornal Folha de São Paulo 9 , cita:<br />

Timothy Ferris é um astrônomo amador sério. Ele despende uma grande quantidade<br />

de tempo e dinheiro vagando à noite por planetas, estrelas e galáxias. Ele é dono de<br />

um lugar chamado Observatório Rocky Hill, na Califórnia, onde pode alegrar seu<br />

coração observando estrelas com telescópios de tamanho modesto e excelente<br />

qualidade. Ferris pertence a uma comunidade internacional de observadores que está<br />

conectada pela Internet, assim como pelo céu, onde se encontra em casa. Os<br />

astrônomos amadores sérios, a menos que seja aposentados ou ricos, precisam ter<br />

um emprego para sustentar seus vício noturno. Ferris tem um emprego durante o dia<br />

como autor de livros que são amplamente lidos e realmente reduziram o nível de<br />

analfabetismo científico da população dos EUA.<br />

Dyson descreve bem o que é ser astrônomo amador, e em território nacional<br />

temos centenas de “Ferris” que, nas noites em que é possível observar, em diversos<br />

pontos do Brasil, estão empenhados em acompanhar de perto os fenômenos pelos<br />

9 DYSON, Freeman. “Comunidade de observadores” <strong>–</strong> matéria publicada em 09 de fevereiro de 2003, acesso em<br />

Abril de 2005 em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0902200302.htm<br />

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