Numa revolução social nas favelas do Rio ... - Comunità Italiana

atualidade
Ficou para depois
Os planos de mais vôos diretos
da Europa para o Distrito Federal
foram adiados. Desde o início de
julho, apenas a companhia tAP
tem feito o trajeto Lisboa-brasília
sem escalas. A informação
foi revelada recentemente pela
secretária executiva do brasília e
Região Convention e Visitors bureau,
Jackeyline Reis.
Apesar disso, o governo brasileiro
acredita que a crise aérea não
será obstáculo para a ambiciosa
meta de atrair mais de 430 mil
turistas italianos em 2010. Segundo
a presidente do Instituto
brasileiro de turismo (Embratur),
Jeanine Pires, para os vôos internacionais,
há preferência em
pouso e decolagem e, por isso,
os transtornos serão poucos.
Enquanto isso na Itália...
Milhares de bagagens sem embarcar,
perdidas e devolvidas aos
donos com horas ou vários dias
de atraso. Nas férias de verão, isso
virou pura rotina no maior aeroporto
de Roma, o Leonardo da
Vinci, em Fiumicino.
Segundo o Ministério dos
transportes, a desorganização e
a falta de investimentos foram as
principais causas detectadas para
o problema. tudo começou no
último fim de semana de julho,
quando uma queda de tensão na
rede elétrica paralisou o aeroporto
por várias horas, apagando os
monitores que indicam as chegadas
e as saídas e atrasando uma
centena de vôos. Justamente no
mesmo dia que o sistema de separação
automática de bagagens
entrou em pane, ocasionado filas
enormes, em um local onde costumam
circular cerca de 100 mil
pessoas por dia.
Representantes da Enac, a
entidade que controla a aviação
civil no país, chegaram a pensar
em sabotagem, mas essa possibilidade
acabou sendo descartada.
— Há cinco anos, não se investe
em um novo sistema para
a separação de bagagens. Chegamos
a pensar que os operadores
poderiam estar sabotando o
sistema para trabalhar com mais
tranqüilidade — admite o presidente
da Enac, Vito Riggio.
Problema semelhante tinha sido
registrado em 25 de agosto do
ano passado, quando os passageiros,
cansados pelo contínuo atraso
na entrega das malas, invadiram a
pista como forma de protesto.
Por conta disso, o ministro
dos transportes italiano, Alessandro
bianchi, anunciou a chegada
de 80 pessoas para normalizar o
serviço de movimentação de bagagens,
além da liberação de 60
milhões de euros para investimentos
considerados de urgência.
Em conseqüência do problema
em Fiumicino os aeroportos
do norte do país – entre eles o
de Malpensa, de Milão – também
registraram atrasos na entrega
das bagagens dos passageiros.
Na avaliação dos sindicatos de
trabalhadores, a privatização da
empresa que administra os aeroportos
de Roma resultou em descuido
na manutenção do sistema
de separação e entrega de bagagens.
Isto e mais a falta de fiscalização
sobre os serviços prestados
são os culpados, na visão das
entidades de classe, pelo caos.
Embratur
Problemas semelhantes podem
ocorrer também no aeroporto de
Ciampino, conforme denunciam
representantes de vários sindicatos
de trabalhadores.
— Ciampino não tem mais
condições de suportar o tráfego
que recebe atualmente — diz o
secretário da União Italiana de
trabalhadores do transporte, Corrado
Funari.
Afora o atraso e o desaparecimento
de bagagens em Fiumicino,
na Itália, o último registro
de acidentes aéreos graves data
de outubro de 2001, quando
um McDonnell Douglas MD-87
da Scandinavian Airlines System
colidiu com um Cessna Citation,
matando 118 pessoas no aeroporto
de Milão-Linate. Na ocasião,
foram detectadas várias falhas:
o radar de terra não funcionava;
houve erro do piloto do Cessna e
dos controladores de tráfego aéreo;
além da demora no socorro.
O diretor-geral do Enac, Silvano
Manera, , diz que depois do
acidente várias medidas de segu-
A presidente da Embratur, Jeanine Pires e
o diretor-geral do Enac, Silvano Manera
Divulgação
rança entraram em vigor. Segundo
ele, a verificação inclui itens
como dimensão, espaço em torno
da pista, iluminação, instalação
de rádio-assistência, área de
risco próxima ao aeroporto, além
do sistema de qualidade que monitora
a eficácia de todos os aeroportos.
Ainda de acordo com
diretor-geral, os pilotos de aeronaves
de linha na Europa são
submetidos a uma normative que
prevê treinamentos para evitar a
ocorrência de erros humanos.
Manera revela que, em conjunto
com os demais países europeus,
a Itália exerce controle
sobre as empresas aéreas estrangeiras
e, a cada três meses,
elabora uma lista daquelas que
podem oferecer riscos aos passageiros.
Quanto ao aeroporto
de Ciampino, ele revela que, em
2010, será fechado totalmente
por, pelo menos, dois meses
para que a pista seja melhorada.
Até lá, o governo terá tempo para
encontrar um aeroporto alternativo.
Adriano Gonçalves
Fotos: Divulgação da Siemens
Vagão de
oportunidades
Projeto de trem-bala Rio-SP deve sair do papel em 2008
e empresa italiana é a responsável pelo projeto
Apenas 85 minutos de viagem.
Este será o tempo de
duração do trajeto Rio-São
Paulo a bordo de um trem
de Alta Velocidade (tAV). Em meio
à crise aérea brasileira, a iniciativa
veio bem a calhar. Foram longos
30 anos de espera para a execução
do projeto. Mesmo assim,
os futuros passageiros do chamado
trem-bala ainda terão que esperar
por quase uma década até
a obra ficar pronta. Pelo menos,
agora, o andamento dos trabalhos
evolui rapidamente e uma das
grandes responsáveis pela obra é
a empresa italiana Italplan.
Até a década de 90, quem quisesse
viajar do Rio de Janeiro a São
Paulo contava, como alternativa
aos aviões e a Via Dutra – chamada,
na época de Rodovia da Morte
– apenas com o trajeto por via férrea.
Mas a viagem por trilhos demorava
cerca de 11 horas no trem
de Prata. O alto custo da passagem
e o enorme tempo gasto acabarm
por provocar a diminuição gradativa
no número de passageiros, o
que culminou na extinção do serviço,
de caráter mais turístico, pelo
luxo das acomodações e dos serviços
prestados aos passageiros.
Desde a década de 70, o governo
brasileiro descartava propostas
por causa do custo alto
dos projetos apresentados. Até
que, em 2005, a italiana Italplan,
foi a primeira a elaborar
um programa considerado economicamente
viável. Disposta a investir
capital próprio de mais de
10 bilhões de euros, apenas uma
fração menor dos nove bilhões
de dólares do custo total do projeto,
a empresa de consultoria
representou, enfim, a primeira
oportunidade no país de instalação
do tAV com investimento exclusivamente
privado.
Em contrapartida, os financiadores
da nova ligação Rio-SP
obteriam a concessão do trecho
para exploração comercial por,
pelo menos, 35 anos. A Italplan
ficaria responsável pela captação
O veículo terá espaço
para 855 passageiros
br U n a cEnço
em bancos internacionais do restante
dos recursos necessários.
Estima-se que a conclusão
das obras se dê em sete ou oito
anos no máximo. A origem e
o destino do trem-bala seriam a
Estação da Luz, em São Paulo, e
a Central do brasil, no Rio de Janeiro.
O veículo tem capacidade
para percorrer o trecho de 403
quilômetros de trilhos em uma
hora e 25 minutos, alcançando
velocidade máxima de 360 km/h.
Com capacidade para 855 passageiros,
os módulos devem partir
a cada 15 minutos, de acordo
com o projeto da Italplan.
O projeto da empresa italiana
prevê o menor preço de passagem
para o trajeto, o equivalente a 60
dólares (algo entre 110 e 120 dólares),
valor abaixo daquele atualmente
cobrado na ponte aérea
Rio-SP, de até 250 reais na classe
econômica, de acordo com a
companhia. Há expectativa de
venda de 32 milhões de bilhetes
por ano.
Empresários de diversos países
demonstraram interesse em
participar do projeto da empresa
italiana. O edital de licitação internacional
deveria ser divulgado
neste mês, mas, não pela primeira
vez, houve o adiamento desta
etapa do processo. Até que o
atualidade
edital seja publicado, há ainda a
possibilidade de novos consórcios
se formarem, segundo o diretor
da unidade de transportes da Siemens,
Nelson branco Marchetti:
— Nenhuma hipótese está
descartada. Pouco antes de sair o
edital, as empresas costumam se
unir em grupos para concorrer. A
Siemens participou do projeto alemão
da década de 90, mas nada
impede que nos juntemos a Italplan
ou a alguma outra empresa.
Segundo Marchetti, a Itália
detém tecnologia bastante diversificada
em relação a esse meio
específico de transporte.
— A Itália tem muito trem. Por
isso, cada um foi feito em determinada
época, com intuitos diferentes
e tecnologias cada vez mais
novas. A Siemens, inclusive, já participou
bastante de construção de
trens na própria Itália, normalmente
em consórcios — lembra.
Em visita ao brasil, no primeiro
semestre deste ano, o viceministro
das Relações Exteriores,
Franco Danielli, relatou a conversa
sua sobre o assunto que teve
com a ministra-chefe da Casa Civil
brasileira, Dilma Roussef. Segundo
ele, Dilma listou as melhores áreas
no brasil para o investimento italiano,
e um dos projetos citados
foi justamente o do tVA Rio-SP. Há
cerca de um mês, foi Dilma quem
viajou para a Itália, onde travou
contato com o banco Internacional
Europeu (bEI), um dos possíveis
financiadores do tAV.
O projeto executivo do trembala
já foi aprovado pelo tribunal
de Contas da União (tCU), que autorizou
a publicação do edital de
licitação da concessão, dependendo
agora somente da aprovação do
Instituto brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) para o início das
obras. Caso o processo burocrático
não sofra novos atrasos, as obras
devem começar em 2008.
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