Numa revolução social nas favelas do Rio ... - Comunità Italiana

economia
Aline Buaes
A
troca comercial entre brasil
e Itália flui em ritmo
acelerado. E as estatísticas
comprovam que este
intercâmbio tem evoluído com
vantagens em via de mão dupla.
As exportações brasileiras para o
parceiro europeu aumentaram,
em volume de dólares, 16,8%
no primeiro trimestre deste ano,
comparado com o de 2006. Os
italianos demonstraram ainda
mais agilidade: no mesmo período,
elevou-se em 33,3% o valor
das importações feitas pelo país
latino-americano.
Diante do momento especialmente
propício – após a recente
elevação do brasil ao status de
parceiro estratégico da União Européia
– para atrair investimentos
italianos no Rio, o governador do
estado, Sérgio Cabral, não perdeu
tempo. Organizou uma comitiva
com cerca de 200 empresários e
autoridades de diversos setores
do poder público e deve partir,
no próximo 15 de setembro, em
viagem de negócios à Itália.
Atualmente, embora a penetração
italiana no país se dê de
modo mais veloz do que o inverso,
a balança comercial pende,
em valores absolutos, a favor do
brasil. Segundo dados da Agência
de Promoção de Exportações
e Investimentos do brasil (Apexbrasil),
dos 33.919 bilhões de
dólares obtidos pela exportação
de produtos brasileiros, 1,10 bilhão
veio da Itália. Em contrapartida,
a Itália conseguiu 733
milhões de dólares em produtos
adquiridos pelo brasil em 2007,
enquanto em 2006, foram vendidos
550 milhões.
Ainda em 2006, houve registro
de mais de três bilhões de dólares
em exportações brasileiras
para a Itália. Dados como este
injetaram ânimo à futura missão
de Cabral em terras italianas.
Representantes da indústria, do
comércio, assim como dos setores
de serviços e de agronegócios
vão integrar a comitiva liderada
pelo governador, com o objetivo
de abrir espaço no mercado italiano
para o investimento de empresários
fluminenses.
Se o Rio partiu na frente de
outros estados para aproveitar
o momento favorável e estabelecer
parcerias comerciais com
a Itália, esta teve o mérito das
primeiras iniciativas diplomáticas
de aproximação com o país
do hemisfério sul. Em curto espaço
de tempo, vieram ao brasil
três influentes vozes italianas: o
premier Romano Prodi, no fim de
março; o vice-ministro das Relações
Exteriores, Franco Danielli,
em maio e, o próprio ministro
das Relações Exteriores, Massimo
D’Alema, no final de 2006.
Cabral pretende estreitar os
laços que garantiram a instalação
no Rio de Janeiro de empresas
italianas de grande porte
como a tim Celular, a terna Participações
e a Enel, de energia elétrica,
e a Eni, do ramo de combustíveis.
No contexto nacional,
há marcas fortes como a Fiat, a
Campari, o Intesa Sanpaolo e a
Via expressa
Rio-Roma
O fluxo de investimentos na rota Brasil-Itália nunca foi tão intenso
e os fluminenses partem na dianteira na disputa por oportunidades
de incrementar esse intercâmbio comercial
sílVia so U z a E al i n E bUa E s
Principais empresas brasileiras na Itália
(Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
Alitalia também fincaram raízes
deste lado do Atlântico.
O trânsito entre as duas nações
escoa cada vez mais intenso,
mas o brasil não figura ainda
entre os principais países fornecedores
ou importadores da bota
(Alemanha, França, China e
Estados Unidos). E ela aparece
no quinto lugar entre os mais
fortes países investidores, sendo
que o brasil mantém contatos
ainda mais profícuos com os
Estados Unidos, Argentina, Alemanha
e Japão.
Portanto, o governador do
Rio tem pela frente o desafio de
incrementar a troca comercial
brasil-Itália. Como meta, o Rio
tem a conquistar, não só novas
oportunidades de investimentos,
como abrir espaço no país europeu
para os produtos e serviços
fluminenses.
União contra o perigo chinês
As indústrias mecânicas no brasil
e na Itália estão mais unidas
do que nunca para enfrentar a
China, voraz concorrente por sua
Principais empresas italianas no Brasil
(Fonte: Câmara Ítalo-brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo)
produção de baixíssimo custo
também neste setor. Por exemplo,
há um projeto desenvolvido
em conjunto que envolve tecnologias
e produção de plásticos.
— É uma área na qual o brasil
possui uma forte tradição industrial,
enquanto a Itália mantém
liderança importante. A partir
dos próximos meses, estaremos
desenvolvendo uma parceria estratégica
entre empresas de maquinário
brasileiras e italianas,
que deverá levar à constituição
de empresas de capital misto ítalo-brasileiras.
Para enfrentar essa
concorrência chinesa, na indústria
mecânica, produtores italianos
e brasileiros estudam formas
de parcerias para se chegar a um
produto que possa ser competitivo
em termos de preços em relação
aos produtos chineses e que,
ao mesmo tempo, seja um produto
qualitativamente superior
— diz o diretor do Instituto de
Comércio Exterior da Itália (ICE),
Giovanni Sacchi.
Segundo ele, recém-chegado
a São Paulo, onde assumiu o cargo
em 3 de julho, o brasil interessa
tanto à Itália que ela decidiu,
nos últimos meses, abrir
três sedes operativas no país.
Uma delas já funciona no Rio de
Janeiro, e as outras duas devem
ser instaladas em breve, em belo
Horizonte e em Porto Alegre.
— tive sorte em chegar ao
brasil num momento em que as
relações com a Itália estão em
forte expansão e crescimento.
Pelos dados estatísticos, muito
provavelmente em 2007 o intercâmbio
comercial deve chegar
a 7,5 bilhões de dólares e
as exportações brasileiras para
a Itália continuarão muito fortes.
Estamos realmente em um
período de grande efervescência
— avalia Sacchi, que trabalhou
nas sedes do ICE em Hong Kong,
na ásia, e na bulgária, no Leste
Europeu.
Para Sacchi, há uma tendência
evolutiva nas relações entre
os países parceiros. Em 2006,
segundo dados do governo brasileiro,
as exportações da Itália
para o brasil já haviam aumentado
27,6% em relação ao mesmo
período do ano anterior.
Troca-troca em mutação
Se a Itália envia para o país latino-americano
tecnologia e maquinário,
este tem exportado para
Evolução da
importação
e exportação
Brasil-Itália
Brasil - Exportação
Jan-Mar 2006
29.387
bilhões
33.919
bilhões
20.110
bilhões
25.219
bilhões
945
milhões
Mundo Itália
Brasil - Exportação
Jan-Mar 2007
1.104
bilhões
Mundo Itália
Aumento de 16,8%. As exportações
para a Itália representam 3,3% do
total feito pelo Brasil.
Itália - Exportação
Jan-Mar 2006
550
milhões
Mundo Brasil
Itália - Exportação
Jan-Mar 2007
733
milhões
Mundo Brasil
Aumento de 33,3%. As exportações
para o Brasil representam 2,9% do
total feito pela Itália.
Saldo comercial superavitário é igual
a Us$371 milhões para o Brasil
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Fonte: Apex-Brasil