Numa revolução social nas favelas do Rio ... - Comunità Italiana

Infográfico: Alberto Carvalho / Fonte: Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo
economia
“Pelos dados
estatísticos,
muito
provavelmente
em 2007, o
intercâmbio
comercial
entre Brasil e
Itália chega a
7,5 bilhões de
dólares”
GiO V a n n i sa c c h i , d i r e t O r
d O ice-sã O Pa u l O”
o parceiro europeu principalmente
alimentos e matéria-prima –
com registro de superávit de 371
milhões de dólares. Mas o secretário-geral
da Câmara ítalo-brasileira
de Comércio e Indústria
de São Paulo, Francesco Paternò,
acredita em mudanças no quadro
de itens de interesse dos dois países
nos próximos anos. Empre-
Principais produtos importados da Itália
Máquinas; utensílios
industriais e acessórios
Veículos; partes de outras máquinas
e aparelhos de terraplanagem; peças
de reposição e acessórios
Produtos químicos
e derivados
Instrumentos óticos e
fotográficos, de medida e
controle; médico-cirúrgicos
Produtos têxteis;
calçados e couro
3,4%
sas italianas já demonstram a
intenção, segundo Paternò, de
pré-elaborar produtos no brasil,
em função da mão-de-obra mais
barata e da adequação do desenvolvimento
tecnológico brasileiro
aos padrões internacionais.
— O país deve passar a importar
da Itália produtos semimanufaturados,
ou seja, ao invés
de adquirir mármores e granitos
prontos, esses materiais serão
trabalhados aqui no brasil, agregando
mais valor à peça final —
explica, lembrando que a estabilidade
econômica, a diminuição
do Risco brasil e o valor do câmbio
têm favorecido as exportações
brasileiras.
O brasil fornece atualmente
para a bota café não-torrado,
não-descafeinado e em grãos; minério
de ferro aglomerado e seus
concentrados; grãos de soja, mesmo
triturados, e pasta química de
madeira de árvores não coníferas.
tais produtos representam, juntos,
mais de 30% do total de produtos
destinados à Itália.
O país europeu, por sua vez,
tem exportado para o brasil, em
maior quantidade, máquinas,
utensílios industriais e acessórios;
veículos; partes de outras
máquinas e aparelhos de terra-
13,2%
11,2%
19,5%
planagem; peças de reposição
e acessórios; produtos químicos
e derivados; instrumentos óticos
e fotográficos, instrumentos
de medida e controle; aparelhos
médico-cirúrgicos, partes destes
e acessórios; além de produtos
têxteis, roupas, calçados e couro.
A lista representa mais de
70% do que o brasil importou.
Fim da era do gelo
O novo status de estabilidade da
economia brasileira, com o aumento
do poder aquisitivo da população,
tem favorecido a aproximação
brasil-Itália. Mas houve
um período de inércia nesse relacionamento.
— Esse período de estagnação
só foi rompido nos últimos
três anos — analisa Francesco
Paternò, para quem o pontapé
inicial, na quebra do gelo
na relação econômica,
foi a inclusão do país em
desenvolvimento no bRIC
(brasil, Rússia, índia e
China).
Com isso, segundo
ele, a Itália tem expandido
a sua presença institucional
e empresarial
no brasil. Mas o secretário-geral
da Câmara ad-
33,4%
mite que os acordos poderiam
ser mais freqüentes e
melhor aproveitados.
— Na verdade, o brasil
precisava estabelecer
regras mais claras e
definidas para investimentos
em suas agências
de promoção, o
que facilitaria os contratos.
Esse é um problema
internacional, ou
seja, gera prejuízo nos negócios
com outros países também
— pondera.
Para melhor divulgar
produtos e empresas, mesmo
as de pequeno ou de
médio porte, ambos os
países têm investido,
entre outras coisas,
na participação em
feiras e atividades
promocionais. Caso
de uma missão
empresarial brasileira
ao Convention Wine
Food Abruzzo e da participação
da Itália, em
São Paulo, na Feira Internacional
de Meio Ambiente
Industrial (Fimai), eventos
financiados pelo ICE, e
previstos para acontecerem em
setembro e outubro, respectivamente.
— Neste último evento,
vamos intervir com seminários
tecnológicos sobre
alguns setores importantes,
como a reciclagem
de materiais plásticos,
e também buscaremos
ajudar e apoiar as empresas
italianas no contato
com parceiros brasileiros
— anuncia Sacchi,
diretor do ICE.
O planejamento para
promover o made in Italy
tem passado pela elaboração
de planos conjuntos entre
ministérios e organizações. Geralmente,
as agendas são fechadas
a cada três anos. tudo para
internacionalizar as empresas
italianas que querem globalizar
seus serviços.
Segundo a Câmara de ítalobrasileira
de Comércio e Indústria
de São Paulo, as empresas italianas
têm se interessado em participar
da economia em estados da
região Centro-Sul do brasil, mas
destacam-se os setores de turismo,
açúcar, álcool e bioenergia,
com empresas parceiras atuando
em estados como São Paulo, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, tocantins
e Goiás. Mas sempre há as
exceções, exemplo da M&G.
— Italiana de tortona, Piemonte,
a empresa Mossi Ghisolfi
(M&G) fez um grande investimento
em fevereiro deste ano inaugurando
no estado de Pernambuco
a maior fábrica do mundo para a
produção de resina PEt, matéria-
Principais produtos exportados para a Itália
18,1%
16,9%
Couro e pele
Minérios de ferro aglomerados
e seus concentrados
7,2%
6,7%
6,6%
prima utilizada na produção de
garrafas de refrigerantes, água
mineral e óleos comestíveis. A
M&G é hoje uma empresa de proporções
multinacionais, mas tra-
“O Brasil
precisava
estabelecer
regras mais
claras e
definidas para
investimentos
em suas
agências”
Fra n c e s c O Pa t e r n ò ,
s e c r e tá r i O-G e r a l d a
câ m a r a íta l O-Br a s i l e i r a d e
cO m é r c i O e in d u s t r i a d e sP
Grãos, frutas e plantas
6,2%
pasta química de
madeira de árvores
não coníferas
café não-torrado,
não-descafeinado
e em grãos
Carne
dicionalmente italiana, com uma
administração 100% italiana —
recorda Sacchi.
E o secretário-geral da Câmara
de ítalo-brasileira de Comércio
e Indústria de São Paulo ainda
lembra outro caso de empreendimento
fora do eixo tradicional de
rodadas de negócios no brasil.
— A Danieli do brasil, siderúrgica
cuja produção de aço
plano tem grande crescimento,
está em Fortaleza. E para os italianos,
interessam as redes turísticas
da bahia ao Rio Grande do
Norte — salienta Paternò, lembrando
que Milão já importa moda
brasileira, incluindo o couro,
item importante na lista de compra
italiana.
— Esperamos os frutos da associação
entre Petrobras e ENI,
no campo da energia. Mas quando
se fala em cerâmica, setor
moveleiro e agroindústria, é a
região da Emilia Romagna quem
mais mantém intercâmbio com o
brasil — aponta.
26 C o m u n i t à i t a l i a n a / ag o s t o 2007
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