04.06.2013 Views

Numa revolução social nas favelas do Rio ... - Comunità Italiana

Numa revolução social nas favelas do Rio ... - Comunità Italiana

Numa revolução social nas favelas do Rio ... - Comunità Italiana

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

il lettore racconta<br />

Com a pátria assolada por uma guerra e por u ma<br />

ditadura, a família de franCesChina CasCar<strong>do</strong> de<br />

si mo n e deCidiu partir da Calábria para o brasil<br />

quan<strong>do</strong> ela tinha 12 anos. no rio de Janeiro, Com<br />

os pais e três irmãos, a menina aprendeu lições de<br />

Coragem e determinação, na luta pela sobrevivênCia.<br />

a solidariedade de parentes e Conterrâneos também<br />

se mostrou fundamental. franCesChina se orgulha<br />

de ter preserva<strong>do</strong> tais valores nos Corações de seus<br />

três filhos e <strong>do</strong>is netos.<br />

depoimento à repórter<br />

paula máiran<br />

Eu, Franceschina Cascar<strong>do</strong><br />

de Simone, <strong>nas</strong>ci em Paola<br />

na Itália. Aos 12 anos<br />

vim com meu pai Francesco,<br />

minha mãe Maria e meus<br />

irmãos Pedro, Pascoal e Angeolina<br />

para o Brasil, fugin<strong>do</strong> da guerra e<br />

da ditadura de Mussolini.<br />

Quan<strong>do</strong> chegamos ao Brasil, no<br />

<strong>Rio</strong> de Janeiro, nenhum de nós<br />

falava ou escrevia o português. Meu<br />

pai tinha uma irmã que já morava<br />

no Brasil, mas sem notícias dela.<br />

Foi então que ele ficou saben<strong>do</strong> que,<br />

com a ajuda <strong>do</strong> Consula<strong>do</strong> Italiano,<br />

havia como encontrá-la. E foi possível<br />

descobrir que ela estava moran<strong>do</strong><br />

no bairro <strong>do</strong> Maracanã.<br />

Chegan<strong>do</strong> à casa de minha tia,<br />

ficamos moran<strong>do</strong> em sua casa, enquanto<br />

o meu pai procurava emprego.<br />

Como éramos novos no país e não<br />

falávamos o português, ficava difícil<br />

arrumar emprego. Aí meu pai foi<br />

apresenta<strong>do</strong> a um italiano que já<br />

morava no Brasil e era jornaleiro.<br />

Assim, meu pai começou a trabalhar<br />

como jornaleiro numa banca de<br />

jornal alugada no Centro <strong>do</strong> <strong>Rio</strong>.<br />

Com muito trabalho e dificuldades,<br />

mas com a ajuda de um outro<br />

amigo jornaleiro que meu pai conheceu,<br />

compramos uma casa no subúrbio.<br />

Com o passar <strong>do</strong> tempo, o meu<br />

pai comprou uma banca no bairro<br />

de Botafogo. Minha mãe o ajudava,<br />

enquanto eu ficava em casa cuidan<strong>do</strong><br />

de meus irmãos.<br />

Sempre que podia, eu ia até a<br />

banca de jornal de meu pai. <strong>Numa</strong><br />

dessas idas, conheci Mario de Simone,<br />

um jovem italiano que também<br />

veio para o Brasil para traba-<br />

lhar. Ele também era jornaleiro e<br />

conheci<strong>do</strong> de meu pai.<br />

Conforme o tempo ia passan<strong>do</strong>, a<br />

minha amizade com Mario ficava<br />

mais forte e acabou viran<strong>do</strong> namoro.<br />

Em pouco tempo, nos casamos.<br />

Meus irmãos, já cresci<strong>do</strong>s, também<br />

se casaram e, por coincidência<br />

ou destino, to<strong>do</strong>s se casaram com<br />

italianos também. Meu irmão Pascoal<br />

também começou a trabalhar<br />

como jornaleiro num bairro da zona<br />

norte <strong>do</strong> <strong>Rio</strong>. Minha irmã Angelina<br />

se casou com um ex-militar<br />

italiano e o meu irmão Pedro trabalhava<br />

em uma fábrica.<br />

Um ano após meu casamento, tive<br />

minha primeira filha, Emília. Logo<br />

após veio um menino, que o meu mari<strong>do</strong><br />

queria que também se chamasse<br />

Mario, e a última se chama Marcia.<br />

Como não tínhamos dinheiro sobran<strong>do</strong>,<br />

colocamos nossos três filhos<br />

em uma escola pública <strong>do</strong> bairro.<br />

Acordava às 4h para preparar o café<br />

<strong>do</strong> meu mari<strong>do</strong>, pois ele tinha<br />

que estar às 5h na banca, para receber<br />

os jornais <strong>do</strong> dia, e depois<br />

levava as crianças ao colégio.<br />

Nos fins de semana, Mario gostava<br />

de pescar. Sempre que podia, eu ia<br />

junto e levava os meus filhos à praia,<br />

para esquecer um pouco da luta que<br />

tinha durante toda a semana.<br />

O tempo foi passan<strong>do</strong> e com muito<br />

esforço e orgulho, vi to<strong>do</strong>s os meus<br />

filhos se formarem. Alguns anos depois,<br />

minha primeira filha se casou.<br />

Fiquei feliz em ver minha filha se<br />

casan<strong>do</strong>, pois ela teve um casamento<br />

que eu não pude ter quan<strong>do</strong> jovem.<br />

Logo após, veio o meu primeiro<br />

neto Thiago. Como os seus pais<br />

trabalhavam fora, eu cuidava dele<br />

durante a semana. Anos depois que<br />

ele <strong>nas</strong>ceu, o meu filho, o <strong>do</strong> meio,<br />

se casou. Mais uma vez tive a alegria<br />

de ver mais um filho entran<strong>do</strong><br />

na igreja.<br />

Cinco anos após o casamento de<br />

meu filho, tive mais um neto de<br />

minha primeira filha, o Pedro.<br />

Alguns anos depois, tive a minha<br />

primeira grande tristeza: a<br />

morte de meu irmão Pedro, após<br />

uma operação mal sucedida. Ficamos<br />

arrasa<strong>do</strong>s, pois passamos por muitas<br />

dificuldades juntos e perdemos um<br />

irmão por uma falha humana.<br />

Depois, a minha tristeza se amenizou<br />

com o <strong>nas</strong>cimento de meu terceiro<br />

neto, filho de Mario: Geovanni.<br />

Com a família crescen<strong>do</strong>, começamos<br />

a passar no Natal to<strong>do</strong>s em<br />

minha casa. Passamos vários anos juntos<br />

o dia 25 de dezembro. Mas,<br />

conforme os anos passavam, meu mari<strong>do</strong><br />

sofria com problema de hérnia<br />

e a <strong>do</strong>ença se agravava. Algum<br />

tempo depois veio a minha segunda<br />

maior tristeza, a morte dele, em<br />

2003, que por uma infeliz coincidência,<br />

também resultou de uma<br />

operação mal sucedida.<br />

Com o passar <strong>do</strong> tempo, a <strong>do</strong>r foi<br />

diminuin<strong>do</strong> e hoje, quatro anos depois,<br />

continuo a cuidar da banca de<br />

meu faleci<strong>do</strong> mari<strong>do</strong>, com a ajuda de<br />

minha filha mais velha. Assim, não<br />

deixo se apagar a história de uma luta<br />

que começou bem longe daqui.<br />

<strong>Rio</strong> de Janeiro (RJ)<br />

SFranceschina Cascar<strong>do</strong><br />

de Simone, de 72 anos<br />

Mande sua história com material fotográfico para:<br />

redacao@comunitaitaliana.com.br<br />

Fotos: Arquivo pessoal<br />

Macchiaioli,<br />

impressionisti italiani<br />

SaDopo quasi mezzo secolo di abban<strong>do</strong>no<br />

Villa bardini ha riaperto<br />

le porte con una mostra di grande<br />

spessore sulla pittura italiana di fine ottocento-inizi<br />

novecento. Intitolata “Cabianca<br />

e la civiltà dei macchiaioli” l’esposizione<br />

offre un centinaio di opere dello<br />

stesso Vincenzo Cabianca affiancate da<br />

Anima Mundi<br />

Giovedì 13 settembre torna a Pisa<br />

l’appuntamento con la musica sacra<br />

nella cornice del programma “Anima Mundi”.<br />

Giunta alla sua VII edizione, promossa<br />

dall’Opera della Primiziale Pisana, dalla<br />

Fondazione Cassa di Risparmio di San Miniato,<br />

dal Comune e dalla Provincia di Pisa,<br />

il Festival è risultato essere uno degli<br />

eventi musicali di grande spessore internazionale.<br />

La Royal Philarmonic Orchestra,<br />

diretta dal maestro Daniele Gatti, presenterà<br />

un programma interamente dedicato<br />

alle sinfonie n° 4 e 6 di Ludwig Van beethoven.<br />

Info: www.opapisa.it<br />

circa 25 dipinti di artisti come telemaco<br />

Signorini, Giovanni Fattori e Silvestro<br />

Lega, tre dei più importanti nomi dell’impressionismo<br />

italiano chiamato come corrente<br />

dei “Macchiaioli”. Villa bardini, Costa<br />

San Giorgio 4. Ingresso gratuito. Dalle<br />

8.15 alle 19.30 fino al 14 ottobre. www.<br />

mostracabianca.it<br />

Vasco Rossi<br />

in concerto<br />

Per chi fosse interessato a conoscere colui<br />

che è considerato il più grande cantante<br />

rock italiano, l’appuntamento è a Firenze<br />

l’11 settembre con Vasco Rossi. Non<br />

molto conosciuto all’estero e dal cognome<br />

non certo originale, l’artista musicale modenese<br />

riesce sempre con i suoi brani a riunire<br />

come minimo 50, 60 mila persone in qualsiasi<br />

stadio italiano che solchi. tra le sue<br />

musiche più famose “Albachiara”, “Vivere”,<br />

“Una canzone per te” e “Vita spericolata”.<br />

Stadio “Artemio Franchi”. Prezzi da 34 a 40<br />

euro presso: www.ticketone.it<br />

fiRENzE<br />

Giordano Iapalucci<br />

Lorenzo Viani<br />

La Cassa di Risparmio di Firenze promuove<br />

la mostra del pittore viareggino Lorenzo<br />

Viani “Ritratti e persone della Versilia del<br />

primo novecento”. Con una raccolta di circa<br />

70 bozzetti l’artista toscano viene ricordato<br />

per una pittura forte ed energica piena di<br />

espressività con strascichi malinconici in cui<br />

i personaggi vengono principalmente ritratti<br />

all’ombra dei porticcioli (chiamati “darsene”)<br />

della città di Viareggio (costa toscana). Presso<br />

Cassa di Risparmio di Firenze, Sala delle<br />

Colonne, Via bufalini nr. 6. Aperta fino al 29<br />

agosto con orario: 8.30-18.30 la mostra è ad<br />

ingresso gratuito.<br />

Dario Fo<br />

Nell’ambito della programmazione di<br />

“Fi.Esta 2007” (Firenze Estate) dal 30<br />

al 31 agosto, in prima assoluta in Italia, è<br />

possibile assistere allo spettacolo di Dario<br />

Fo (già premio Nobel per la letteratura nel<br />

1997) in omaggio al grande genio Michelangelo<br />

buonarroti. L’evento, organizzato<br />

da teatro Puccini Associazione Culturale e<br />

Comune di Firenze in collaborazione con<br />

la 60° Estate Fiesolana, prevede una lezione-spettacolo<br />

sulla vita e sull’arte del<br />

grande artista toscano nato nel 1475. teatro<br />

Romano di Fiesole. biglietti da 15 a<br />

25 euro acquistabili presso: www.boxol.it.<br />

Info: www.estatefiesolana.it<br />

54 C o m u n i t à i t a l i a n a / ag o s t o 2007<br />

a g o s t o 2007 / Co m u n i t à i t a l i a n a 55<br />

Fotos: Reprodução

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!