11.06.2013 Views

Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia

Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia

Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O melhor<br />

do Cone Sul<br />

“Euclides Penedo<br />

trouxe para o<br />

<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> em 00<br />

o mundo do Cone Sul.<br />

Acompanhe aqui um pouco<br />

sobre chilenos, argentinos e<br />

uruguaios.<br />

Ao terminar, em breve, a primeira<br />

década do Século XXI, a América<br />

do Sul vê consolidada sua maturidade<br />

vitivinícola a nível internacional.<br />

Provas disso são a disponibilidade de vinhos<br />

de qualidade superlativa, elaborados<br />

cuidadosamente em condições especiais<br />

no Chile, na Argentina, no Uruguai e no<br />

Brasil, e o reconhecimento dessa melhoria<br />

qualitativa por parte de revistas especializadas<br />

e de avaliadores reconhecidos no<br />

mundo dos vinhos.<br />

Chama atenção o grande número de<br />

referências favoráveis e notas elevadas<br />

em revistas como a Decanter inglesa, a<br />

Wine Enthusiast e a Wine Spectator dos<br />

EUA, por onde transitam hoje os vinhos<br />

sulamericanos bem avaliados, coisa<br />

impensável há vinte anos atrás. E nos comentários<br />

elogiosos e algo surpreendentes<br />

de avaliadores do nível de Robert Parker<br />

e Jancis Robinson.<br />

A nossa previsão de que o tratamento<br />

dado internacionalmente para os vinhos<br />

do Cone Sul, tratados com certo distanciamento<br />

até os anos noventa, mudaria<br />

para melhor, se concretizou e hoje é uma<br />

realidade.<br />

uruguAios<br />

As degustações às cegas nos fazem<br />

aceitar realidades que os rótulos escondem.<br />

As surpresas favoráveis que meus grupos<br />

<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 48<br />

de degustação têm tido com certos vinhos<br />

uruguaios, vistos inicialmente com reservas<br />

quando provados às claras, confirmam<br />

a observação. Com certa alegria e surpresa<br />

constatamos por duas vezes que certo tinto,<br />

dado como francês, era um Tannat uruguaio<br />

elaborado por enólogo francês.<br />

Como se sabe a variedade de destaque<br />

no país vizinho é a Tannat, casta francesa<br />

de amadurecimento precoce. Seu nome<br />

(do francês “tannin”) deriva de sua riqueza<br />

em taninos. Trazida por imigrantes bascos<br />

no século dezenove, ajustou-se com sucesso<br />

ao solo e clima do Uruguai, tornando-se<br />

a uva emblemática do país e a origem de<br />

seus melhores tintos.<br />

A vinicultura uruguaia, contudo, não<br />

se limita a ela. Lá estão outras castas<br />

tintas, como Cabernet Sauvignon, Merlot<br />

e Tempranillo, e brancas, como Chardonnay,<br />

Sauvignon Blanc e Viognier. Elas<br />

originam tintos e brancos secos, espumantes<br />

e vinhos de sobremesa.<br />

Em termos de quantidade, o Uruguai<br />

distancia-se significativamente da Argentina.<br />

Sua área de cultivo de 12 mil<br />

hectares equivale a 5% dos 200 mil hectares<br />

argentinos. Em termos de qualidade,<br />

porém, alguns de seus vinhos, elaborados<br />

em “bodegas” familiares, tendem a se<br />

emparelhar no médio prazo aos melhores<br />

do cone sul.<br />

de soBremesA<br />

No caso da América do Sul a maioria<br />

dos vinhos de sobremesa é de Colheita<br />

Tardia, sob vários nomes como Cosecha<br />

América do Sul<br />

Tardia (ou simplesmente Tardio), Late<br />

Harvest, elaborados a partir de castas européias<br />

disponíveis por aqui: Moscatel, Riesling,<br />

Sauvignon Blanc, Sémillon, Gewürztraminer.<br />

E das tintas Tannat e Malbec.<br />

São vinhos bem elaborados, avaliados<br />

entre bons e ótimos, uns poucos excelentes.<br />

E sempre de preços muito mais acessíveis<br />

do que seus similares europeus.<br />

Podemos encontrar vários deles no<br />

Brasil, incluindo o brasileiro Moscatel<br />

Late Harvest Terranova, procedente do<br />

nordeste brasileiro.<br />

itAliAnos nA ArgentinA<br />

Pode-se dizer que a vinicultura argentina<br />

é uma criação italiana. Não somente<br />

foi a imigração italiana do século dezenove<br />

que deu origem à maior parte dos vinhedos<br />

de Mendoza e San Juan como também foi<br />

obra de um italiano - o engenheiro Cesare<br />

Cipoletti - seu sistema de distribuição de<br />

água que permitiu o cultivo no deserto.<br />

O nome do engenheiro foi imortalizado<br />

no Dique Cipoletti, no Rio Mendoza,<br />

perto do qual ergue-se uma estátua em sua<br />

homenagem.<br />

No período encerrado em 1990, da<br />

produção volumosa de vinhos populares<br />

para consumo interno, o nome de destaque<br />

era o do empresário portenho de ascendência<br />

italiana Hector Greco (1928 – 1988).<br />

E a renovação e desenvolvimento dos<br />

anos noventa está ligada, por exemplo, a<br />

Nicolas Catena, neto de italiano.<br />

Não é de se estranhar, por isso, que tantos<br />

sobrenomes ligados à atual vitivinicultura<br />

argentina - alguns deles como Zucardi,<br />

Tittarelli, Canale, Rutini bem conhecidos<br />

no Brasil - tenham origem italiana.<br />

Euclides Penedo Borges<br />

Presidente da ABS-Rio<br />

euclides@jornalvinhoecia.com.br<br />

1

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!